terça-feira, 13 de outubro de 2020

Descubra as ilhas de plástico que poluem nossos oceanos

Elas não estão nos mapas, mas nos nossos oceanos existem cinco ilhas de plástico flutuante que ameaçam com acabar com boa parte da vida marinha, afetando as mudanças climáticas. Algumas destas manchas de lixo — como a do Pacífico Norte — têm uma superfície como a França, Espanha e Alemanha juntas.
As ilhas de plástico se originam quando os resíduos flutuantes entram nas correntes marinhas rotativas.

As ilhas de plástico são os cinco continentes da vergonha, o resultado de mais de seis décadas de descargas aos oceanos, procedentes, principalmente, da terra firme e do tráfego marítimo. Durante todos estes anos, pusemos em circulação 8,3 bilhões de toneladas deste polímero em termos globais, conforme estimativas da Universidade da Califórnia. O mais preocupante é que mais de 70% são agora resíduos que colapsam os depósitos de lixo e os mares do planeta.

COMO SE FORMAM AS ILHAS DE PLÁSTICO DOS OCEANOS?

Estas gigantescas concentrações de lixo estão formadas majoritariamente por microplásticos de menos de cinco milímetros que flutuam no interior das correntes rotativas e ficam presos nestes imensos redemoinhos, agrupados pelas correntes internas. O resultado disso é que as cinco maiores ilhas de plástico do mundo coincidem com os principais vórtices oceânicos: os dois do Pacífico, os dois do Atlântico e o do Índico. Também há ilhas de plástico em outros mares do planeta, como o Mediterrâneo ou o do Caribe, embora sejam muito menores e dispersas que as anteriormente mencionadas.

A 1ª destas 5 manchas de lixo, a do Pacífico Norte, foi descoberta em 1997 pelo oceanógrafo norte-americano Charles Moore. 3 delas foram encontradas no Atlântico Norte em 2009, no Índico em 2010 e no Pacífico Sul em 2011. Em 2017, confirmou-se a existência da última no Atlântico Sul. A seguir, sitúa en el mapa las islas de plástico e descubra algumas de suas características:

Ilhas de plástico nos oceanos mundiais
CONSEQUÊNCIAS DAS ILHAS DE PLÁSTICO NO PLANETA

A Organização das Nações Unidas (ONU) está advertindo desde há muito tempo a comunidade internacional sobre os danos causados pelo lixo oceânico na economia e no meio ambiente. Estes resíduos destroçam os ecossistemas marinhos ao provocarem a morte de mais de um milhão de animais por ano. Além disso, encarecem em milhares de milhões de dólares a conservação dos oceanos prevista inicialmente pelo Convênio sobre a Diversidade Biológica da ONU.

Da mesma forma, o plástico oceânico compromete a subsistência e a prosperidade de muitas pequenas comunidades que vivem da pesca, prejudica a qualidade do ar, contamina a atmosfera e contribui para o aquecimento global. Neste sentido, pesquisadores da Universidade do Havaí descobriram em 2018 que o polietileno — um dos plásticos descartáveis mais utilizados — emite gases de efeito estufa, como o etileno e o metano, quando se descompõe ao sol.

Mesmo assim, organizações como o Greenpeace denunciam que o plástico flutuante significa tão só 15% do total, enquanto 85% permanece escondido debaixo da água — em profundidades de até 11.000 metros ou, inclusive, preso no gelo do Ártico —. O lixo oceânico prolifera de tal forma que até o Fórum Econômico Mundial (WEF) prevê que em 2050 os oceanos poderiam conter mais toneladas de plástico do que de peixes.
Mar de plástico a se movimentar pelo oceano.

COMO ACABAR COM AS ILHAS DE PLÁSTICO?

Acabar com o plástico dos oceanos é uma tarefa tão urgente como difícil de tratar. Apesar de já existirem algumas iniciativas engenhosas em andamento, são projetos que propõem soluções em pequena escala. Estas tentativas são louváveis, mas insuficientes para um problema que, além de tecnologia, requer pesquisa científica, ação política e cooperação internacional, entre outros aspectos.

Porém, está em nossas mãos fazer algo para evitar que a situação piore com práticas simples tais como:

Reduzir o consumo de plásticos, reutilize tudo o que puder e recicle sempre, quer seja em contêineres ou em pontos limpos.

Apoie as organizações que trabalham para erradicar o plástico oceânico.

Contribua para a divulgação do problema e conscientize as pessoas que vivem perto de você.

Participe de jornadas de limpeza em mar aberto e áreas costeiras para a recuperação e reciclagem de resíduos.

Acúmulo de lixo plástico flutuando na costa norte de Honduras, em foto de Caroline Power: o problema é global.

Mar de plástico navega entre os oceanos, ganhando o mundo.

A notícia de que a Grande Mancha de Lixo do Pacífico já ocupa uma área 16 vezes maior do que se estimava aumenta a urgência de uma solução para o problema dos resíduos plásticos, os principais poluidores dos mares.

Alerte as autoridades sempre que você ficar sabendo ou presenciar infrações relacionadas com a gestão dos resíduos plásticos. (Iberdrola)

Nenhum comentário:

Degradação florestal na Amazônia afeta área três vezes maior que desmatamento

Entre março de 2023 e de 2024, INPE detectou aviso de degradação para 20,4 mil km², maior que os 18 mil km² do período anterior. É necessári...