sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Estudo aponta Brasil entre países com menor emissão per capita de GGE

Estudo aponta Brasil entre países com menor emissão per capita de gases de efeito estufa.
Em 2022, estima-se que a produção e o uso de energia tenham correspondido a apenas 24% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa (GEE), devido à matriz energética diversificada e com ampla participação de fontes renováveis. Essa informação faz parte do caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 21/10/24.

A análise socioambiental da expansão energética identifica os principais desafios e oportunidades para os próximos dez anos. Mesmo com o aumento das emissões devido à melhoria dos padrões socioeconômicos do Brasil até 2034, a projeção de 2,4 tCO2eq/habitante mostra que as emissões per capita do país serão baixas em comparação com outras nações, atualmente da ordem de 5,4 tCO2eq/habitante (Europa, OCDE) a 13,8 tCO2eq/habitante (Estados Unidos).

Nesse contexto, são abordadas questões fundamentais que conectam os setores de energia e meio ambiente, com ênfase, neste ciclo do PDE, nos desafios das mudanças climáticas e na transição energética justa e inclusiva.

As projeções para o horizonte decenal indicam que os setores de transportes e indústria continuarão sendo os principais emissores, representando 68% das emissões setoriais em 2034.

No entanto, destaca-se uma baixa variação nas emissões do setor de transportes (apenas 12% de aumento entre 2024 e 2034), devido aos avanços de políticas públicas voltadas à substituição de combustíveis fósseis por renováveis, como etanol, biodiesel e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), além de ganhos em eficiência e motorização e o início da adoção de veículos eletrificados.

Estudo identificou oportunidades socioambientais estratégicas, como o aproveitamento de resíduos para geração de energia, a otimização de recursos e infraestruturas existentes, e a aplicação de práticas sustentáveis e estratégias de descarbonização em projetos energéticos. A principal estratégia do setor energético para mitigar as emissões é manter a alta participação de fontes renováveis, além de buscar soluções e tecnologias inovadoras, alinhadas às potencialidades do Brasil e ao custo-benefício das alternativas disponíveis. (biodieselbr)

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Principal corrente do Oceano Atlântico pode entrar em colapso em breve

Um grupo de cientistas internacionais afirma que o Oceano Atlântico pode enfrentar um grande colapso em breve, o que poderia causar diversas catástrofes naturais em todo o planeta. 

Para alertar a população mundial, os pesquisadores escreveram uma carta aberta explicando a situação e pedindo que os governos tomem medidas para reduzir as chances desse colapso iminente. Na carta, 44 cientistas que estudam a mudança climática afirmaram que a circulação oceânica no Atlântico enfraqueceu consideravelmente.

Os cientistas pedem que os governos das regiões nórdicas tomem medidas para controlar a situação e evitar desastres maiores. A corrente mencionada é a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), que está desacelerando muito mais do que o esperado devido aos efeitos do aquecimento global.

Assista ao vídeo: https://youtu.be/KTnhtQ2YtGo

A AMOC é considerada um cinturão que transporta diversas correntes, incluindo a corrente do Golfo. Esse fenômeno é fundamental para vários processos na Terra, como o transporte de calor para o Hemisfério Norte. Inclusive, os maiores impactos seriam nas regiões nórdicas, incluindo Dinamarca, Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia, mas outras partes do planeta também sofreriam consequências problemáticas.

"Nós somos cientistas que atuam na área de pesquisa climática e consideramos urgente chamar a atenção do Conselho Nórdico de Ministros para o sério risco de uma grande mudança na circulação oceânica no Atlântico. Uma série de estudos científicos nos últimos anos sugere que esse risco tem sido amplamente subestimado até agora. Uma mudança na circulação oceânica teria impactos devastadores e irreversíveis, especialmente para os países nórdicos, mas também para outras partes do mundo", a carta introduz.

Oceano Atlântico em colapso

Nos países nórdicos, a população pode enfrentar um grande resfriamento do clima, o que provavelmente contribuiria para a 'mancha fria' que se desenvolveu na região norte do Oceano Atlântico Oriental.

O enfraquecimento da AMOC também pode causar grandes problemas na agricultura do noroeste da Europa. No entanto, as condições poderiam ser ainda piores se a corrente parasse completamente, pois os impactos afetariam muitas outras partes do planeta.

A imagem mostra como seria a mudança média de temperatura em um cenário onde a AMOC já colapsou.

Os cientistas afirmam que, se os governos não tomarem medidas, a principal corrente do Oceano Atlântico pode entrar em um grande colapso nas próximas décadas. A carta foi enviada a um fórum intergovernamental chamado Conselho Nórdico de Ministros, visando pedir que eles convençam seus parceiros a manter as metas do Acordo de Paris.

"Muitos outros impactos serão provavelmente sentidos globalmente, incluindo um deslocamento nas faixas de chuva tropicais, redução da absorção de dióxido de carbono pelos oceanos (e, consequentemente, um aumento mais rápido na atmosfera), além de uma elevação significativa do nível do mar, especialmente ao longo da costa atlântica americana, e uma perturbação dos ecossistemas marinhos e das pescas", os cientistas descrevem.

Brasil corre algum risco? Cientistas alertam que a principal corrente do Atlântico pode entrar em colapso, com impactos globais.

A corrente do Atlântico, essencial para o clima global, pode colapsar em breve, alertam cientistas. Saiba quais podem ser os impactos dessa ameaça para o Brasil e o mundo nos próximos séculos! (tecmundo)

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Mudança do Oceano Atlântico pode colapsar o planeta e causar crise no Brasil

Mudança no Oceano Atlântico pode colapsar o planeta e causar crise no Brasil; entenda.
Pesquisadores alertam para uma possibilidade real de um problema na Circulação Meridional do Atlântico.

Mudança do Oceano Atlântico pode causar consequências graves para o planeta e o clima, e o colapso do sistema de correntes oceânicas é um dos pontos de não retorno que mais ameaçam o equilíbrio climático da Terra:

O colapso do sistema de correntes oceânicas do Atlântico pode alterar a distribuição de calor e chuva em grande parte do planeta.

Pode causar um aumento das tempestades na região do Atlântico Norte e um maior aquecimento nos trópicos.

Pode derrubar drasticamente as temperaturas em algumas regiões e fazer os termômetros subirem em outras.

Pode aumentar o nível do mar.

De acordo com um estudo, o colapso do sistema de correntes oceânicas do Atlântico pode ocorrer entre 2039 e 2070. O estudo indica que o ponto de inflexão do AMOC (Circulação Meridional do Atlântico) está próximo e que o colapso pode ter consequências muito graves para o clima da Terra.

Para reduzir o impacto do colapso, é importante reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa o mais rápido possível.

As mudanças climáticas desencadeadas pelo enfraquecimento da Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico (mais conhecida como Amoc, na sigla em inglês), somadas às mudanças no uso do solo vinculadas ao desmatamento, podem provocar um colapso irreversível da cobertura florestal da Amazônia.

Às soluções para esse problema do futuro já são conhecidas

O fundo do Oceano Atlântico pode ter um colapso e trazer consequências inimagináveis para o planeta Terra, incluindo o Brasil. 

Pesquisadores alertam para uma possibilidade real de um problema na Circulação Meridional do Atlântico (AMOC). Ela se trata de uma corrente oceânica responsável pelo equilíbrio climático.

A troca de massas de água no Oceano Atlântico é fundamental para a manutenção do clima na Terra.

Crise climática: correntes do Atlântico podem colapsar em dois anos.

Um dos mais importantes sistemas de circulação oceânica do planeta pode ruir entre 2025 e 2095, alterando em 15ºC a temperatura. Para cientistas, fenômeno é resultado da emissão de gases de efeito estufa.

Assim sendo, ela transporta água quente dos trópicos no norte do Atlântico e a devolve em uma temperatura menor para o sul.

