Quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODSs) são chave para recuperação sustentável no pós-COVID.
A
pandemia do coronavírus mostrou que os avanços na luta contra a pobreza e a
fome e a busca pela saúde e pelo bem-estar podem ser prejudicados, caso a
comunidade global não enfrente as ameaças ambientais que comprometem os
sistemas – e que permitem que a humanidade e o planeta sobrevivam e prosperem.
Só
é possível ter recuperação e desenvolvimento sustentável duradouros quando as
respostas, os planos e as políticas ambientais recebem a devida importância. À
medida que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) se une à
comunidade internacional, mobilizando respostas imediatas às áreas da saúde,
economia e segurança, quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável serão
vitais para a recuperação sustentável – Ação Contra a Mudança Global do Clima,
Vida Terrestre, Vida na Água e Consumo e Produção Responsáveis.
A
pandemia do coronavírus mostrou que os avanços na luta contra a pobreza e a
fome e a busca pela saúde e pelo bem-estar podem ser prejudicados, caso a
comunidade global não enfrente as ameaças ambientais que comprometem os
sistemas – e que permitem que a humanidade e o planeta sobrevivam e prosperem.
Só
é possível ter recuperação e desenvolvimento sustentável duradouros quando as
respostas, os planos e as políticas ambientais recebem a devida importância. À
medida que o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) se une à comunidade internacional, mobilizando respostas imediatas
às áreas da saúde, economia e segurança, quatro Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável serão vitais para a recuperação sustentável – Ação Contra a Mudança
Global do Clima (ODS 13), Vida Terrestre (ODS 15), Vida na Água (ODS 14) e
Consumo e Produção Responsáveis (ODS 12).
“A
pandemia já causou desastres e dificuldades inimagináveis e parou quase
completamente nossas vidas. Por conta disso, teremos consequências econômicas e
sociais profundas e duradouras em todo o mundo”, disse a diretora executiva do
PNUMA, Inger Andersen.
Ação Contra a Mudança Global do Clima (Objetivo 13)
A
crise climática pode ter efeitos mais lentos do que a pandemia, mas é provável
que eles sejam piores a longo prazo. Não existe ciência, tecnologia ou
financiamento para resolver o aquecimento global. Sem compromisso com a
descarbonização, o planeta estará a caminho de um aumento de 3,2°C ou mais
na temperatura global, o que traz uma maior probabilidade de pandemias, eventos
climáticos extremos, secas e inundações e provoca a desestabilização
generalizada dos sistemas alimentares, econômicos e de segurança globais. O
aquecimento global descontrolado poderá desfazer os avanços feitos em quase
todos os objetivos de desenvolvimento sustentável, o que prejudicará a
recuperação econômica.
Contudo,
hoje, é possível limitá-lo. Como os planos são formulados para ajudar os países
e comunidades a reconstruírem suas economias e sociedades, essa é uma
oportunidade para aderir à energia renovável, às tecnologias verdes e aos novos
setores sustentáveis que levarão o planeta rumo à descarbonização.
Para
a estabilidade climática, o PNUMA está apoiando formuladores de políticas
públicas e investidores nacionais, regionais e sub-regionais e criando pacotes
e financiamentos de estímulo fiscal verde. Além disso, está priorizando
empregos e fontes de renda sustentáveis, incentivando investimentos em
patrimônios públicos e infraestruturas sociais e ecológicas, promovendo o
consumo e a produção de baixo carbono e impulsionando a responsabilidade
financeira.
Esse
trabalho se concentra em setores críticos para uma economia forte, como
transição energética, edifícios e construções inteligentes, sistemas
alimentares, gerenciamento de resíduos e mobilidade, permitindo que o mundo
estabeleça a próxima geração de infraestrutura sustentável e produtiva.
Isso
inclui esforços para tornar o comércio mais resiliente e sustentável ao clima e
aproveitar as lições aprendidas no Novo Acordo Global Verde (Global Green New
Deal). Em colaboração com o PNUD e outros parceiros, o PNUMA também está
apoiando ações em andamento para enfrentar a mudança climática, repensando
energia, refrigeração, soluções baseadas na natureza e investimentos de
recuperação para se alinhar ao Acordo de Paris e garantir a redução do risco do
colapso do clima e da natureza.
PNUMA
está encorajando os Estados-membros a identificarem e apoiarem essas
oportunidades e reforçarem os resultados favoráveis na próxima Conferência das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) em 2021 e na ampla agenda de 2030.
Vida Terrestre (Objetivo 15)
Doenças
transmitidas de animais para seres humanos – zoonoses como a COVID-19 –
continuarão a aumentar à medida que o mundo segue destruindo os habitats
selvagens para a atividade humana. Habitats degradados podem promover uma
interação mais direta entre pessoas e animais, acelerando os processos
evolutivos dos vírus e diversificando as doenças à medida que os patógenos se
espalham facilmente para rebanhos e seres humanos.
Para
evitar novas pandemias, tanto a destruição de habitats naturais para a
agricultura quanto a mineração e a habitação devem se tornar sustentáveis. É
essencial que os governos, o setor privado e a sociedade civil se recuperem
melhor trabalhando a favor, e não contra, do meio ambiente, a fim de gerenciar
e criar resiliência a futuras ameaças sistêmicas.
O
PNUMA está fornecendo informações sobre as causas de transmissão de doenças
zoonóticas para instruir os formuladores de políticas públicas a protegerem as
populações, sensibilizando-os sobre os prejuízos causados pela destruição
ambiental descontrolada. Além disso, em colaboração com o Secretariado da
Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, o PNUMA está ajudando os governos
a desenvolverem e/ou fortalecerem suas políticas e medidas reguladoras de
biossegurança, a fim de detectar, prevenir, controlar e gerenciar patógenos
zoonóticos, e também está comprometido a apoiar os países para garantir
resultados ambiciosos na Conferência das Partes da Conferência de
Biodiversidade (COP15), que está prevista para ocorrer em 2021.
Vida na Água (Objetivo 14)
Não
há vida sem água: um bem comum que deve ser compartilhado entre todos.
A
natureza se recria e a água é continuamente renovada em ciclos hidrológicos,
mas o planeta sofre uma intensa destruição pelas ações e atividades humanas.
Os
ecossistemas que sustentam e protegem a vida debaixo d’água são tão importantes
quanto sobre a terra. O declínio e a degradação desses ambientes naturais marinhos,
costeiros e de água doce, e da biodiversidade que os acompanha, combinados com
o aquecimento, a acidificação e a poluição generalizada dos oceanos são uma
crise igualmente preocupante.
Os
seres humanos dependem desses ecossistemas para proteção costeira,
medicamentos, indústrias e alimentos. O estoque global de peixes nas últimas
décadas está cada vez mais baixo. Os recursos genéticos marinhos são utilizados
para fins farmacêuticos, incluindo antivirais, e a conservação desses
ecossistemas garante a conservação dos fármacos. O escoamento excessivo de
nutrientes também é uma questão que pode levar à eutrofização, ao surgimento de
algas nocivas e ao aumento potencial de zonas mortas, o que pode comprometer a
produção e a conservação de recursos vitais.
Com
lixos frequentemente acabando em mares e em outras fontes aquáticas e
considerando o aumento repentino dos resíduos médicos tóxicos, como os
plásticos descartáveis, principalmente devido à COVID-19, a orientação imediata
do PNUMA sobre o gerenciamento seguro de químicos e resíduos é importante tanto
para esse Objetivo quanto para o Objetivo 15. O PNUMA está apoiando os países
para garantir que as oportunidades das economias azuis sustentáveis sejam
reconhecidas e incluídas na recuperação econômica pós-COVID. Além disso, está
comprometido a apoiar resultados ambiciosos para uma economia azul consciente e
para a proteção de ecossistemas na Conferência das Nações Unidas sobre os
Oceanos, que teve sua data adiada de junho de 2020.
Consumo e Produção Responsáveis (Objetivo 12)
Produção
e consumo insustentáveis são perpetuados por financiamentos, investimentos e
estilos de vida. Tais práticas levaram ao esgotamento dos recursos naturais, à
ruptura de ecossistemas, às economias e infraestruturas de alto carbono e de
uso insustentável de recursos e aos problemas e doenças ambientais.
A
pandemia mostrou as fraquezas dos nossos sistemas. Provou que, se quisermos
alcançar com êxito as metas ambientais, as responsabilidades precisam se
estender do governo ao setor privado, sociedade civil e indivíduos. As
fronteiras fechadas, a disponibilidade de mercadorias e o confinamento nos
forçaram a mudar diversos hábitos ao redor mundo.
Algumas
dessas mudanças aceleraram setores novos e emergentes que apoiam o consumo
responsável, como o trabalho de casa e a produção local. À medida que as
pessoas retornam ao trabalho e as escolas reabrem, algumas dessas mudanças
positivas podem ser mantidas. Empregadores públicos e privados e indivíduos
testaram maneiras alternativas de trabalhar, estudar e consumir em uma escala
que pode dar um salto duradouro em direção à sustentabilidade.
O
PNUMA está trabalhando com parceiros em políticas de recuperação e
investimentos para incentivar a circularidade, a abordagem inclusiva voltada
para o consumo sustentável e o alinhamento das finanças públicas e privadas às
economias e sociedades sustentáveis e resilientes. Essa é uma oportunidade de
atender a essa demanda com pacotes de estímulo que incluam energia renovável,
edifícios e cidades inteligentes, transporte público verde, sistemas
alimentares e agrícolas sustentáveis e opções de estilo de vida.
Agir
hoje para proteger os ecossistemas terrestres e aquáticos, combater o
aquecimento global e incluir medidas de biossegurança e de segurança ambiental
é fundamental. Garantir que o conhecimento e o compromisso com o consumo e a
produção responsáveis se estendam por todos os pilares das sociedades é um
elemento fundamental para o progresso e sucesso de todos os outros Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.
A
natureza está em crise, ameaçada pela perda de biodiversidade e de habitat,
pelo aquecimento global e pela poluição tóxica. Falhar em agir é falhar com a
humanidade. Enfrentar a nova pandemia de coronavírus (COVID-19) e proteger as
futuras ameaças globais requer o gerenciamento correto de resíduos médicos e
químicos perigosos; a administração consistente e global da natureza e da
biodiversidade, e o comprometimento com a reconstrução da sociedade, criando empregos
verdes e facilitando a transição para uma economia neutra em carbono. A
humanidade depende de ação agora para um futuro resiliente e sustentável.
(ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário