A China vai reduzir o consumo
de plástico descartável em uma iniciativa para enfrentar uma quantidade
crescente do material descartado, que rapidamente se tornou uma das crises
ambientais mais prementes do mundo.
Sacolas plásticas não
biodegradáveis serão proibidas em locais como supermercados e shoppings nas
principais cidades, bem como para os onipresentes serviços de entrega de
alimentos do país até o fim deste ano, segundo um plano divulgado no domingo
pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.
“A China tenta acompanhar o
resto do mundo”, disse Leiliang Zheng, analista da BloombergNEF. “A União
Europeia é líder na solução da crise do plástico e já aprovou uma lei para
proibir amplamente plásticos descartáveis em 2019, e muitos países em
desenvolvimento da África e do Sudeste Asiático também estão acompanhando o
problema.”
Cerca de 300 milhões de
toneladas de resíduos plásticos são geradas a cada ano, e 60% delas são
descartadas em aterros sanitários ou no ambiente natural, de acordo com
relatório da Organização das Nações Unidas. Quer seja descartado no oceano, em
um rio ou em terra, a durabilidade do plástico e sua resistência à degradação
tornam quase impossível que o material se decomponha completamente, fazendo com
que dure por séculos.
As regulamentações sobre
plástico descartável estão aumentando globalmente, de acordo com relatório da
BloombergNEF. A França baniu o uso de pratos de plástico, copos e cotonetes a
partir de 1º de janeiro, com o objetivo de eliminar todos os itens de uso único
até 2040. Tailândia e Nova Zelândia impuseram restrições ou baniram sacos de
plástico descartáveis. Na Indonésia, um veto entra em vigor em junho deste ano.
Muitos países da África implementaram
limites à fabricação de plástico ou tentaram restringir o consumo do material
através de taxas. Ainda assim, a Índia evitou impor uma proibição para o
plástico descartável no ano passado, com receio de que a política desencadeasse
uma desaceleração econômica, segundo Zheng, da BNEF.
Medidas
O uso de plástico na China
aumentou com a expansão de aplicativos de compras e entrega de alimentos
on-line, que passaram a fazer parte do dia a dia, mesmo em áreas rurais. O
Alibaba Group, que organiza uma maratona de compras de 24 horas todo ano, é
criticado por enviar 1 bilhão de pacotes em um único dia.
A nova política pode aumentar
os custos das plataformas de comércio eletrônico, que precisarão ajustar suas
estratégias de embalagem, de acordo com Zheng, acrescentando que as
alternativas ao plástico, como materiais biodegradáveis ou plásticos
reciclados, ainda são mais caras.
A China proibirá canudos de
plástico descartáveis e não biodegradáveis em todo o país até o fim de 2020,
disse, com o objetivo de reduzir a “intensidade de consumo” desses itens de
plástico por serviços de entrega em áreas urbanas em 30% até 2025. Até 2022,
alguns serviços de entrega em grandes cidades, como Pequim e Xangai, serão
proibidos de usar embalagens não biodegradáveis. A proibição será estendida a
todo o país até 2025. (yahoo)
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