A caixa de Pandora do aquecimento global: novos
vírus e novas doenças estão por vir?
Um
grupo de cientistas norte-americanos publicou um estudo recente a partir de
amostras de gelo (com mais de 15.000 anos) coletadas no Tibet (China) que está
ajudando a comunidade científica a revelar as características ambientais
daquela época.
Mas
o que mais nos chamou a atenção sobre esse estudo foi a presença de mais de 33
populações de vírus, das quais 28 são totalmente desconhecidas. Mas você deve
estar se perguntando: “se esses microrganismos estão congelados, como poderiam causar
algum tipo de malefício?”. A resposta está em estudos anteriores que
evidenciaram algum tipo de atividade biológica desses micróbios mesmo em
baixíssimas temperaturas e que, portanto, há possibilidade de “ressuscitá-los”.
Este
tipo de pesquisa alerta para um tema largamente debatido na comunidade
científica: as mudanças climáticas. A NASA (Agência Espacial Norte Americana)
revelou em seus estudos que há um aumento considerável na quantidade de gases
tóxicos na atmosfera desde a Revolução Industrial no século XVIII e XIX e que
isso leva, como consequência, ao aumento da temperatura global.
Não
descartando a evidência de que as variações de temperatura são eventos cíclicos
naturais, há plena convicção de que as ações antrópicas (aquelas causadas pelos
seres humanos) são responsáveis pela aceleração drástica desse processo,
revelando que o aquecimento atual está ocorrendo aproximadamente dez vezes mais
rápido que a taxa média de aquecimento da recuperação da Era do Gelo.
Pois
bem. Agora vamos juntar as duas informações: mudanças climáticas e presença de
microrganismos no gelo glacial de milhares de anos atrás. O que temos? De
acordo com os cientistas, há duas possíveis respostas para isso. A primeira
está relacionada à perda de biodiversidade (diversidade de formas de vida)
microbiana devido ao derretimento do gelo, o que dificultaria as pesquisas
sobre esses arquivos microbianos e sobre as condições climáticas daquela época.
A
segunda, muito mais perigosa, porém não excludente da primeira, se refere à
liberação desses micróbios para o ambiente em que vivemos, o que poderia (não
há estudos sobre isso) levar a outras pandemias em função da periculosidade
desses “novos” vírus.
Portanto,
essa caixa de Pandora (com muitas coisas que ainda desconhecemos) pode ser
aberta a qualquer momento caso não fiquemos atentos às evidências das mudanças
climáticas que se apresentam cotidianamente por meio de diferentes formas
(efeito estufa, acidificação dos oceanos, eventos climáticos extremos etc.) e
que, sem a menor sombra de dúvidas, afetam nossas vidas. (ecodebate)
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