Apesar dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU pedirem por água e saneamento para todos até 2030, a entidade mundial diz que a escassez de água está aumentando e mais da metade da população do mundo viverá em regiões com insuficiência de água até 2050.
Às vésperas do Dia Mundial da Água da ONU, a ser celebrado em 22 de março, fotógrafos da agência Reuters usaram drones para registrar fotos e vídeos dramáticos de águas poluídas por todo o mundo.
Em uma imagem, um sofá descartado é visto encalhado no rio Tietê, em São Paulo, a maior cidade do Brasil, no qual centenas de toneladas de esgoto não tratado e lixo são despejadas diariamente. Um sofá e um estrado de colchão flutuam na imundície do rio.
Outras imagens mostram lixo doméstico obstruindo o rio Citarum, em Bandung, Indonésia, e esgoto sendo despejado no Eufrates, em Najaf, Iraque.
A drª Julia Brown, uma geógrafa especializada em meio ambiente e desenvolvimento da Universidade de Portsmouth (EUA), disse que muitos países com agricultura e indústria intensivas carecem de água potável segura.
"Quando compramos produtos e compramos alimentos e roupas, nem sempre entendemos que estamos na verdade importando a água de alguém e, com frequência, esses países dos quais importamos água, nos abacates ou em nossas calças jeans, são na verdade países com muita escassez de água", disse à Reuters.
Brown acrescentou que, apesar do aumento do acesso à água ser importante, manter esse serviço em algumas das partes mais pobres do mundo é com frequência ignorada.
"As ONGs gostam de terem suas fotos tiradas ao lado de novas bombas manuais reluzentes, mas então elas se afastam e fica aos cuidados das comunidades levantar fundos para a manutenção desses sistemas, para assegurar que sejam reparados. Mas e se não forem?", disse a especialista.
"Pesquisa indica que sempre encontraremos um terço das bombas manuais por toda a África subsaariana quebradas".
"Vivemos doentes aqui, porque nossas famílias ficam em contato direto com essa água e esses dejetos", disse o pescador e morador local Pape Malick Ba, no Senegal.
Em setembro do ano passado, o Ministério de Águas e Saneamento lançou um há muito prometido projeto de limpeza da baía de Hann, ao custo de US$ 168 milhões. Enquanto os moradores esperam por seus resultados, lutam para manter suas praias limpas por meio de iniciativas dos próprios cidadãos.
Infraestrutura inadequada de esgoto nos bairros adjacentes de Hann-Bel-air e Mbao faz com que quantidades de dejetos sólidos e líquidos sejam despejados sem tratamento na baía o ano todo.
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