Organização Meteorológica
Mundial confirma marca alcançada em 2020 de 413,2 partes por milhão;
temperatura global continuará subindo se tendência de alta persistir; agência
da ONU pede revisão de sistemas industriais, de energia, transporte e modos de
vida.
Repercussões negativas
Em 2015, a quantidade de CO2
na atmosfera ultrapassou a marca de 400 partes por milhão, ppm. Cinco anos
depois, o total superou 413 ppm, um nível visto como “mais do que apenas uma
fórmula química e números em um gráfico”.
Para o secretário-geral da
OMM, Petteri Taalas, deve haver “grandes repercussões negativas” dessa situação
para o dia a dia e bem-estar, para o estado do planeta e para as gerações do
futuro.
Nos últimos dois anos, a taxa
das concentrações médias globais de CO2 foi ligeiramente menor do
que as de 2018 a 2019, mas esteve acima do crescimento anual na última década.
Esse cenário teve lugar
apesar da queda de aproximadamente 5,6% nas emissões de CO2 de
combustíveis fósseis devido às restrições da Covid-19.
Gases de efeito estufa
Embora tenha havido a baixa temporária de novas emissões no período da pandemia, a desaceleração econômica “não teve nenhum impacto perceptível sobre os níveis atmosféricos de gases de efeito estufa e suas taxas de crescimento”.
A queima de plásticos libera gases tóxicos na atmosfera.
O nível atingido no ano
passado está 149% acima do pré-industrial. O gás metano, CH4, está
262% mais alto e o óxido nitroso, N2O, a 123% dos níveis em 1750,
quando as atividades humanas começaram a alterar o equilíbrio natural da Terra.
Enquanto a situação
persistir, a temperatura global continuará aumentando. A OMM prevê que dada à
longa vida do CO2, o nível de temperatura já observado seguirá por
várias décadas, mesmo se as emissões forem rapidamente reduzidas a zero
líquido.
Efeitos socioeconômicos
O aumento das temperaturas
deve ser acompanhado por eventos climáticos extremos, incluindo calor e chuvas
intensos, derretimento do gelo, aumento do nível do mar e acidificação dos
oceanos. Estas situações serão seguidas por efeitos socioeconômicos de longo
alcance.
Estima-se que atualmente
cerca de metade do CO2 emitido pelas atividades humanas permaneça na
atmosfera. Da outra metade se ocupam os oceanos e os ecossistemas terrestres
que atuam como “sumidouros”.
O boletim adverte para a perda progressiva dessa capacidade, numa situação que preocupa porque “pode baixar a capacidade de absorver dióxido de carbono e agir como um amortecedor contra um aumento maior de temperatura”.
Icebergs na Groenlândia, onde o derretimento das camadas de gelo está se acelerando.
O aumento de temperatura no
final deste século estará muito além das metas do Acordo de Paris, que é de
1,5° a 2°C acima dos níveis pré-industriais. O secretário-geral da OMM ressalta
mesmo que “o mundo está muito fora do rumo”.
COP-26
Petteri Taalas pede que no
momento de definição das metas de neutralização de carbono, e na expectativa de
que a Cúpula Climática, COP-26, haja um aumento dramático nos compromissos e
que estes sejam transformados em ações.
A expectativa é que essas
medidas venham a ter impacto “nos gases que impulsionam as mudanças
climáticas”.
O especialista disse que
devem ser repensados os sistemas industriais, de energia e transporte e todo o
modo de vida.
Ele destaca ainda “não haver tempo a perder” para introduzir mudanças necessárias economicamente acessíveis e tecnicamente possíveis para chegar a esse propósito.
Eventos extremos, como os que atingiram Houston, nos EUA, em Agosto, são cada vez mais comuns. Departamento de Defesa Americano. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário