Regiões afetadas por baixa
qualidade da água podem ter um corte de um terço no seu potencial econômico.
‘Crise invisível da qualidade
da água’ ameaça bem-estar humano e ambiental.
Alerta é do novo relatório do
Banco Mundial; baixa qualidade deste recurso pode reduzir em um terço potencial
econômico de regiões afetadas; sem ação urgente, problema terá impactos na
saúde humana, reduzindo de forma maciça a produção de alimentos.
A deterioração da qualidade
da água está reduzindo o potencial econômico de áreas altamente poluídas,
afirma um novo relatório do Banco Mundial divulgado em Washington.
A pesquisa “Qualidade
Desconhecida: A Crise da Água Invisível”, também alerta que a “crise invisível
da qualidade da água” está ameaçando o bem-estar humano e ambiental.
A
água, juntamente com poluentes e agentes contaminantes, flui para um canal em
Maputo, Moçambique.
Economia
O relatório estima que as
regiões afetadas por baixa qualidade da água podem ter um corte de um terço no
seu potencial econômico.
A estimativa usa a medida
Demanda Biológica de Oxigênio, DBO. Quando esta medida atinge certo limite, o
crescimento econômico cai devido aos impactos negativos na saúde, agricultura e
ecossistemas.
O estudo do Banco Mundial tem
novas informações sobre esse processo, usando o maior banco de dados global
sobre qualidade da água e várias novas tecnologias.
Segundo a pesquisa, sem ação
urgente, a qualidade da água continuará a se deteriorar, tendo impactos na
saúde humana, reduzindo de forma maciça a produção de alimentos e atrasando o
progresso econômico.
Poluição
Em alguns países, “os rios e
lagos estão tão poluídos que, literalmente, estão em chamas”. Os principais
exemplos incluem o Lago Bellandur, na Índia, que produz cinzas que são levadas
até seis quilômetros de distância.
Em muitos outros cursos de
água, a poluição é menos visível, mas igualmente perigosa, com uma mistura
tóxica de bactérias, esgoto, produtos químicos e plásticos que suga o oxigênio
da água e a transforma em veneno.
O uso de nitrogênio como
fertilizante na agricultura é apontado como particularmente problemático. O
nitrogênio entra em rios, lagos e oceanos, onde se transforma em substâncias
conhecidas como nitratos.
Os nitratos são prejudiciais
para crianças pequenas, afetando seu crescimento e desenvolvimento cerebral.
Segundo o estudo, por cada quilograma de
fertilizante de nitrogênio por hectare que entra nas correntes de água como
nitratos, o nível de nanismo infantil pode aumentar em até 19%. O mesmo problema
também tem um impacto sobre os futuros rendimentos potenciais das crianças
afetadas, que se reduzem em até 2%.
No Ceará, Brasil, moradores em fila
para a retirada de água em posto de abastecimento.
Salinidade
Outro problema é o aumento da
salinidade na água, uma consequência de secas mais intensas, tempestades e
aumento da extração de água, que torna a terra menos produtiva para
agricultura.
Devido a este aumento da
salinidade, o relatório estima que, todos os anos, o mundo perde alimentos suficientes
para alimentar 170 milhões de pessoas, o equivalente à população de Bangladesh.
Ação
Para enfrentar esses
desafios, o Banco Mundial está pedindo a atenção imediata de países
desenvolvidos e em desenvolvimento, em nível global, nacional e local.
O relatório destaca um
conjunto de ações, incluindo políticas e normas ambientais, monitoramento
preciso dos níveis de poluição e sistemas eficazes de fiscalização.
Também recomenda
infraestrutura de tratamento de água com incentivos para investimento privado e
divulgação de informações confiáveis e precisas às famílias para melhorar o
envolvimento dos cidadãos. (ecodebate)
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