O
aquecimento global está diretamente ligado a um longo processo que se
intensifica a partir da Revolução Industrial, que estabeleceu uma nova
sociedade baseada no crescimento contínuo da produção e consumo. Esse novo
sistema se tornou cada vez mais dependente dos combustíveis fósseis, como o
carvão, o gás natural e os derivados de petróleo – gasolina, óleo diesel, óleos
combustíveis, entre outros. A queima desses combustíveis significa a emissão de
gases do efeito estufa (GEE) para a atmosfera.
Da
mesma forma, o desmatamento ilegal praticado por organizações agrícolas que não
respeitam as normas ambientais também tem contribuído significativamente para o
processo de aquecimento global. O carbono presente na forma sólida na vegetação
é transferido para atmosfera ao assumir sua forma gasosa em função da expansão
das queimadas.
As consequências do aquecimento global também são bem conhecidas, destacando-se o degelo das calotas solares, mudanças no clima e regime de chuvas, a menor disponibilidade de água e impactos negativos na produção agrícola.
Nesse cenário, para evitar ou minimizar os efeitos do aumento da temperatura do planeta, o caminho é tomar medidas urgentes para evitar a concentração de CO2 na atmosfera – dentre os vários gases que contribuem para o aquecimento global, o principal é CO2, que representa cerca de 60%.
Para
avançarmos nessa direção é necessário migrarmos para processos que favoreçam a
descarbonizarão da economia. No entanto, uma transição para uma economia de
baixo carbono não é em nada trivial ou simples, pois é necessário transformar
efetivamente discurso em prática. Teremos que ir muito mais longe do que
mudanças pontuais em atividades econômicas como ecoeficiência de processos e
maior coleta e reciclagem de materiais. Será preciso alterar os modelos de
desenvolvimento dos países, que terão de abrir mão de fontes de energia como
petróleo e carvão. Será preciso assegurar inovação radical e não apenas
incremental nos ganhos de eficiência energética e de água, e ainda, transformar
a cultura do consumo como um indicador de felicidade e realização.
A economia de baixo carbono exige novos modelos de negócios que promovam a desmaterialização da economia, exige migrar da posse do produto para o uso de serviço. Deveremos ser a geração que terminará com os combustíveis fósseis, pois ele representa a economia do século passado e em termos de racionalidade econômica, ambiental e social, essa tecnologia não fará mais nenhum sentido.
Energia solar, eólica, carros e bicicletas elétricas, economia compartilhada são algumas das características dessa nova economia que paulatinamente vem construindo um mundo da economia de baixo carbono, que tem outra energia e outros modelos de negócios. (ecodebate)
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