quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Aquecimento de 2°C liberaria bilhões de toneladas de carbono do solo

Os solos globais contêm duas a três vezes mais carbono do que a atmosfera, e temperaturas mais altas aceleram a decomposição – reduzindo a quantidade de tempo que o carbono passa no solo (conhecido como “turnover de carbono no solo”).

O novo estudo de pesquisa internacional, liderado pela Universidade de Exeter, revela a sensibilidade do turnover do carbono do solo ao aquecimento global e, subsequentemente, reduz pela metade a incerteza sobre isso nas projeções de mudanças climáticas futuras.

A estimativa de 230 bilhões de toneladas de carbono liberadas com o aquecimento de 2°C (acima dos níveis pré-industriais) é mais de quatro vezes o total das emissões da China e mais do que o dobro das emissões dos EUA nos últimos 100 anos.

“Nossas regras de estudo fora a maioria das projeções extremas – mas sugere, no entanto, as perdas de carbono do solo substanciais devido às alterações climáticas em apenas 2°C o aquecimento, e este nem sequer incluem as perdas de carbono mais profundo permafrost”, disse o coautor Dr. Sarah Chadburn, da Universidade de Exeter.

Esse efeito é chamado de “feedback positivo” – quando as mudanças climáticas causam efeitos indiretos que contribuem para mais mudanças climáticas.

A resposta do carbono do solo às mudanças climáticas é a maior área de incerteza na compreensão do ciclo do carbono nas projeções das mudanças climáticas.

Para resolver isso, os pesquisadores usaram uma nova combinação de dados observacionais e Modelos do Sistema Terrestre – que simulam o clima e o ciclo do carbono e, posteriormente, fazem previsões sobre as mudanças climáticas.
O avanço do aquecimento global pode liberar na atmosfera um enorme volume de metano e dióxido de carbono retido no permafrost, o solo perenemente congelado do Ártico. O processo, segundo cientistas, já começou e tem potencial de acelerar ainda mais a elevação das temperaturas no planeta.

Permafrost: O gigante adormecido do aquecimento global.

“Nós investigamos como o carbono do solo está relacionado à temperatura em diferentes locais da Terra para descobrir sua sensibilidade ao aquecimento global”, disse a autora Rebecca Varney, da Universidade de Exeter.

Modelos de última geração sugerem uma incerteza de cerca de 120 bilhões de toneladas de carbono a 2°C de aquecimento médio global.

O estudo reduz essa incerteza para cerca de 50 bilhões de toneladas de carbono.

O coautor, Professor Peter Cox, do Exeter’s Global Systems Institute, disse: “Reduzimos a incerteza nesta resposta às mudanças climáticas, que é vital para calcular um orçamento global de carbono preciso e cumprir com sucesso as metas do Acordo de Paris”.

O trabalho foi realizado em colaboração com cientistas do Met Office e institutos nos EUA e na Suécia.

Aquecimento global, degelo e efeito estufa: tudo a ver.

No Alasca, solo congelado já dá mostra de derretimento, liberando dióxido de carbono que estava armazenado.

Estudo mostra que o derretimento de solo gelado dos árticos liberaria o dobro do dióxido de carbono que já existe na atmosfera.

O estudo, publicado na Nature Communications, é intitulado “A spatial emergent constraint on the sensitivity of soil carbon turnover to global warming”. (ecodebate)

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