quarta-feira, 17 de julho de 2024

Calor extremo e perdas bilionárias para a soja

Desmatamento no Brasil: calor extremo e perdas bilionárias para a soja.
Brasnorte, MT, Brasil: Árvore em meio a plantação de soja.

Desmatamento – Destruição de ecossistemas impulsionada pela agricultura aumenta as temperaturas locais e consome bilhões em receitas de soja no Brasil.

Destruir ecossistemas tropicais e substituí-los por soja e outras safras tem consequências imediatas e devastadoras para a soja, de acordo com uma nova pesquisa.

Com 35,8 milhões de hectares atualmente sob cultivo de soja no Brasil, o calor extremo – que as florestas tropicais adjacentes ajudam a controlar – reduziu a receita da soja em uma média de aproximadamente US $ 100 por hectare por ano.

O estudo Conserving the Cerrado and Amazon biomes of Brazil protects the soy economy from damaging warming, mostra que proteger a Amazônia e o Cerrado pode evitar o tipo de altas temperaturas que prejudicam a produtividade das lavouras – estimadas em US $ 3,55 bilhões para o setor.

Outro estudo recente encontrou perdas agrícolas anuais associadas a quedas de precipitação causadas pelo desmatamento em US $ 1 bilhão. Juntas, as duas estimativas revelam os enormes impactos econômicos da destruição de ecossistemas no setor agrícola do Brasil; as perdas anuais provavelmente serão ainda maiores do que US $ 4,55 bilhões, o que é apenas uma estimativa conservadora.

Os cientistas já têm uma compreensão bem estabelecida de como o desmatamento tropical contribui para a mudança climática global por meio da emissão de carbono e da redução da capacidade das florestas do mundo de retirar mais carbono da atmosfera. Um novo corpo de pesquisa está surgindo, mostrando como o desmatamento tropical tem impactos climáticos além do carbono: o desmatamento aumenta imediatamente o calor extremo local e diminui as chuvas regionais e locais.

Esses impactos em cascata ressecam o solo e prejudicam as plantações e a pecuária, ameaçando a agricultura nas proximidades e em lugares distantes – com ramificações de bilhões de dólares, como mostra o relatório.

Na nova pesquisa, os cientistas analisaram o valor da vegetação nativa no fornecimento de regulação de calor extremo para a produção de soja usando duas abordagens complementares: receita da soja perdida com a destruição de florestas e outros ecossistemas e receita da soja obtida com a conservação desses ecossistemas.

Para a análise focada na perda do ecossistema, eles estimaram o aumento da exposição ao calor extremo para a quantidade de vegetação que foi removida. Para a análise de conservação, eles modelaram o valor de florestas em pé e outros ecossistemas com base na regulação estimada de calor extremo.

Lavouras de soja de Capão Bonito/SP também sofrem com a seca.

O cultivo de soja se expandiu dramaticamente no Brasil, que hoje é o maior produtor mundial, com 37% do mercado global. Os dois novos estudos revelam que os agricultores teriam aumentado a produção ainda mais se não tivessem desmatado, o que teria mantido o calor extremo sob controle e mantido as chuvas. (ecodebate)

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