Porém, o derretimento acima da média das geleiras na Groenlândia, o aumento das chuvas e os escoamentos fluviais estão diluindo a salinidade necessária para ela acontecer.

É diante dessa questão que o problema nasce. As chuvas da Amazônia e do Nordeste podem ter mudanças severas, aumento de maneira desproporcional do período de estiagem. Isso mudaria os ecossistemas e a produção agrícola de inúmeros locais, como na Europa.

A circulação meridional de revolvimento do Atlântico (AMOC) é um conjunto de correntes oceânicas que regula o clima do planeta.

Consequências serão "muito mais graves" para todo o planeta Terra

Colapso trará grandes desafios, particularmente o aquecimento nos trópicos e o aumento das tempestades na região do Atlântico Norte.

Correntes oceânicas podem colapsar neste século, diz estudo.

Sistema vital de correntes do Atlântico pode entrar em colapso a qualquer momento a partir de 2025, alertam cientistas.

Um colapso da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC) não seria inédito na história climática do planeta. Nos últimos anos, estudos de modelos e reconstruções paleoclimáticas indicam que as flutuações climáticas abruptas mais fortes, os chamados eventos Dansgaard-Oeschger, estão ligados ao comportamento da AMOC.

Às soluções para esse problema do futuro já são conhecidas: redução de emissões de gases de efeito estufa, restauro de ecossistemas degradados e adotar políticas de adaptação. (diariodolitoral)

sábado, 23 de novembro de 2024

Transição Energética

Brasil estará entre países com menores emissões na produção e uso de energia.

Caderno de Meio Ambiente e Energia do PDE 2034 publicado, aponta que as emissões de gases de efeito estufa do setor até 2034 no país serão baixas em relação às projetadas para Europa e EUA.
Brasil terá nível de emissões na produção e uso de energia menor que os EUA e Europa.

As emissões per capita de gases de efeito estufa do Brasil até 2034 serão baixas em comparação com outras nações, conforme aponta o Caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Brasil será um dos países com menor emissão de gases de efeito estufa até 2034, aponta estudo.

Levantamento é do Caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, publicado em 21/10/24.

Brasil estará alinhado com o processo de transição energética sustentável e inclusiva.

As emissões per capita de gases de efeito estufa do Brasil até 2034 serão baixas em comparação com outras nações, conforme aponta o Caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 21/10/24. O documento faz uma análise socioambiental da expansão energética no país e traça os principais desafios e oportunidades para os próximos 10 anos.

Com o aumento das emissões devido à melhoria dos padrões socioeconômicos do Brasil até 2034, resultado é positivo para o país.

Em 2022, a produção e o uso de energia corresponderam a somente 24% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa (GEE), devido à matriz energética diversificada e com ampla participação de fontes renováveis.

O Brasil estará alinhado com o processo de transição energética sustentável e inclusiva, conforme a projeção de 2,4 tCO2eq/habitante no país, unidade de medida que significa tonelada equivalente de dióxido de carbono por habitante.

Em comparação com a Europa (5,4 tCO2eq/habitante) e os Estados Unidos (13,8 tCO2eq/habitante), o Brasil é um dos países que menos produz GEE.

Veja quais serão os setores que mais vão emitir GEE

Os setores de transportes e indústria continuarão sendo os principais emissores, indicam as projeções para o horizonte decenal. Em 2034, os dois representam 68% das emissões setoriais. Ainda assim, haverá uma baixa variação nas emissões do setor de transportes (apenas 12% de aumento entre 2024 e 2034). Isso se dá pelos avanços de políticas públicas voltadas à substituição de combustíveis fósseis por renováveis, como etanol, biodiesel e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), além de ganhos em eficiência e motorização e o início da adoção de veículos elétricos.

Estudo identificou oportunidades socioambientais estratégicas, como o aproveitamento de resíduos para geração de energia, otimização de recursos e infraestruturas existentes, e aplicação de práticas sustentáveis e estratégias de descarbonização em projetos energéticos.

Estudo aponta que o Brasil estará entre os países com menor emissão per capita de gases de efeito estufa na produção e no uso de energia.

