terça-feira, 3 de outubro de 2023

Oceano bate recorde, especialistas temem que temperaturas subam mais

Oceano bate recorde de calor e especialistas temem que as temperaturas possam subir ainda mais.

Os oceanos desempenham um papel importante na regulação do clima da Terra, porque absorvem o calor, controlam os padrões climáticos e agem como um sumidouro de carbono.
O novo estudo estima que as principais correntes oceânicas irão colapsar em menos de 40 anos.

A temperatura média da superfície dos oceanos atingiu, nos últimos dias, o nível mais alto de todos os tempos: 20,96°C, de acordo com o Copernicus Climate Change Service (C3S), serviço de informação climática da União Europeia. Também se registrou a maior temperatura da superfície do Mar Mediterrâneo: 28,71°C.

O fato contribuiu para o julho mais quente já registrado, também causado pelo fenômeno climático El Niño, o que levou governos de vários países a tomarem medidas emergenciais.

Outro recorde de altas temperaturas oceânicas havia sido registrado em 2016 e os cientistas dizem que é provável que recordes continuem sendo quebrados. Geralmente as temperaturas são mais altas em março, não em agosto, conforme o padrão de ondas de calor marinhas. Mas a crise climática e o aumento das emissões de gases e efeito estufa, sobretudo por conta da queima de combustíveis fósseis e das florestas, estão exacerbando os padrões climáticos.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) diz que as ondas de calor marinhas dobraram de frequência entre 1982 e 2016, e também se tornaram mais longas e intensas – o que pode ter consequências devastadoras para a saúde do planeta e, consequentemente, da humanidade.

Os oceanos desempenham um papel importante na regulação do clima da Terra, porque absorvem o calor e o CO2, controlando os padrões climáticos. No entanto, esse ciclo se torna menos eficaz à medida que as águas esquentam, levando a um aumento na quantidade desse gás de efeito estufa na atmosfera.

Com as temperaturas oceânicas mais altas, também aumenta a probabilidade de haver furacões, ciclones, tempestades e outras condições climáticas extremas, como o derretimento de geleiras e o aumento do nível do mar.

Desequilíbrio na cadeia alimentar. Os oceanos mais quentes afetam a vida marinha: tubarões, baleias e algumas espécies de peixes estão alterando suas rotas para águas mais frias, gerando um desequilíbrio da cadeia alimentar.

As temperaturas recordes estão colocando os corais em risco – quase 10% dos recifes em todo o mundo estão padecendo, o que também desequilibra a cadeia alimentar. Cerca de um quarto dos peixes do mundo se alimentam de organismos que vivem nos corais. Além disso, os recifes de corais têm papel importante de proteção contra tempestades e erosão costeira, e são importantes fontes de sustento de comunidades costeiras que vivem da pesca e do turismo.

Recifes na costa do estado da Flórida, nos Estados Unidos, por exemplo, enfrentam uma grave ameaça de branqueamento devido à onda de calor marinha. Na semana passada, foi registrado 38º C no arquipélago Florida Keys, entre o Oceano Atlântico e o Golfo do México.

As temperaturas do Oceânico Atlântico Norte também podem ser as mais quentes de todos os tempos – geralmente a região começa a aquecer em março e atinge seu pico em setembro. De acordo com o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), instituição do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, os recordes anteriores haviam sido estabelecidos em setembro, mas foram sendo quebrados mês a mês desde abril – e a tendência é que continuem sendo superados.

O El Niño ainda está fraco, afirmam meteorologistas, o que significa que as temperaturas do oceano provavelmente aumentarão ainda mais, afirmou a reportagem do Euronews. (globo)

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