Dados do sistema Deter, do
Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje para o mês de junho
mostram uma área destruída de 1.120 Km2, um recorde na série
histórica e aumento de 5,5 % na área com alertas de desmatamento em relação aos
registrados em junho de 2021.
No acumulado do ano, essa
área já chega a 3.988 Km2, número 10,6% maior que o mesmo período de
2021 que já havia sido recorde da série temporal do sistema DETER-B.
O primeiro semestre deste ano teve quatro meses com recordes de alertas de desmatamento o que é uma péssima notícia, pois existe muita matéria orgânica morta e com o verão Amazônico começando, período mais quente, com menos chuva e mais seco do ano, todo esse material serve como combustível para as queimadas e incêndios florestais criminosos que assolam a região, adoecem os moradores e dizimam a biodiversidade da maior floresta tropical do mundo.
“É mais um triste recorde para a floresta e seus povos. Esse número só confirma que o Governo Federal não tem capacidade, nem interesse, de combater toda essa destruição ambiental, seja por ação ou omissões o que vemos é uma escalada inaceitável da destruição da floresta e do massacre de seus povos e defensores”, declara Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil.
O destaque ainda mais
negativo fica com o Estado do Amazonas que pela primeira vez lidera a lista de
estados que mais desmataram no primeiro semestre com 1.236 Km2,
30.9% do total, seguido pelo Pará com 1.105 Km2, 27,7% do total,
seguido por Mato Grosso, com 845 Km2, 21,1% do total.
Enquanto o executivo nada faz para cessar a destruição, o Congresso nos dá ainda mais motivos para nos preocupar. Projetos de Lei, como o 2633/2020, que anistia grileiros, e o PL 490/2007, que abre terras indígenas para atividades predatórias, acrescentam mais uma camada de pressão sobre nossas florestas.
“Ao invés dos parlamentares estarem focados em conter os impactos da destruição da Amazônia sobre a população e o clima, no combate ao crime que avança na floresta, e que não só queima nossas riquezas naturais, mas também a imagem e a economia do país, eles tentam aprovar projetos que irão acelerar ainda mais o desmatamento, os conflitos no campo e a invasão de terras públicas. Nosso país não precisa da aprovação destes projetos. O que precisamos é de vontade política para avançar no combate ao desmatamento, queimadas e grilagem de terras”, finaliza Rômulo. (ecodebate)
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