A principal estratégia do setor energético para mitigar as emissões é manter a alta participação de fontes renováveis, além de buscar soluções e tecnologias inovadoras, alinhadas às potencialidades do Brasil e ao custo-benefício das alternativas disponíveis. (nsctotal)

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Emissões de CO2 do setor de energia crescerão 18% até 2034

Emissões anuais de CO2 equivalente do setor de energia no Brasil devem crescer 18% até 2034.
O setor de transportes, que é responsável por metade das emissões relacionadas à energia, deve emitir 12% mais em 2034. O Sistema Interligado Nacional (SIN) terá o maior aumento proporcional, de 84%, nas emissões.

O Brasil é o sexto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Para combater a crise climática, o país precisa cortar suas emissões em pelo menos 92% até 2035 em relação a 2005.

A pegada de carbono é a medida da quantidade de emissões de gases de efeito estufa liberadas na atmosfera. É uma medida de quanto contribuímos para o aquecimento global antropogênico.

O setor de transportes, responsável por metade das emissões relacionadas à energia, deve emitir 12% mais em 2034. Já o Sistema Interligado Nacional teria o maior aumento proporcional, de 84%, nas emissões, com a entrada compulsória de 8 GW de térmicas a gás natural que devem gerar energia 70% do tempo. Se solares, eólicas e térmicas flexíveis entrarem no lugar dessas usinas, as emissões do SIN nos próximos 10 anos seriam 33% menores.

A emissão de gases de efeito estufa relacionadas à produção e ao uso de energia no Brasil devem aumentar 18% até 2034, saltando de 458 megatoneladas de CO2 equivalente (MtCO2eq) em 2024 para 543 MtCO2eq em 2034. A projeção faz parte do Caderno de Meio Ambiente e Energia do PDE 2034, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética.

No período projetado, os setores de transportes e indústria continuarão sendo os principais emissores, representando 68% das emissões do setor de energia em 2034. No entanto, o setor de transportes, o principal emissor, deve ter um aumento de 12% nas emissões entre 2024 e 2034, menor que o aumento em outros setores, como o de energia. Essa desaceleração é explica pelo avanço de políticas públicas para substituição de combustíveis fósseis por renováveis, como etanol, biodiesel e combustível sustentável de aviação (SAF,), além de ganhos em eficiência e motorização e da adoção de veículos elétricos.

Apesar de responder em 2034 por apenas 5% das emissões totais de energia, o Sistema Interligado Nacional (SIN) apresenta o maior crescimento proporcional no decênio, de 84%, em função da entrada de 8 GW de usinas térmicas a gás natural determinada pela lei 14.182/2021, da privatização da Eletrobrás, que devem ser operadas com inflexibilidade mínima de 70%.

Em uma análise de sensibilidade sem a entrada compulsória das usinas térmicas ainda não contratadas, a EPE estimou que, em relação ao cenário de referência, haveria queda das emissões do SIN de 46% em 2034 e de 33% nas emissões acumuladas no decênio. Essa redução se deve à entrada de UTEs a gás flexíveis, eólicas e fotovoltaicas.

Por outro lado, as emissões nos Sistemas Isolados devem cair 42% em 2034, na comparação com 2024, com a interligação de Boa Vista (Roraima) ao Sistema Interligado Nacional. Já as emissões relacionadas à produção e uso da energia na indústria crescerão 20%.

Mesmo com o aumento das emissões devido à melhoria dos padrões socioeconômicos do Brasil até 2034, a projeção de 2,4 tCO2eq/habitante mostra que as emissões per capita do país serão baixas em comparação com outras nações, atualmente da ordem de 5,4 tCO2eq/habitante (Europa, OCDE) a 13,8 tCO2eq/habitante (Estados Unidos).

O setor de energia brasileiro representou 24% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do país em 2022, com uma matriz energética diversificada e ampla participação de fontes renováveis. (pv-magazine-brasil)

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Brasil reduzirá 80% das emissões energéticas com economia crescendo

Brasil pode reduzir 80% das emissões por energia mesmo com economia crescendo.

