Pois é, o Polo Sul nem sempre
foi gelado. Na realidade, de acordo com a Live Science, a formação do gelo no
local é um fenômeno relativamente recente (se levarmos em consideração a idade
da Terra). Antes do gelo, pesquisadores acreditam que o continente era ocupado
por tundra e florestas de coníferas.
Assista ao vídeo:
Mas qual foi a última vez que
a Antártida ficou sem gelo? De acordo com Eric Wolff, paleoclimatologista da
Universidade de Cambrigde, em entrevista ao Live Science, o continente não era
totalmente coberto de gelo há mais de 30 milhões de anos. “Acho que a maioria
das pessoas diria que 34 milhões de anos atrás foi quando a camada de gelo se
formou pela primeira vez na Antártida”, explicou.
O motivo disso é a temperatura. Na época, o mundo era cerca de 8°C mais quente do que é hoje, com a temperatura reduzindo gradativamente desde então. Se voltarmos mais ainda, há 50 milhões de anos, essa diferença sobe para 14°C.
O que fez a Antártida ficar congelada?
Mas se a Antártida estava sem
gelo, o que levou ela a congelar?
De acordo com o especialista,
existem dois motivos para isso ter acontecido. “Um deles é uma mudança na
concentração de dióxido de carbono da atmosfera”. Quanto mais dióxido de
carbono houver na atmosfera, mais calor ficará retido e mais quente o planeta
ficará.
“E o outro são os movimentos
dos continentes e, em particular, a abertura da Passagem de Drake”, completou.
A Passagem de Drake é um estreito marítimo localizado entre o extremo sul da
América do Sul (Cabo Horn, no Chile) e as Ilhas Shetland do Sul, que fazem
parte da Antártida. É a ligação natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
O coração da Antártica é
composto por um grande planalto de gelo. Dessa forma, ele apresenta altitudes
que variam entre 1.500 e 4.000 metros acima do nível do mar. A região possui a
maior camada de gelo do mundo, que cobre cerca de 95% do Continente Antártico.
Essa capa tem uma espessura média de 2.700 m, variando entre os limites de 2.200
e 4.800m. Esse gelo, cerca de 35 milhões de Km3, representa cerca de
70% de água doce do planeta.
O gelo não só cobre a Antártica, mas também a circunda. No inverno, forma um cinturão de cerca de 1.000 Km (Pack-ice), aumentando a superfície em 18 milhões de Km2, enquanto que, nos meses de verão, recua praticamente até o litoral, exceto no Mar de Weddell e no Mar de Ross.
Esses movimentos fizeram a América do Sul e a Antártida se separarem. “Isso levou ao que chamamos de corrente circumpolar — água passando ao redor da Antártida em um círculo”, disse Wolff. “Isso isola a Antártida do resto do mundo e torna muito mais difícil para massas de ar quente atravessarem o Oceano Antártico e, portanto, torna a Antártida mais fria”.
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De acordo com pesquisador, da forma como as coisas estão caminhando, um cenário em que a Antártida fique sem gelo é totalmente possível no futuro e isso seria catastrófico para a humanidade. Segundo o especialista, depende de nós mudarmos esse cenário. (olhardigital)
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