As novas projeções da ONU
trazem um conjunto enorme de informações para todos os países e regiões do
mundo. A base de dados é riquíssima. Uma novidade trazida nesta revisão 2022 é
uma desaceleração do ritmo de crescimento populacional e, pela primeira vez,
está previsto um decrescimento da população global no final do atual século.
A população mundial era de 2,5 bilhões de habitantes em 1950 e tinha um crescimento anual de pouco mais de 40 milhões de pessoas em meados do século passado, conforme mostra o gráfico abaixo. Em 1990, a população mundial chegou a 5,3 bilhões de habitantes e apresentou o maior aumento anual, com o acréscimo de 92,5 milhões de pessoas. Em 2019, a variação anual foi de 81,2 milhões de pessoas e caiu para 65,8 milhões em 2022 por conta da pandemia que aumentou o número de mortes e diminuiu o número de nascimentos. Mas a estimativa é que o número volte a subir para 73 milhões anuais em 2025. A partir da segunda metade dos anos 2020 o acréscimo anual da população vai começar a diminuir consistentemente até o valor de 247 mil pessoas em 2086, que será o último ano de variação positiva da população mundial. A partir de 2087 haverá decrescimento da população global que chegará em 2100 com uma diminuição de 10 milhões de pessoas por ano.
A figura abaixo, do relatório
da Divisão de população da ONU (World Population Prospects 2022: Summary of
Results, p. 10), mostra que os países com maiores taxas de crescimento
demográfico apresentam maior percentagem de pessoas vivendo abaixo da linha da
pobreza. A crescente concentração do crescimento populacional nas regiões menos
desenvolvidas pode colocar desafios à capacidade dos países de alcançar o
progresso no bem-estar.
O rápido crescimento da população
de um país pode exacerbar o desafio de erradicar a pobreza (meta número 1 dos
ODS), potencialmente prendendo as comunidades em um ciclo vicioso, enquanto o
crescimento econômico acompanha o crescimento populacional, a pobreza pode
privar os indivíduos de oportunidades e escolhas, limitando sua capacidade para
controlar sua fecundidade, perpetuando altos níveis de procriação muitas vezes
começando cedo na vida e gerando o rápido crescimento continuado da população.
Durante a primeira década do
atual milênio, Uganda fez progressos notáveis
na redução da pobreza extrema em um contexto de rápido crescimento
populacional. Desde 2010, no entanto, o número de pessoas que vivem abaixo da
linha de pobreza aumentou mais rapidamente do que toda a população. Em
Madagascar, a população vem crescendo a uma taxa de cerca de 3% ao ano há
várias décadas. O país continua sendo um dos países mais pobres do mundo, com
mais de 70% de sua população vivendo abaixo da linha de pobreza internacional
de pobreza.
Por conseguinte, a diminuição
do ritmo de crescimento populacional e a perspectiva do decrescimento
demográfico são fatores favoráveis para que a humanidade consiga vencer a chaga
da pobreza e evitar um colapso ambiental catastrófico.
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