As
áreas protegidas de água podem ser extremamente importantes para conservar a
biodiversidade de água doce e apoiar a segurança hídrica humana
Ano
de eleições para prefeitos em todo Rio Grande do Norte. Pré-candidatos já se
posicionam com ideias para suas possíveis gestões. Mesmo considerando o descaso
com as questões ambientais na capitania potiguar, insisto em discutir uma
proposta, para Grande Natal, que considero prioritária, imprescindível e
inadiável.
Matéria
do portal da Deutsche Welle, de 2022, discutindo a crescente crise hídrica na
Europa, relata conflitos sociais na localidade de Leisel, nos limites da serra
de Hunsrück, oeste alemão. Sua população se revolta com duas companhias de água
mineral que querem perfurar poços no meio do parque natural Hunsrück-Hochwald,
a fim de aumentar sua produção. Esse parque é considerado uma área de
preservação de água.
Uma
área de proteção de água pode ser definida como um espaço no qual certas formas
de utilização do solo são restritas ou proibidas com o objetivo de proteger as
águas naturais, potáveis, subterrâneas ou superficiais.
As
áreas protegidas de água podem ser extremamente importantes para conservar a
biodiversidade de água doce e apoiar a segurança hídrica humana necessária para
as pessoas sobreviverem e prosperarem.
O
zoneamento de proteção de águas subterrâneas é uma metodologia que visa manter
as águas subterrâneas como recurso de demanda pública e proteger a fonte
limitando qualquer atividade econômica próxima que possa comprometer sua
qualidade. O zoneamento de proteção das águas subterrâneas incorpora o
planejamento do uso da terra.
O
crescimento urbano acelerado e, muitas vezes, desordenado da cidade de Natal
contribuiu decididamente para a deterioração da qualidade das águas
subterrâneas que abastecem a população da Região Metropolitana de Natal. Em
2017, A contaminação da água por nitrato atingiu 40% dos poços perfurados em
Natal. Acredita-se que hoje, infelizmente, a amplitude de contaminação por
nitrato, uma substância que pode ser causa de câncer infantil e gástrico, deve
estar em torno de 50% dos poços perfurados no Aquífero Barreiras.
Diante
do grave e crescente desastre hídrico na cidade de Natal, foi lançada uma
proposta, urgente e indispensável, de definição, após detalhamento
hidrogeológico e hidrogeoquímico, de áreas de proteção de aquíferos, para
abastecimentos estratégicos. Essas reservas hidrogeológicas, fundamentais para
o fornecimento hídrico atual e futuro da sociedade, devem ser radicalmente
mantidas, estando imunes à atuação antropogênica.
Trabalhos desenvolvidos pela ANA-SEMARH-RN, mapearam na Região Metropolitana de Natal, espaços relativamente extensos com alta favorabilidade à explotação do Aquífero Barreiras, devido ao potencial expressivo de reserva hídrica em zonas com pouca ou nenhuma atuação antropogênica. A região ao longo da média bacia do rio Maxaranguape é um dos exemplos desse adequado ambiente.
Esses espaços de favorabilidade seriam sugestões tecnicamente viáveis para as, hoje imprescindíveis, áreas de proteção de águas subterrâneas. A ação de definição e implantação prática deve, entretanto, ser a mais urgente possível, já que a sede da expansão de atividade antropogênica é constante e insaciável. (ecodebate)
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