Essas tendências incluem
secas, surtos virais e vastas expansões de infraestrutura em todo o mundo.
Segundo os pesquisadores, uma estratégia global de interação homem-natureza
deve ser desenvolvida se pretendemos garantir a sobrevivência de ambos.
Faculty of Science*, University of Copenhagen
As florestas da Terra são
indispensáveis tanto para os humanos quanto para a vida selvagem: elas absorvem
CO2, fornecem alimento para grande parte da população mundial e
abrigam todos os tipos de animais. Em um novo acordo, o governo dinamarquês
reservou 888 milhões de coroas suecas para proteger a natureza e a
biodiversidade.
No entanto, as medidas de
conservação florestal estão atrasadas em outros países, diz Laura Vang
Rasmussen, professora assistente do Departamento de Geociências e Gestão da
Natureza da Universidade de Copenhagen.
“É fundamental que países
como a Dinamarca, e especialmente países com condições econômicas mais fracas,
priorizem as florestas e tenham planos de conservação florestal. Sem a adoção
de estratégias de conservação, secas e epidemias virais podem ter consequências
graves para as florestas e humanos”, diz ela.
Rasmussen, junto com outros pesquisadores da Universidade de Manchester, está por trás de um novo estudo no qual 24 especialistas de todo o mundo classificaram as tendências mais significativas que afetarão as florestas do mundo na próxima década.
Seca e novos surtos virais
Na Dinamarca, vimos um
aumento no número de verões com chuvas escassas e no resto do mundo –
especialmente na costa oeste dos Estados Unidos – as secas foram responsáveis
por incêndios florestais massivos e devastadores. O novo estudo argumenta que
essa tendência vai continuar:
“Quando perdemos floresta,
devido à seca, por exemplo, o risco de propagação de vírus como o coronavírus
aumenta. Quando os incêndios florestais perturbam os ecossistemas naturais,
animais portadores de doenças, como morcegos ou ratos, fogem de seus
ecossistemas carbonizados para cidades e vilas. E, como nós como vimos com a
pandemia de coronavírus, os surtos virais têm enormes consequências na saúde e
economia globais”, explica Rasmussen.
Os humanos estão migrando do
campo para as cidades, com mais pessoas a caminho.
Pessoas que desejam se mudar
das áreas rurais para as cidades podem ter consequências positivas e negativas
para as florestas do mundo.
“Pode ser que a quantidade de
floresta aumente à medida que mais e mais agricultores abandonam seus meios de
subsistência em favor de empregos urbanos com salários mais altos. Isso
permitiria que as florestas crescessem. Por outro lado, corremos o risco de que
as populações urbanas em expansão aumentem a demanda por safras
comercializáveis, o que resultará em mais florestas sendo desmatadas para a
agricultura”, diz Laura Vang Rasmussen.
Além disso, a população
humana do planeta está projetada para aumentar para cerca de 8,5 bilhões até
2030. Isso resultará em um aumento da demanda por carne, cereais, vegetais,
etc, o que significa que mais florestas precisarão ser derrubadas para acomodar
os campos e a produção de carne fazendas e instalações.
25 milhões de quilômetros de
novas redes rodoviárias em todo o mundo
Em 2050, as redes rodoviárias
globais deverão se expandir em cerca de 25 milhões de quilômetros. É provável
que isso tenha um efeito positivo na mobilidade humana, permitindo que as
pessoas se desloquem entre as cidades com facilidade e se movimentem e vendam
mercadorias com mais facilidade. No entanto, a desvantagem da construção de
estradas é inevitavelmente ter que limpar a floresta para o leito da estrada.
Além de ter que cuidar das
florestas em prol do meio ambiente e da vida selvagem, a conservação da
floresta também está relacionada à pobreza, conclui Laura Vang Rasmussen:
“É problemático que a
conservação florestal, a agricultura e a pobreza sejam vistas como distintas
uma da outra. De fato, os três fatores influenciam-se mutuamente, pois
estratégias para aumentar a produção agrícola podem impactar negativamente as
florestas.
Por outro lado, o aumento das áreas florestais faz é mais difícil para a agricultura produzir alimentos suficientes. “Como tal, esperamos que nossa pesquisa seja capaz de contribuir para evidenciar a complexa dinâmica entre a produção agrícola, o desmatamento, a pobreza e a segurança alimentar”.
Brasileiro critica estratégia de preservação de florestas na 'Science'.
Em artigo, pesquisadores
mostram como uma política ambiental baseada apenas no plantio de árvores não é
o bastante para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. (ecodebate)
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