O sistema alimentar global
envolve todos os setores econômicos e contribui significativamente para o total
de emissões antropogênicas de gases de efeito estufa (GEE) e de poluentes
atmosféricos.
Compreender os vários
componentes é um precursor necessário para a concepção e implementação de
medidas de mitigação acionáveis e eficientes para o sistema. As emissões de GEE
dos sistemas alimentares são muito maiores do que as emissões do setor baseado
na terra (agricultura e emissões relevantes para alimentos do uso da terra e
mudanças no uso da terra).
EDGAR-FOOD foi desenvolvido
para auxiliar na compreensão das atividades subjacentes à demanda e uso de
energia, agricultura e emissões de mudanças no uso da terra associadas à
produção, distribuição, consumo e descarte de alimentos através dos vários estágios
e setores do sistema alimentar global composto.
Esses dados foram complementados com dados do banco de dados FAOSTAT sobre emissões de GEE do uso da terra relacionadas à agricultura (FAO, 2020). EDGAR-FOOD representa o primeiro banco de dados que cobre consistentemente cada estágio da cadeia alimentar para todos os países com frequência anual para o período 1990-2015. Detalhes sobre a metodologia aplicada estão disponíveis em Crippa et al. (2021).
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Principais Descobertas
EDGAR-FOOD fornece uma imagem
de como um sistema alimentar mundial em evolução respondeu à evolução da
população mundial nos últimos 25 anos, juntamente com as mudanças nos hábitos
alimentares e na tecnologia alimentar.
No nível global, a dissociação entre o crescimento populacional e as emissões relacionadas a alimentos é visível, com as emissões crescendo a uma taxa menor em comparação com o crescimento populacional. No entanto, a visão regional é mais diversificada, com algumas áreas aumentando rapidamente as emissões devido à demanda doméstica por alimentos ou para exportação.
Figura 2 – Setores de emissão antrópica que contribuem para o sistema alimentar. Emissões de GEE do sistema alimentar 2015. Os gráficos de pizza mostram a contribuição dos diferentes setores do sistema alimentar (terra, energia, indústria e resíduos) para as emissões de GEE dos alimentos. As cores no mapa mostram a parcela de emissão de GEE dos sistemas alimentares sobre o total de emissões de GEE. As emissões totais de GEE (incluindo CO2, CH4, N2O e F-gases) são expressas como CO2 equivalente (CO2eq) calculado usando os valores potenciais de aquecimento global de 100 anos (GWP -100) usados no 5º Relatório de Avaliação do IPCC (AR5), com um valor de 28 para CH4 e 265 para N2O.
Ao contrário das emissões
gerais de GEE, o setor de produção de alimentos não é predominantemente
dominado pelas emissões de CO2 de combustíveis fósseis; as emissões
terrestres são particularmente relevantes.
No entanto, de acordo com as tendências de desenvolvimento socioeconômico em curso, as emissões de alimentos estão sendo cada vez mais determinadas pelo uso de energia, atividades industriais e gerenciamento de resíduos.
Figura 3 – Diagrama de Sankey para as emissões de GEE do sistema alimentar global em 2015. As emissões de GEE do sistema alimentar são de 14,3 Gt CO2eq ano-1 em 2015. As informações qualitativas das atividades que contribuem para o sistema alimentar fornecidas pelo diagrama de Sankey são complementadas com as informações quantitativas de GEE individual e participação do setor no total de emissões de GEE do sistema alimentar. Setas e porcentagens indicam a mudança nas contribuições de gás, setor, etapa e categoria entre 1990 e 2015.
Figura 4 – Emissões globais de poluentes atmosféricos provenientes de alimentos.
Do ponto de vista da
mitigação, tal tendência sugere que o setor alimentar necessitará de políticas
setoriais específicas de eficiência energética e descarbonização. Por outro
lado, o papel predominante contínuo das emissões terrestres, dentro e fora da
fazenda, mostra que a produção de alimentos per se continuará a ser uma
importante fonte de emissões que precisam de políticas de mitigação
específicas.
Além disso, EDGAR-FOOD é
crucial para a antecipação de mudanças futuras no sistema alimentar geral, a
fim de projetar estratégias de mitigação eficientes que evitem a criação de
emissões adicionais em setores não visados.
A completude da base de dados EDGAR-FOOD é um recurso importante para o monitoramento eficaz das emissões globais de GEE e poluentes atmosféricos do sistema alimentar, em linha com as estratégias que buscam trabalhar em uma visão integrada do sistema alimentar, como a nova estratégia Farm to Fork da Comissão Europeia.
⅓ das emissões globais de gases de efeito estufa provêm do sistema alimentar.
Downloads de dados
Dados de poluentes
atmosféricos EDGAR-FOOD (baseados em EDGARv6.1)
Inglês (11,4 MB – XLSX)
Download (ecodebate)
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