Ruas
ficam vazias em horário de pico no centro do Rio e Janeiro.
Em
um mês de quarentena, uma única pessoa pode deixar de emitir cerca de meia
tonelada de CO2.
A pandemia de coronavírus fez
com que o mundo enfrentasse uma realidade totalmente inesperada. A cidade de
São Paulo, por exemplo, que possui algumas das ruas e avenidas mais
movimentadas do planeta, chegou a registrar 0 km de trânsito durante vários
dias após o início da quarentena decretada no dia 24 de março. Os dados são da
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Não coincidentemente, os
números oficiais divulgados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
(CETESB) apontam que o índice de poluentes liberados diretamente no ar
apresentou diminuições sensíveis, perto de 50%, neste período de isolamento.
Segundo o Relatório de
Emissões Veiculares da CETESB, o Estado de São Paulo detém cerca de 40% da
frota automotiva do país e chega a emitir, em um ano, mais de 400 toneladas de
CO2. Um cálculo simples pode nos ajudar a entender o impacto de um
único veículo a menos nas ruas.
Imagine que uma pessoa vá
trabalhar usando seu veículo próprio todos os dias, e que a distância média
entre o trabalho e sua casa é de 10 Km, portanto em ida e volta, serão 20 Km
por dia. Considerando que esta pessoa trabalhe 22 dias uteis por mês,
utilizando um veículo básico, flex 1.0, ela emitira 0,43 toneladas de CO2
(dióxido de carbono) por mês. Para compensar esta emissão seriam necessárias
aproximadamente 3 árvores.
Ilhas
de calor
Por sua vez, a queda na taxa
de poluição, além de melhorar a qualidade do ar, também diminui a formação de
ilhas de calor, fenômenos climáticos que ocorrem principalmente nas cidades com
elevado grau de urbanização e se caracterizam por apresentar uma temperatura
média mais elevada do que nas regiões rurais próximas.
A formação e presença de ilhas
de calor no mundo são negativas para o meio ambiente, pois favorecem a
intensificação do aquecimento global, e faz com que a umidade relativa do ar
fique baixa nestas áreas.
A cidade de São Paulo também costuma sofrer
muito com esse fenômeno, por sua grande concentração de asfalto (ruas,
avenidas) e concreto (prédios, casas e outras construções), além do alto nível
de poluição já comentado.
O
que a quarentena nos deixa de lição?
Nesse período, percebemos que
muitos paradigmas e pré-conceitos quanto ao trabalho remoto foram
desmitificados. As pessoas, e as empresas, perceberam que o que antes parecia
improvável, e talvez impossível, tornou-se, por obrigação, possível e viável.
Talvez esse seja um caminho sem volta.
Manter o trabalho remoto para
as atividades que se mostraram viáveis durante o isolamento pode gerar ganhos
mútuos para as empresas e colaboradores.
Podendo dispor de menos
espaços físicos para alocar pessoas, horários mais flexíveis e uma
infraestrutura mais simples e econômica, a empresa conseguirá gerar ganhos de
produtividade e redução de custos e despesas. Para o indivíduo, passar um tempo
muito menor no deslocamento, organizando melhor sua rotina de trabalho, é uma
vantagem significativa.
E também há ganhos para as
cidades: com uma ampliação desta modalidade de trabalho, as vias ficam mais
liberadas (gerando redução de emissões de poluentes e economia no consumo de
combustíveis) e a demanda pelo transporte público é reduzida (gerando uma
oferta mais eficiente e racional). Ou seja, pontos importantes que não podem
ser negligenciados.
Mudanças globais: isolamento
traz melhoras ao meio ambiente.
As medidas de segurança
impostas pelo surto do novo coronavírus no mundo surtiram efeitos ambientais
positivos. (ecodebate)
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