A
má gestão e o descuido estão na gênese de uma das marcas de nosso tempo — a
crise hídrica e a imundície dos oceanos. Mas ainda há tempo para uma reversão.
Na Índia, moradores do
vilarejo Natwarghad aglomeram-se ao redor de um poço para voltarem com água
para casa.
Parte do globo vive a
escassez no dia a dia, enquanto a outra releva a preciosidade ao seu dispor. O
impasse poderá intensificar as mudanças no clima, os conflitos sociais e gerar
custos à população. A boa notícia é que há tempo para mudar,
No mundo, 844 milhões de pessoas
não têm água potável. Enquanto algumas regiões do planeta se adaptaram ao
cotidiano de escassez, aquelas acostumadas à abundância, como no Brasil,
começaram a suar com os efeitos do descaso. Reportagem especial de VEJA mostra
como a água doce, de rios e lagos, vem sendo afogada ao se tornar depósito de
toneladas de lixo e esgoto, o que coloca em risco a saúde de milhares de
pessoas sem acesso a saneamento básico.
Falar em “guerra de água”
ainda é precoce, mas regiões críticas, como África e Oriente Médio, estão em
ebulição e vivem exemplos diários de conflitos que podem ganhar escala
global. No Brasil, a crise hídrica na região Sudeste foi um banho gelado
na população acostumada a nadar de braçadas na ilusão de reservatórios
infinitos. Na página 82, a reportagem mostra como a Sabesp, empresa de água e
saneamento da região metropolitana de São Paulo, incentivou a mudança de
hábitos com um desconto na conta. Seja a poluição ou o desperdício, o que
acontece em terra desemboca no mar. Apesar da imensidão dos oceanos, chegou a
hora de olharmos para as águas salgadas. A ONU declarou que a década de 2020
será dedicada a elas e o Brasil pode se tornar referência na conservação
marinha.
O Fórum Mundial da Água,
sediado em Brasília entre os dias 18 a 23 de março, terá mais de 200 painéis
para discutir esses desafios. O aumento da população, a intensificação das
mudanças climáticas e a redução em 40% da oferta de água até 2030 são problemas
reais. A hora de resolvê-los é agora, antes que o mundo passe sede. (veja)
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