A pandemia empurrou outros
grandes desafios da humanidade, como a emergência climática, para baixo na
lista de prioridades. Quais serão as consequências.
Um vírus microscópico tem o
poder de influenciar no clima da Terra. Esse poder tem a ver com sua capacidade
de direcionar os esforços humanos para priorizar e despriorizar os problemas. É
por isso que a atual pandemia de coronavírus terá um grande impacto no curso
das mudanças climáticas e como lidamos com ela.
E não é, por enquanto, um
impacto positivo. A principal consequência da emergência global provocada pela
epidemia é jogar a emergência climática para baixo na lista de prioridades – o
mesmo na de itens a serem discutidos – no grande debate público.
As mudanças climáticas continuam sendo um
problema grave enfrentado pela humanidade. Um dos maiores. A concentração de
gases de efeito estufa já presente na atmosfera do planeta é por si suficiente
para garantir o aumento da temperatura média da Terra por vários séculos, e mais
emissões irão ocorrer nas próximas décadas, agravando o problema.
A pandemia é passageira, mas
os efeitos das mudanças climáticas serão sentidos hoje e cada vez mais nos
próximos séculos. No entanto, o apetite público para discutir isso seguramente
encolheu diante da crise atual de saúde.
As mudanças climáticas estão
associadas à problemas que também custam para a economia e para as vidas
humanas. As enchentes e desabamentos mortais do verão estão ligadas às mudanças
nos padrões de chuvas. Teremos mais eventos extremos, com consequências para as
infraestruturas e para a produção de alimentos. Mas esses riscos, na escala de
prioridades, desceram um pouco.
É como se você morasse numa
casa e o telhado estivesse quebrado. Tem goteiras dentro dos cômodos, entra
frio, até alguns bichos. O telhado pode desabar num futuro próximo, gerando
estrago maior e ameaçando a vida da sua família. Mas se você tiver alguém com
doença grave na família, provavelmente vai deixar o conserto do telhado para
depois e cuidar do atendimento emergencial hospitalar antes.
O segundo motivo pelo qual a
pandemia de coronavírus atrasa o debate e as ações pelo clima diz respeito à
uma questão cognitiva. A pandemia de gripe está associada ao frio. Passamos a
desejar que os dias quentes se prolonguem e o inverno demore a chegar. O sol é
um aliado. Imaginar um mundo mais quente traz – mesmo que inconscientemente –
conforto.
Índices de poluição do ar
despencam nos países com quarentena.
Restrição da circulação e
redução de atividades industriais faz com que índices de poluição caiam mais de
30% em algumas regiões. (biznews)
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