Ondas de calor são inimigas das estradas (e dos carros).
As ondas de calor cada vez mais fortes estão afetando não somente
os carros, mas também as vias. Nas últimas semanas, estradas dos Estados Unidos
têm sido danificadas pelas altas temperaturas. Adaptadas a frio, gelo e a
chuvas fortes, essas rodovias estão ficando onduladas: simplesmente surgem
grandes e perigosas dobras no asfalto.
A formação de ilhas de calor é potencializada pelo asfalto, devido
à composição dos materiais, bem como à cor escura e alta capacidade térmica,
que ajuda na retenção do calor proveniente do sol. Essa absorção não só eleva a
sensação térmica das pessoas, como também gera danos à integridade da
pavimentação.
Apesar de não ser incomum se deparar com superfícies empenadas, rachadas ou esburacadas, os danos estão tomando proporções bem maiores. Com o impacto gerado pelas as ondas de calor, as complicações acabam se potencializando, gerando casos extremos.
Onda de calor da Índia em 2015 chegou a derreter o asfalto.
Mas por que isso acontece?
As ondas de calor afetam sobretudo o asfalto mais antigo, pois as
propriedades físicas desse material vão se modificando ao longo do tempo. O
tipo de solo sobre o qual a via foi construída também tem relação com a maior
ou menor probabilidade de estouro. Juntas de dilatação existem justamente para
tentar evitar o fenômeno, mas nem sempre são suficientes para preveni-lo por
completo, deixando o pavimento danificado.
O aumento constante da temperatura média global decorrente das
intensas mudanças climáticas afeta não só as estruturas produzidas pelo homem,
mas, principalmente os seres vivos e o meio ambiente. Recentemente, o
secretário-geral das Nações Unidas António Guterres declarou que “a era da
ebulição global chegou”.
O que isso pode gerar nos veículos?
Com a temperatura do asfalto podendo ultrapassar os 60ºC, os
veículos podem sofrer uma série de consequências negativas, nos mais variados
componentes. Os danos podem ser grandes seja na carroceria, que pode ser
atingida por pedras soltas do asfalto, ou na parte mecânica.
Um dos casos que pode ocorrer é o desgaste mais rápido dos pneus, já que a degradação térmica leva à diminuição de sua vida útil. Em uma situação anormal registrada na Austrália, em 2018, o derretimento do piche do asfalto grudou nos pneus dos automóveis, imobilizando-os.
Ondas de calor podem levar a casos extremos, como o derretimento de pneus.
Além disso, a suspensão do carro e a vida útil de seus componentes
pode ser afetada ao transitar nas estradas irregulares, devido aos impactos.
O que fazer ao se deparar com asfalto afetado pelas ondas de
calor?
A orientação é sempre dirigir de maneira preventiva e redobrar
ainda mais o cuidado ao trafega em vias afetadas por eventuais deformidades.
Mas, ainda assim, não custa reforçar a necessidade de alguns cuidados extra
para evitar acidentes em decorrência dessas deformações.
• Mantenha-se atento às condições da estrada e troque de faixa, se
necessário;
• Evite passar por cima das irregularidades, pois podem levar à instabilidade
do veículo e também podem danificar a suspensão;
• Reduza a velocidade para evitar impactos contra rachaduras e
buracos inesperados;
• Mantenha os pneus sempre bem calibrados, o veículo alinhado e a manutenção preventiva em dia.
Forte calor derreteu o asfalto e formou uma grande protuberância na pista da rodovia A14, no Condado de Cambridge, Inglaterra.
Estradas rachadas e rios secos, os efeitos da onda de calor.
Infraestrutura está "derretendo", já que foi construída
para clima mais ameno. Mudança climática desafia transporte de carga e de
pessoas. (vrum)
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