O estudo começou a ser feito
em 2021. O biodiesel utilizado é de segunda geração, feito 50% a partir de
resíduos animais, como sebo suíno ou gordura de porco, e os outros 50% com óleo
de cozinha usado.
A pesquisa foi feita pela Bunker One, empresa multinacional de comercialização de bunker (combustíveis marítimos), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). De acordo com o CEO da empresa, Flavio Ribeiro, ao entregar esse primeiro teste ao governo, o material poderá ser avaliado e replicado por outros agentes, abrindo caminho para novas pesquisas e aprofundamentos, que culminem na adoção do biodiesel no bunker.
"Nossa ideia é uma adoção gradual do biocombustível pela indústria de petróleo e gás e naval. Esse estudo é um primeiro passo, que apontou a viabilidade do seu uso nas operações marítimas. Agora, é importante que haja uma continuidade, com mais testes e projetos que demonstrem a funcionalidade do biocombustível e uma boa vontade dos players do mercado para que esse novo produto seja rapidamente inserido nas operações", disse o executivo.
No teste feito com a mistura
do biodiesel com diesel marítimo foi registrada uma redução de 2% na emissão de
gás carbônico. De acordo com a professora de Química do Petróleo da UFRN Amanda
Gondim, que participou do projeto, a expectativa é que um aumento do percentual
de biodiesel na mistura gere uma redução proporcional na emissão de gases do
efeito estufa.
Segundo Flavio Ribeiro, da
Bunker One, a empresa tem clientes interessados em biocombustível. E, seguindo
os passos da matriz dinamarquesa, a subsidiária brasileira espera poder, em um
futuro próximo, comercializar combustíveis verdes no Brasil.
A Petrobras também tem feito testes sobre o desempenho do combustível marítimo e o biodiesel. Em dezembro, eles abasteceram um navio usado em rotas de cabotagem de contêineres no litoral brasileiro com biodiesel certificado derivado de gordura animal (sebo) na mistura com o bunker mineral.
Combustíveis do futuro: é hora de começar a levar a sério a energia alternativa
O ministro de Minas e
Energia, Alexandre Silveira, anunciou em dezembro o aumento dos percentuais de
biodiesel no óleo diesel, utilizado no transporte rodoviário. A partir de
março, a mistura subirá de 12% para 14%. Para 2025, subirá para 15%.
(biodieselbr)
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