A
Medicina do País se compõe – em ampla frente, de Norte a Sul – para a defesa da
qualidade do ar e da vida. Pneumologistas, cardiologistas, clínicos médicos,
ginecologistas, neurologistas, médicos de tráfego, emergencistas, nutrólogos,
obstetras, pediatras, associações médicas. Todos! Por uma causa do bem.
Em
coesão, em uma só voz, os médicos pleiteiam a manutenção do prazo de vigência (2023)
da fase P8 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores.
A contenda é para que as montadoras de veículos automotores cumpram o Padrão
Internacional Euro VI, conjunto de normas para minimizar os poluentes lançados
no ar que respirados pela frota veicular.
Nesse
quesito, aliás, estamos nove anos atrasados em relação à Europa e 13 anos aos
Estados Unidos.
Eventual adiamento por mais três anos, para 2026, como deseja a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), custará ao Brasil mais milhares de mortes relacionadas à poluição veicular, além de representar ao combalido Sistema Único de Saúde milhões de reais em tratamentos evitáveis, caso o investimento seja em políticas preventivas.
Poluição do ar mata mais que o tabaco, alertam cientistas.
Tudo
isso em momento de crise sanitária mundial, sobre a qual ninguém tem certeza de
quando será controlada.
A
Sociedade Brasileira de Clínica Médica, da qual sou presidente, integra esse
movimento e é signatária de dossiê enviando à Presidência da República, ao
Ministério da Saúde e ao Ministério do Meio Ambiente.
Muitos
artistas e esportistas também estão ao nosso lado, para defender mais
responsabilidade do Estado na inadiável batalha contra a contaminação do ar.
Aliás,
é mister ressaltar, que a contaminação do ar é responsável por 35% das mortes
por doenças respiratórias, 15% das mortes por doenças cerebrovasculares, 44%
das mortes por doenças do coração, 6% das mortes por câncer de pulmão e 50% dos
casos de pneumonia em crianças, segundo dados recentes da Organização
Pan-Americana de Saúde.
Isso posto, vem a pergunta que não quer calar: se as
montadoras seguem as regras-padrão na Europa e EUA, qual o motivo de elas
tentarem prorrogar indefinidamente a adoção aqui?
A
saúde do brasileiro vale tanto quanto a do europeu e a do americano, creio que
concordamos.
Então,
quem pensa diferente, que venha a público e o diga com todas as letras.
Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
Petróleo e o gás também estão a caminho de ultrapassar os níveis de emissão de carbono.
Poluição do ar é “um assassino silencioso” que mata
7 milhões de pessoas por ano. (ecodebate)
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