Observatório do Clima mostra que país não precisa recorrer a soluções falsas como captura e armazenamento de carbono nem continuar expandindo produção de combustíveis fósseis.

Em novo estudo, Observatório do Clima (OC) traça cenários para futuro do setor energético no país e aponta caminho para a transição justa e abandono gradual de fósseis. Para atingir a redução de emissões proposta pelo OC, a energia solar deveria ampliar sua capacidade instalada para 224 GW até 2050, com 133 GW só de geração distribuída.
O Brasil poderá chegar a 2050 emitindo cerca de 102 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) no setor de energia, cerca de 80% a menos do que é emitido atualmente, sem recorrer a captura e armazenamento de carbono (CCS) e sem a necessidade de expandir a produção de combustíveis fósseis. Essa é a conclusão do relatório Futuro da Energia: visão do Observatório do Clima para uma transição justa no Brasil, lançado em 22/10/24.

Entretanto, o estudo alerta que, caso as tendências atuais para o setor de energia se mantenham – mesmo incluindo compromissos positivos relacionados à produção de biocombustíveis e ao aumento de fontes renováveis –, o setor de energia brasileiro deverá chegar a 2050 emitindo 558 milhões de toneladas de CO2e, número superior ao pico alcançado em meados da década passada. Em 2022, as emissões do setor ficaram em 490,6 milhões de toneladas de CO2e, segundo dados do SEEG/Observatório do Clima.

Elaborado pelas organizações que formam parte do Grupo de Trabalho (GT) de Energia do OC, o documento detalha uma proposta de diretrizes em áreas como transportes de carga e de passageiros, produção de combustíveis e biocombustíveis, indústria e geração de eletricidade. Também são abordadas questões como as perspectivas para a produção de hidrogênio verde, o fechamento de termelétricas a carvão, o crescimento das fontes eólica e solar e o papel das térmicas a gás fóssil em médio e longo prazos.

Apresentadas como Visão do OC, alternativa ao cenário em que as políticas atuais são mantidas, as propostas buscam que o Brasil reduza em 92% as emissões líquidas até 2035 em relação aos níveis de 2005, número defendido pelo OC para uma nova proposta brasileira de NDC (meta atualizada para o Acordo de Paris). Isso significaria diminuir as emissões líquidas de gases de efeito estufa de 2,44 bilhões de toneladas de CO2e, cifra de 2005 estimada pelo SEEG, para no máximo 200 milhões de toneladas de CO2e.

Brasil pode reduzir 80% das emissões por energia mesmo com economia crescendo

Em estudo inédito, Observatório do Clima (OC) traça cenários para futuro do setor energético no país e aponta caminho para a transição justa e abandono gradual de fósseis.

Os objetivos também se inserem na Estratégia Brasil 2045, do Observatório do Clima, que defende que o país pode se tornar a primeira grande economia do mundo a sequestrar mais gases de efeito estufa do que emite, tornando-se negativo em carbono até o ano de 2045.

“O relatório mostra que é possível reduzir o uso de combustíveis fósseis mesmo num cenário de crescimento econômico. Com análises técnicas sólidas, demonstra que podemos alterar rotas equivocadas e contribuir no setor de energia para que o Brasil se torne um país carbono negativo até o ano de 2045”, afirma a coordenadora de políticas públicas do OC, Suely Araújo.

Estudo foi motivado pelo entendimento de que embora imprescindível, zerar o desmatamento da Amazônia e de outros biomas não é o suficiente para que o Brasil cumpra as metas de Paris. O país larga na frente por conseguir gerar 90% de sua energia elétrica a partir de fontes renováveis, mas ainda assim há um longo trabalho a ser feito nas atividades que mais emitem gases de efeito estufa do setor de energia.

Para que ocorra uma transição justa, o GT de Energia do OC também se debruçou sobre os impactos socioambientais – que já ocorrem – das novas fontes renováveis e da mineração de metais estratégicos, apontando quais salvaguardas e iniciativas de mitigação o poder público deve adotar. Além disso, abordou temas como a reforma do setor elétrico, trouxe diretrizes sobre como superar a pobreza energética e corrigir injustiças, além de apontar os caminhos para melhorar a eficiência energética de diversos setores.

Crescimento da geração solar na Visão do Observatório do Clima

O caso de referência do estudo, que considera as projeções oficiais de crescimento para o setor de energia, considera a que a fonte solar somaria 139 GW em 2050, dos atuais 47 GW. Já seguindo as diretrizes propostas pelo Observatório do Clima, a fonte chegaria a 224 GW no mesmo período, sendo 133 GW só na geração distribuída.

Estimativa mais conservadora do Plano Nacional de Energia é de 27 GW de capacidade instalada de usinas solares centralizadas conectadas ao SIN até 2050. Esse número pode ser facilmente superado, tendo em vista que as centrais solares superaram os 15 GW já em agosto/2024. Em relação à energia solar fotovoltaica distribuída, o cenário de referência do PDE 2034 estima em 58,8 GW a capacidade instalada em 2034. Projetando linearmente essa tendência, chega-se a uma potência instalada de 112,8 GW de potência em 2050.
Já no cenário Visão do OC, o Brasil deve chegar em 2034 com uma capacidade de geração distribuída de até 70,5 GW, conforme a estimativa mais otimista do PDE. É um número factível diante do rápido crescimento do setor, mas, com as mudanças regulatórias ainda em curso, existe uma tendência de estabilização da curva de crescimento.

Nesse cenário, o Brasil se espelharia nas diretrizes propostas pela Agência Internacional de Energia para que edificações construídas a partir de 2030 sejam carbono neutro e que até 85% dos já existentes passem por retrofit até 2050, neutralizando suas emissões. O país precisaria para tanto aumentar a produção de eletricidade por micro e minigeração distribuída de 5,3 TWh em 2020, segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN) 2021, para 124,5 TWh em 2050 — podendo atingir 164 TWh, de acordo com o cenário superior do PDE 2034, projetado linearmente para 2050. Em relação à capacidade instalada, o Brasil sairia de 4,8 GW de potência em 2020 para cerca de 133 GW em 2050, ainda segundo essa projeção.

No caso da fonte solar centralizada, o cenário mais otimista do Observatório do Clima considera a projeção do PNE 2050 que tem uma sensibilidade às restrições à expansão das hidrelétricas, seja por questões legais ou por efeitos das mudanças climáticas, que fazem com que as grandes centrais solares compensem essa limitação. A capacidade pode facilmente chegar a 91 GW de potência instalada em 2050, como prevê a estimativa mais otimista do PNE, podendo ultrapassar os 100 GW como forma de compensar uma eventual expansão mais modesta de outras fontes renováveis.

Duas referências de PIB

O trabalho considerou um crescimento médio do PIB de 2,1% ao ano até 2050, projeção usada para calcular a demanda energética e as emissões de gases de efeito estufa de cada atividade do setor de energia sob as premissas e diretrizes defendidas pelo OC. Foi a partir dessa projeção de crescimento que se chegou à previsão de 102 milhões de toneladas de CO2e emitidos pelo setor de energia em 2050.

O relatório também considerou um cenário de crescimento inferior, de 1,3% ao ano, e superior, de 2,8% ao ano, mostrando como mudariam a demanda energética e as emissões de gases de efeito estufa no país.

Os resultados que seriam alcançados a partir dos compromissos defendidos pelo OC são comparados com os obtidos em um cenário tendencial, que buscou projetar as emissões a partir das tendências para os próximos anos. Para isso, foram analisados os compromissos – positivos ou negativos – assumidos pelo poder público, com foco nos programas do governo federal e nas legislações discutidas no Congresso, além das tendências de mercado e dos planos estratégicos de empresas como a Petrobras.

