sexta-feira, 1 de março de 2024

Mistura de diesel com biodiesel pode abastecer navios de forma eficiente

Mistura de diesel com biodiesel pode abastecer navios de forma eficiente, diz estudo.
Em um cenário preocupante em que o meio ambiente exige que o mercado de petróleo procure formas de descarbonização, o Ministério de Minas e Energia e a ANP vão receber em março um estudo sobre a utilização de biodiesel como combustível nas embarcações. A pesquisa mostra que a adição de 7% do biocombustível ao diesel marítimo pode ser utilizada sem gerar perdas em comparação ao combustível tradicional.

O estudo começou a ser feito em 2021. O biodiesel utilizado é de segunda geração, feito 50% a partir de resíduos animais, como sebo suíno ou gordura de porco, e os outros 50% com óleo de cozinha usado.

A pesquisa foi feita pela Bunker One, empresa multinacional de comercialização de bunker (combustíveis marítimos), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). De acordo com o CEO da empresa, Flavio Ribeiro, ao entregar esse primeiro teste ao governo, o material poderá ser avaliado e replicado por outros agentes, abrindo caminho para novas pesquisas e aprofundamentos, que culminem na adoção do biodiesel no bunker.

"Nossa ideia é uma adoção gradual do biocombustível pela indústria de petróleo e gás e naval. Esse estudo é um primeiro passo, que apontou a viabilidade do seu uso nas operações marítimas. Agora, é importante que haja uma continuidade, com mais testes e projetos que demonstrem a funcionalidade do biocombustível e uma boa vontade dos players do mercado para que esse novo produto seja rapidamente inserido nas operações", disse o executivo.

No teste feito com a mistura do biodiesel com diesel marítimo foi registrada uma redução de 2% na emissão de gás carbônico. De acordo com a professora de Química do Petróleo da UFRN Amanda Gondim, que participou do projeto, a expectativa é que um aumento do percentual de biodiesel na mistura gere uma redução proporcional na emissão de gases do efeito estufa.

Segundo Flavio Ribeiro, da Bunker One, a empresa tem clientes interessados em biocombustível. E, seguindo os passos da matriz dinamarquesa, a subsidiária brasileira espera poder, em um futuro próximo, comercializar combustíveis verdes no Brasil.

A Petrobras também tem feito testes sobre o desempenho do combustível marítimo e o biodiesel. Em dezembro, eles abasteceram um navio usado em rotas de cabotagem de contêineres no litoral brasileiro com biodiesel certificado derivado de gordura animal (sebo) na mistura com o bunker mineral.

Combustíveis do futuro: é hora de começar a levar a sério a energia alternativa

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou em dezembro o aumento dos percentuais de biodiesel no óleo diesel, utilizado no transporte rodoviário. A partir de março, a mistura subirá de 12% para 14%. Para 2025, subirá para 15%. (biodieselbr)

Nenhum comentário:

Mesmo com o La Niña, verão de 2024/2025 foi o 6º mais quente registrado no Brasil

Mesmo sob efeito La Niña, o verão de 2024/2025 foi o sexto mais quente já registrado no Brasil, segundo o Inmet, com temperaturas 0,34°C aci...