Um novo estudo da Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, mostra que a cadeia de
abastecimento alimentar poderá se tornar um dos maiores emissores de gases de
efeito estufa.
Segundo a agência da ONU,
isso ocorre pelo rápido crescimento de funções como processamento, embalagens e
transporte de alimentos, entre outros fatores.
Emissões no sistema
agroalimentar
A FAO ressaltou que
atividades não relacionadas à produção agrícola e ao uso extensivo de terras já
somam mais da metade das emissões de dióxido de carbono (CO2) em regiões
desenvolvidas. Em países em desenvolvimento, o volume mais que dobrou nas
últimas três décadas.
A entidade disponibilizou uma
plataforma que aponta o avanço de emissões. O objetivo é contribuir com os
países na conformidade do Acordo de Paris. Os dados revelam que 31% do total de
emissões, ou 16,5 bilhões de toneladas, são provenientes de sistemas
agroalimentares, um aumento de 17% em relação a 1990, quando a população global
era menor.
As participações globais estão em patamares similares aos demonstrados em outras pesquisas, indicando um intervalo entre 21 e 37%.
Origem dos gases de efeito estufa
Do total de emissões globais
causadas pelos sistemas agroalimentares em 2019, 7,2 bilhões de toneladas
vieram de dentro das fazendas, sendo a principal fonte. Na sequência, 5,8
bilhões de toneladas são originadas nos processos da cadeia de abastecimento e
3,5 bilhões de toneladas da exploração de terras.
O estudo da FAO aponta que o
abastecimento é responsável pela maior parcela de emissões de dióxido de
carbono. Nas atividades agrícolas, o principal gás emitido é o metano e óxido nitroso.
Os números mostram que, em
termos de componentes singulares, em 2019 o desmatamento foi a maior fonte de
emissões. As principais emissões também são vistas no consumo doméstico e no
desperdício de alimentos. O setor varejista completa a lista.
Participação global
A divisão de emissões no
sistema agroalimentar possui características próprias em cada continente. A
Ásia, região mais populosa do mundo, é a principal emissora, seguida pela
África, América do Sul, Europa, América do Norte e Oceania.
No entanto, o estudo concluiu
que as emissões na produção da cadeia de abastecimento representaram mais da
metade do total na Europa e na América do Norte. O número em países da África e
América do Sul fica abaixo de 14%.
Os dados também variam entre os países. Enquanto as emissões causadas por mudança no uso da terra são pequenas em países como China, Índia, Paquistão e Estados Unidos da América, elas são dominantes no Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo.
Já na cadeia de abastecimento, os processos de consumo doméstico foram a principal fonte de emissões na China e o descarte de alimentos liderava no Brasil, República Democrática do Congo, Indonésia, México e Paquistão.
Nos Estados Unidos, Rússia e
Canadá, o varejo domina as emissões. O uso de energia nas fazendas foi a maior
fonte da Índia. (ecodebate)
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