A
pesquisa descobriu que uma proposta para regulamentar a mineração de terras
indígenas na floresta amazônica do Brasil pode afetar mais de 863.000 km2
de floresta e prejudicar a economia do país.
Liderada
pela Universidade de Queensland em visita à estudante de doutorado Juliana
Siqueira-Gay, uma colaboração internacional avisou que o projeto de lei de 2020
do presidente Jair Bolsonaro para minerar em Terras Indígenas reconhecidas
teria um custo.
“As
Terras Indígenas do Brasil são incrivelmente valiosas – social, ecológica e
economicamente”, disse Siqueira-Gay.
“Eles
são uma categoria única de área protegida, cobrindo 1,2 milhão km2, ou
23% do que é legalmente reconhecido como Amazônia”.
“O
governo brasileiro quer capitalizar esse valor, impulsionando a economia com a
expansão da mineração”.
“Mas
calculamos que essa política proposta – introduzida em fevereiro deste ano –
poderia levar a milhões, senão bilhões, de dólares em perdas a cada ano”.
“A
perda seria principalmente devido aos efeitos na produção de borracha, madeira
e castanha do Brasil, aumento dos danos aos serviços ecossistêmicos de
mitigação de gases de efeito estufa e outros serviços ecossistêmicos vitais”.
“É
um portfólio de ativos ecológicos que atualmente fornece ao Brasil cerca de US
$ 7 bilhões de AUD – simplesmente não faz sentido financeiro destruir algo tão
valioso.”
“Se
os 4.600 depósitos minerais conhecidos existentes fora das áreas atualmente
protegidas fossem desenvolvidos, você estaria olhando para 698 mil km2
de florestas a serem potencialmente afetados”.
“Mas,
com a aprovação desta proposta de política, essa área afetada poderia aumentar
em 20%, até 863 mil km2”.
“Este
aumento por si só é quase do mesmo tamanho que a Bélgica, Holanda, Suíça,
Dinamarca e Israel combinados.”
A
colaboradora do estudo, Dra. Laura Sonter, disse que tem preocupações reais com
essas florestas e suas comunidades apoiadas, e espera que a pesquisa seja
levada em consideração pela comunidade internacional.
“Se
o projeto do presidente Bolsonaro for aprovado pelo congresso brasileiro,
haverá uma cascata de efeitos negativos, tanto internamente no Brasil como
internacionalmente”, disse Sonter.
“Essas
terras abrigam 222 grupos indígenas, com mais de 644 mil famílias vivendo em
comunidades tradicionais e falando 160 idiomas”.
“Assim,
além dos custos econômicos para a nação, a vida das comunidades indígenas será
permanentemente alterada, e haverá impactos ambientais significativos”.
“Esperamos que esses dados possam ajudar o governo brasileiro e as pessoas a tomar decisões inteligentes e proteger essas terras preciosas”.
Terras indígenas em Roraima têm sofrido impacto do garimpo ilegal.
Estudo
aponta que mineração em terras indígenas pode provocar impactos negativos de
até US$ 5 bi.
Universidades
do Brasil e da Austrália calculam em mais de 20% o potencial de aumento do
impacto da atividade na Amazônia brasileira. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário