Uma nova pesquisa, publicada
em 25/01/21 na revista The Cryosphere, mostra que a Terra perdeu 28 trilhões de
toneladas de gelo entre 1994 e 2017 — o equivalente a uma camada de gelo de 100
metros de espessura cobrindo todo o Reino Unido.
A equipe, liderada por
cientistas da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriu que a taxa de
perda de gelo no planeta aumentou significativamente nas últimas três décadas,
passando de 0,8 trilhão de toneladas por ano na década de 1990 para 1,3 trilhão
de toneladas em 2017. Ao longo de 23 anos, a taxa de perda de gelo aumentou em
65%, em razão principalmente do aumento acentuado nas perdas dos mantos de gelo
polares na Antártida e na Groenlândia.
O derretimento do gelo em
todo o mundo eleva o nível do mar, aumentando o risco de inundações em
comunidades costeiras e ameaçando destruir os habitats naturais de animais
selvagens. "Os mantos de gelo estão
agora seguindo os piores cenários de aquecimento climático estabelecidos pelo
Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática. O aumento do nível do mar
nesta escala terá impactos muito sérios nas comunidades costeiras neste
século", afirma Thomas Slater, principal autor do estudo, em nota.
Gelo da Groenlândia derrete
em velocidade recorde em 12 mil anos.
Em 2019 a camada de gelo
perdeu mais de 500 bilhões de toneladas, um recorde desde o início da coleta de
dados por satélites.
Isobel Lawrence, pesquisadora
do Centro de Observação e Modelagem Polar de Leeds, explica que a perda de gelo
do mar não contribui diretamente para o aumento do nível do mar, mas tem uma
influência indireta. "Uma das principais funções do gelo do mar Ártico é
para refletir a radiação solar de volta ao espaço, o que ajuda a manter a
temperatura do Ártico."
Segundo especialista, à
medida que o gelo marinho encolhe, mais energia solar é absorvida pelos oceanos
e pela atmosfera, fazendo com que o Ártico aqueça mais rápido do que em
qualquer outro lugar do planeta. "Isso não apenas está acelerando o
derretimento do gelo marinho, mas também exacerbando o derretimento das
geleiras e mantos de gelo, que fazem com que o nível do mar suba".
Metade de todas as perdas
foram devido ao gelo em terra — incluindo 6,1 trilhões de toneladas de geleiras
de montanha, 3,8 trilhões de toneladas da camada de gelo da Groenlândia e 2,5
trilhões de toneladas da camada de gelo da Antártida. Essas perdas elevaram o
nível global do mar em 35 milímetros.
"Além de contribuir para o aumento do nível médio do mar global, as geleiras das montanhas também são essenciais como recurso de água doce para as comunidades locais", diz Inès Otosaka, coautora do relatório e pesquisadora do Centro para Observação Polar e Modelagem de Leeds. "O recuo das geleiras ao redor do mundo é, portanto, de importância crucial em escala local e global".
Groenlândia está derretendo.
O encolhimento do manto de
gelo da ilha desencadeia um processo que se retroalimenta e acelera a crise
climática global.
As correntes resultantes do
derretimento têm aparecido cada vez mais cedo na primavera. Em 2016, o processo
foi tão precoce que houve quem desconfiasse dos instrumentos de medição. (revistagalileu.globo)
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