A década 2011-20 foi a mais
quente do Holoceno.
“As mudanças climáticas são
uma ameaça existencial de médio prazo à civilização humana” - Nafeez Ahmed
(03/06/2019).
O aquecimento global é uma
realidade inexorável. A década de 2011/20 foi a mais quente desde o início do
Holoceno (últimos 12 mil anos) e também aquela que apresentou a maior tendência
de aumento da temperatura.
O
aquecimento global derrete o gelo dos polos, da Groenlândia e dos glaciares
elevando o nível do mar e deixando bilhões de pessoas afetadas pela invasão da
água salgada e escassez da água potável. A acidificação e a morte dos oceanos
vai ter um impacto devastador para a humanidade. O aquecimento e a acidificação
também vai afetar a agricultura e o preço dos alimentos deve subir, aumentando
a insegurança alimentar e acendendo uma centelha capaz de incendiar grandes
mobilizações de massa.
Para mitigar o aquecimento global, libertar-se dos combustíveis fósseis é essencial. Não basta mudar a matriz energética, descarbonizar a economia e promover uma maquiagem verde no processo de produção e consumo. É preciso, urgentemente, colocar na ordem do dia o debate sobre os meios de se promover o decrescimento das atividades antrópicas. A meta de redução da pobreza deve ser alcançada pelo decrescimento das desigualdades sociais e não pelo crescimento demoeconômico desenfreado.
O ano de 2020 está a caminho de ser o mais quente do Antropoceno.
O
Holoceno (os 12 mil anos antes da Revolução Industrial e Energética) foi um
período de estabilidade climática e de abundância de serviços ecossistêmicos.
Em certo sentido, algo parecido com a imagem luminosa e idílica do paraíso.
Até
a elite econômica de Davos/Suíça, reconhece a gravidade da situação ecológica.
O relatório do Fórum Econômico Mundial, de janeiro/2020, afirma que a crise
climática é o maior risco global, pois se nos anos anteriores os problemas
econômicos eram considerados as maiores ameaças, agora os temores de colapso
climático ficaram no centro do palco. Percepções de risco se desviaram para
condições climáticas extremas, desastres ambientais, perda de biodiversidade,
catástrofes naturais e falha na mitigação das mudanças do clima. Uma das
estrelas do evento foi Greta Thunberg que reforçou a demanda pelo fim do uso
dos combustíveis fósseis.
Assim, é preciso evitar a procrastinação e a inação. A 6ª extinção em massa das espécies e o agravamento do aquecimento global são apenas o prelúdio de um colapso ecossocial que se vislumbra no horizonte. O aquecimento global é a maior ameaça existencial à humanidade. Assim como existe uma emergência de saúde pública (por conta do coronavírus), existe também uma emergência climática por conta do aumento da temperatura global.
O Holoceno está para o ‘paraíso’ assim como o Antropoceno está para o ‘inferno’
A humanidade
abandonou a estabilidade climática do Holoceno e criou o Antropoceno que é uma
Era marcada pelo aquecimento global e pela 6ª extinção em massa das espécies.
O
mundo precisa aprender com o trauma da covid-19 e acordar para a urgência de se
resolver os problemas ambientais do século XXI. Senão, como mostrou o
jornalista David Wallace-Wells, teremos uma “Terra inabitável”. (ecodebate)
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