terça-feira, 29 de outubro de 2024

Quando a Antártida ficou sem gelo pela última vez?

Estudo indica que o degelo da Antártida deve se intensificar nas próximas décadas. O Polo Sul já foi sem gelo no passado (e as coisas não eram fáceis).
A Antártida sofre com um degelo severo como consequência do aquecimento global. Estimativas indicam que daqui a algumas décadas esse fenômeno deve se intensificar, podendo acabar com todo o gelo do continente a partir de 2100. Mas você sabia que, caso o cenário se concretize, essa não será a primeira vez que a região fica sem gelo?

Pois é, o Polo Sul nem sempre foi gelado. Na realidade, de acordo com a Live Science, a formação do gelo no local é um fenômeno relativamente recente (se levarmos em consideração a idade da Terra). Antes do gelo, pesquisadores acreditam que o continente era ocupado por tundra e florestas de coníferas.

Assista ao vídeo:

Mas qual foi a última vez que a Antártida ficou sem gelo? De acordo com Eric Wolff, paleoclimatologista da Universidade de Cambrigde, em entrevista ao Live Science, o continente não era totalmente coberto de gelo há mais de 30 milhões de anos. “Acho que a maioria das pessoas diria que 34 milhões de anos atrás foi quando a camada de gelo se formou pela primeira vez na Antártida”, explicou.

O motivo disso é a temperatura. Na época, o mundo era cerca de 8°C mais quente do que é hoje, com a temperatura reduzindo gradativamente desde então. Se voltarmos mais ainda, há 50 milhões de anos, essa diferença sobe para 14°C.

O que fez a Antártida ficar congelada?

Mas se a Antártida estava sem gelo, o que levou ela a congelar?

De acordo com o especialista, existem dois motivos para isso ter acontecido. “Um deles é uma mudança na concentração de dióxido de carbono da atmosfera”. Quanto mais dióxido de carbono houver na atmosfera, mais calor ficará retido e mais quente o planeta ficará.

“E o outro são os movimentos dos continentes e, em particular, a abertura da Passagem de Drake”, completou. A Passagem de Drake é um estreito marítimo localizado entre o extremo sul da América do Sul (Cabo Horn, no Chile) e as Ilhas Shetland do Sul, que fazem parte da Antártida. É a ligação natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

O coração da Antártica é composto por um grande planalto de gelo. Dessa forma, ele apresenta altitudes que variam entre 1.500 e 4.000 metros acima do nível do mar. A região possui a maior camada de gelo do mundo, que cobre cerca de 95% do Continente Antártico. Essa capa tem uma espessura média de 2.700 m, variando entre os limites de 2.200 e 4.800m. Esse gelo, cerca de 35 milhões de Km3, representa cerca de 70% de água doce do planeta.

O gelo não só cobre a Antártica, mas também a circunda. No inverno, forma um cinturão de cerca de 1.000 Km (Pack-ice), aumentando a superfície em 18 milhões de Km2, enquanto que, nos meses de verão, recua praticamente até o litoral, exceto no Mar de Weddell e no Mar de Ross.

Esses movimentos fizeram a América do Sul e a Antártida se separarem. “Isso levou ao que chamamos de corrente circumpolar — água passando ao redor da Antártida em um círculo”, disse Wolff. “Isso isola a Antártida do resto do mundo e torna muito mais difícil para massas de ar quente atravessarem o Oceano Antártico e, portanto, torna a Antártida mais fria”.

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De acordo com pesquisador, da forma como as coisas estão caminhando, um cenário em que a Antártida fique sem gelo é totalmente possível no futuro e isso seria catastrófico para a humanidade. Segundo o especialista, depende de nós mudarmos esse cenário. (olhardigital)

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