Água é de boa qualidade em
apenas 4% dos 294 pontos monitorados na Mata Atlântica.
Segundo a SOS Mata Atlântica, a qualidade da água doce superficial é
suscetível às condições ambientais e ao uso do solo.
Um
levantamento feito pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica mostra
que apenas 4,1% dos 294 pontos de coleta nos córregos lagos e rios da Mata
Atlântica dispõem de água considerada de boa qualidade. Segundo a pesquisa
divulgada em 20/03/18, em 75,5% dos pontos de coleta (222), foi encontrada água
em situação regular e, em 20,4% (60), ruim ou péssima.
O estudo
foi realizado em 102 municípios nos 17 estados, além do Distrito Federal, onde
há Mata Atlântica. O levantamento apresenta um panorama sobre a qualidade da
água de 230 rios, córregos e lagos do bioma, feito entre março de 2017 e
fevereiro de 2018.
“Rios e
águas contaminados são reflexo da ausência de instrumentos eficazes de
planejamento, gestão e governança. Refletem a falta de saneamento ambiental, a
ineficiência ou falência do modelo adotado, o desrespeito aos direitos humanos
e o subdesenvolvimento”, destaca o texto do levantamento.
De acordo
com a ONG, a qualidade da água doce superficial é suscetível às condições
ambientais, às variações e aos impactos do clima, aos usos do solo e às atividades
econômicas feitas na bacia hidrográfica. “A água está diretamente ligada à
conservação da Mata Atlântica, à sustentabilidade dos ecossistemas, à saúde e
atividades econômicas da população que vive no bioma”, destaca o estudo.
O
levantamento comparou os dados do monitoramento de 188 pontos fixos de coletas,
distribuídos por 11 estados, do ciclo 2017 (março de 2016 a fevereiro de 2017)
e do ciclo 2018 (março de 2017 a fevereiro de 2018). Os resultados obtidos
demonstram que a qualidade da água dos rios das bacias da Mata Atlântica
permaneceu estável neste ciclo e não houve evolução significativa dos
indicadores em relação ao anterior.
“Os
indicadores estáveis de qualidade boa ao longo do ciclo de chuva e seca deste
período de monitoramento evidenciam a importância da conservação da floresta e
das matas ciliares para perenidade dos recursos hídricos. Os cinco pontos com
qualidade boa em dois ciclos consecutivos estão em áreas especialmente
protegidas da Mata Atlântica”, destaca o estudo. (ecodebate)
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