Sob os holofotes desse cenário, o Fórum Econômico
Mundial, fundado pelo professor Klaus Schwab, possui como missão o compromisso
com a melhoria do estado do mundo. Fundado em 1971 para discutir práticas de
gestão global, o Fórum vem desempenhando um grande papel entre as lideranças
mundiais. O professor Schwab nos brindou, por exemplo, com a terminologia
Indústria 4.0 em 2010, momento em que falou sobre as futuras transformações que
o mundo viveria. Dessa vez, Schwab nos alerta que, apesar do alto preço pago
com a pandemia que nos assola, pode ser a oportunidade que o mundo precisa para
repensar e corrigir muitas coisas, uma espécie de segunda chance.
Nos últimos 200 anos, na chamada era das revoluções,
o capitalismo produziu muita riqueza. Quase triplicou a expectativa de vida,
erradicou muitas doenças que dizimaram milhares de pessoas, nos levou à lua,
desenvolveu a medicina, engenharia, os meios digitais, psicologia, a ciência
como um todo, mas não fomos capazes de equilibrar e dividir toda essa riqueza
de forma a promover o bem comum. Assim, vemos que o capitalismo é ótimo para
produzir e péssimo para dividir, gerando uma desigualdade imensa, dividindo o
mundo entre “poucos com muito” e “muitos com pouco”.
Além da geração mal distribuída de riqueza, quando observamos o dia de sobrecarga da Terra, fica bastante clara a exploração dos recursos naturais sem precedentes. Trata-se da data em que consumimos todos os recursos naturais disponíveis para o ano e, a cada ano que passa, batemos novos recordes. Para exemplificar, se comparado com uma conta bancária, seria o dia que se entra no vermelho. Em 2019, no Brasil foi 31/07 e, nos EUA em 15/03, ou seja, utilizamos os recursos naturais disponíveis para o ano de 2019 inteiro antes do meio do ano. Para que se possa ter parâmetro de comparação, o dia de sobrecarga da terra na década de 70 era 29/12.
Para Schwab a Covid-19 evidenciou muitas das vulnerabilidades da humanidade, mas mostrou que o mundo pode agir rápido e junto por um bem maior. Para o professor, a palavra reset é a primeira que vem em mente quando se fala do momento, pois agora temos que pensar como estruturar, como projetar e viver era pós Covid-19, uma coisa é certa, não podemos voltar ao velho normal, temos que encarar o que vivemos em 2020 e aproveitar para fazer como nossos pais e avós fizeram após a Segunda Guerra Mundial para realmente refletir sobre o que deu errado e o que poderíamos fazer melhor.
Com a atual e impactante transformação ritmada pela
quarta revolução industrial, uma renovação completa na economia, política e
sociedade já vinha ocorrendo. A pandemia com certeza catalisou isso e veremos
um mundo diferente, com novos valores e consecutivamente, mercados deixarão de
existir e outros surgirão.
Essa reinicialização do mundo, segundo executivos do
Fórum Econômico Mundial deverá ser pautada em três prioridades centrais.
1º: Tornar o mundo mais resiliente para eventuais
novas surpresas, cisnes negros, como são chamados, talvez diferentes tipos de
vírus.
2º: Tornar o mundo mais inclusivo, mais justo e
equilibrado, atingimos níveis insustentáveis de pessoas em situação de
vulnerabilidade.
Terceiro: Tornar o mundo muito mais verde, colocando
todas as energias na descarbonização e preservação de recursos para evitar uma
catástrofe ainda maior.
Dessa maneira podemos esperar para os próximos anos
uma agenda muito mais pautada em engenharia social e economia circular.
As empresas precisam olhar atentamente para esses pontos, pois o pensamento não será mais de lucro como fator principal e sim do impacto que a organização terá na sociedade que está inserida.
*Marcelo Souza é CEO da Indústria Fox, pioneira em indústrias de reciclagem, refurbished de eletrônicos e plataformas digitais da economia circular.
Visando consolidar o conhecimento relativo ao tema
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