Antártica,
20 graus C: o continente gelado emite sinal de alerta.
Nem
sempre os recordes são sinais de celebração. O que dizer, então, sobre o
registro da temperatura de 20,75°C na Ilha Seymour, na Antártica em 09/02/20? É
bom frisar – GRAUS POSITIVOS, no continente gelado. O anúncio foi feito pelo
cientista brasileiro Carlos Schaefer, da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), que integra o Projeto brasileiro Terrantar (que monitora os
impactos das mudanças climáticas em 23 locais na Antártica), ao jornal
britânico The Guardian.
O
que significa esta informação?
Em
linhas gerais, que o derretimento do gelo se acelera e contribui ao aumento do
nível dos oceanos e mares. Com isso, há a desestabilização gradativa de todo o
ecossistema e da vida na zona costeira e em países insulares, neste século, e
clima no planeta. Mais um ângulo dos efeitos das Mudanças Climáticas e do
Aquecimento Global na era fóssil e dos desmatamentos, que geram o descontrole
dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) e refletem no aumento da temperatura global.
A pergunta que persiste diante deste desafio da humanidade: há tempo para
ceticismos?
Apesar de ainda haver um trâmite oficial protocolar de se aguardar a confirmação dos dados pela Organização Mundial Meteorológica Mundial (OMM), o fato irrefutável é o seguinte: não há o que comemorar e nunca foi tão necessário defender a Ciência e o investimento em pesquisas. E priorizar a manutenção das pesquisas na base antártica brasileira Comandante Ferraz, reinaugurada em janeiro deste ano, após incêndio ocorrido há oito anos.
Apesar de ainda haver um trâmite oficial protocolar de se aguardar a confirmação dos dados pela Organização Mundial Meteorológica Mundial (OMM), o fato irrefutável é o seguinte: não há o que comemorar e nunca foi tão necessário defender a Ciência e o investimento em pesquisas. E priorizar a manutenção das pesquisas na base antártica brasileira Comandante Ferraz, reinaugurada em janeiro deste ano, após incêndio ocorrido há oito anos.
Antártida:
Um continente que, em breve, arrisca deixar de o ser. Faz parte do ciclo da
vida normal dos glaciares: as plataformas de gelo partem-se, recuam ou perderam
volume. Mas as alterações climáticas não estão a ajudar.
Além da Antártica, o processo de derretimento do gelo, com o aumento mais frequente das temperaturas, está acelerado na Groenlândia e no outro extremo do planeta, no Ártico, como também no Alasca e nos Andes. O relatório sobre os Oceanos e Criosfera produzido por cientistas que integram o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), apresentado na Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP-25), em dezembro, em Madri, reitera os alertas. E não é por acaso que foi instituída a Década das Nações Unidas para a Ciência dos Oceanos (2021-2030).
Além da Antártica, o processo de derretimento do gelo, com o aumento mais frequente das temperaturas, está acelerado na Groenlândia e no outro extremo do planeta, no Ártico, como também no Alasca e nos Andes. O relatório sobre os Oceanos e Criosfera produzido por cientistas que integram o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), apresentado na Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP-25), em dezembro, em Madri, reitera os alertas. E não é por acaso que foi instituída a Década das Nações Unidas para a Ciência dos Oceanos (2021-2030).
Antes
dessa temperatura acima dos 20°C na Antártida, foi registrado lá, em 1982,
19,8°C, na Ilha Signy. Em 06/02/20 o extremo Norte da Península Antártica havia
registrado 18,3°C, segundo pesquisador argentino da Base Esperanza. E em 2015 –
17,5°C. A porção oeste do continente tem apresentado os maiores impactos. As gigantescas
geleiras Thwaites e Pine Island estão literalmente derretendo.
Por
que a Antártida é tão importante para a humanidade no planeta?
A
resposta é simples: 70% da água doce se concentram no formato de gelo e neve no
mundo. Com todas as inconstâncias climáticas desde a era pré-industrial,
cientistas do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas da Organização
das Nações Unidas (IPCC) avaliam que os oceanos estarão até 110 cm mais altos
até o final deste século. Isso quer dizer que o comprometimento de países
insulares e de zonas costeiras é inevitável e deslocamentos migratórios em
decorrência das mudanças climáticas e do Aquecimento Global já são uma
realidade. Já em 2017, o Laboratório de Propulsão à Jato da NASA tem realizado
previsões sobre o que pode acontecer com 293 cidades portuárias no mundo, com
os derretimentos em massa do gelo em todas as principais áreas no mundo. Aqui
no Brasil, Belém, Recife e Rio de Janeiro sofrerão impactos.
O que causa maior preocupação é que as cidades excepcionalmente se preparam para estes cenários e poucas têm planos de combate às mudanças climáticas, que inferem primordialmente a adaptação e redução de danos.
O que causa maior preocupação é que as cidades excepcionalmente se preparam para estes cenários e poucas têm planos de combate às mudanças climáticas, que inferem primordialmente a adaptação e redução de danos.
Antártica
grita por socorro para não desaparecer.
Na
Antártica, o ecossistema já sofre baixas significativas. Os cientistas têm
pesquisado o declínio de mais de 50% nas colônias de pinguins de chinstrap, que
dependem do gelo marinho, na região da península Antártica. O clima, por sua vez,
fica cada vez mais instável, porque altera as correntes oceânicas e os níveis
do Aquecimento Global, segundo pesquisadores. É uma retroalimentação de
comprometimentos, que tem o “dedo” do ser humano, neste período chamado
Antropoceno. (ecodebate)
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