A Diretoria Colegiada da
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aprovou a Declaração de
Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos no trecho do
rio Xingu e no seu afluente federal, o rio Iriri durante a 917ª Reunião
Deliberativa Ordinária do colegiado nesta segunda-feira, 30 de setembro. A
Resolução da ANA sobre o tema, que ainda será publicada, prevê a Declaração de
Situação Crítica de Escassez com vigência até 30 de novembro deste ano. A
decisão foi aprovada com o objetivo de aumentar a segurança hídrica da região e
mitigar os impactos dos baixos níveis dos rios sobre os usos da água.
Essa já é a quarta declaração
de escassez hídrica emitida neste ano pela Agência. Em maio, a ANA declarou
crítica a situação de escassez quantitativa dos recursos hídricos na Região
Hidrográfica do Paraguai, quando o rio Paraguai apresentou níveis d’água
transitando entre os mínimos históricos. Em julho, as precipitações na Região
Norte do País começaram a apresentar números consideravelmente abaixo da média,
levando a emissões de resoluções com declaração de escassez quantitativa para o
rio Madeira e para o rio Purus e seus afluentes, rio Acre e rio Laco. Por fim,
em 23 de setembro, a Agência aprovou a proposta de Declaração de Situação de
Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos no trecho baixo do rio Tapajós.
Segundo a Lei nº 9.984/2000,
que dispõe sobre a criação da Agência, compete à ANA “declarar a situação
crítica de escassez quantitativa ou qualitativa de recursos hídricos nos corpos
hídricos que impacte o atendimento aos usos múltiplos localizados em rios de
domínio da União, por prazo determinado, com base em estudos e dados de
monitoramento”.
Os cenários hidrometeorológicos para este ano indicam a possibilidade de serem atingidos níveis ainda mais críticos em outubro e novembro com impacto sobre os usos. Por isso, a Declaração de Situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos no trecho do Xingu e do rio Iriri visa a aumentar a segurança hídrica da região e mitigar os impactos dos baixos níveis dos rios sobre os usos da água, além de comunicar à população a gravidade da situação de seca na região, permitindo que instituições gestoras e diferentes usuários de recursos hídricos no rio Xingu adotem medidas preventivas para mitigar os impactos nos diversos usos da água e sinalizar aos usuários que a ANA, se necessário, poderá alterar regras de uso da água e adotar outras medidas.
Declaração de escassez hídrica
Esse instrumento foi
utilizado pela primeira vez em 2021 na Região Hidrográfica do Paraná, por meio
da Resolução ANA nº 77/2021. Naquele cenário, a RH do Paraná – que ocupa 10% do
território brasileiro, abrangendo áreas de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal – vinha acumulando
chuvas abaixo da média, impactando negativamente os volumes armazenados nos
reservatórios. Essa situação colocou em risco o atendimento dos usos múltiplos
da água, especialmente a geração hidrelétrica, o que poderia comprometer todo o
Sistema Interligado Nacional e a navegação. Por isso, a ANA emitiu a primeira
Declaração de Escassez Hídrica. (gov.br)
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