Considerando um crescimento médio do PIB de 2,1% ao ano e as diretrizes deste cenário tendencial, o setor de energia chegará em 2050 emitindo 558 milhões de toneladas de CO2e.

Entre as conclusões, cabe ressaltar que o transporte de cargas, majoritariamente rodoviário, continuará sendo a principal atividade emissora do setor de energia. Mesmo considerando as diretrizes propostas pelo OC, a atividade é a que apresenta os maiores desafios por conta das dificuldades de eletrificar caminhões pesados e semipesados, seja pelos custos das baterias e de outros componentes, seja pelas longas distâncias percorridas.

Assim, a redução dessas emissões deverá ser relativamente lenta até 2040, com o aumento do uso de biodiesel, eletrificação parcial, concentrada em caminhões médios e leves, e aumento de eficiência. A partir de 2040, contudo, a redução de emissões deve se acelerar com a maior inserção do diesel verde. Os cálculos indicam que o nível de emissões deve cair de 115 milhões de toneladas de CO2e em 2022, segundo dados do SEEG, para 38 milhões de toneladas em 2050 – isto é, 38% das emissões projetadas para o setor de energia.
Brasil pode fazer transição energética sem expandir exploração do petróleo, diz estudo

Trabalho apresenta caminhos para Brasil se tornar 1ª grande economia do mundo a sequestrar mais gases de efeito estufa do que emite.

A maior oportunidade para reduzir as emissões rapidamente está no transporte de passageiros. As diretrizes do OC vão além da mera substituição da gasolina por etanol nos veículos flex e na gradual eletrificação da frota. Para que essa atividade deixe de emitir 102 milhões de toneladas de CO2e, conforme registrou o SEEG em 2022, e passe a emitir somente 16 milhões de toneladas, como projeta a Visão do OC, é preciso mudar os paradigmas das cidades, que devem ser mais compactas e com deslocamentos menores, e aumentar os investimentos em transporte público coletivo por ônibus, metrô, VLT e na infraestrutura para o uso das bicicletas em detrimento dos automóveis individuais. (pv-magazine-brasil)

domingo, 17 de novembro de 2024

Brasil está entre países com menor emissão per capita de GEE

Estudo aponta Brasil entre países com menor emissão per capita de gases de efeito estufa (GEE).

Caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 apresenta a análise socioambiental da expansão energética indicativa.
Em 2022, estima-se que a produção e o uso de energia tenham correspondido a apenas 24% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa (GEE), devido à matriz energética diversificada e com ampla participação de fontes renováveis. Essa informação faz parte do caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 21/10/24.

A análise socioambiental da expansão energética identifica os principais desafios e oportunidades para os próximos dez anos. Mesmo com o aumento das emissões devido à melhoria dos padrões socioeconômicos do Brasil até 2034, a projeção de 2,4 tCO2eq/habitante mostra que as emissões per capita do país serão baixas em comparação com outras nações, atualmente da ordem de 5,4 tCO2eq/habitante (Europa, OCDE) a 13,8 tCO2eq/habitante (Estados Unidos).

Nesse contexto, são abordadas questões fundamentais que conectam os setores de energia e meio ambiente, com ênfase, neste ciclo do PDE, nos desafios das mudanças climáticas e na transição energética justa e inclusiva.

As projeções para o horizonte decenal indicam que os setores de transportes e indústria continuarão sendo os principais emissores, representando 68% das emissões setoriais em 2034.

Destaca-se uma baixa variação nas emissões do setor de transportes (apenas 12% de aumento entre 2024 e 2034), devido aos avanços de políticas públicas voltadas à substituição de combustíveis fósseis por renováveis, como etanol, biodiesel e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), além de ganhos em eficiência e motorização e o início da adoção de veículos eletrificados.

O estudo também identificou oportunidades socioambientais estratégicas, como o aproveitamento de resíduos para geração de energia, a otimização de recursos e infraestruturas existentes, e a aplicação de práticas sustentáveis e estratégias de descarbonização em projetos energéticos. A principal estratégia do setor energético para mitigar as emissões é manter a alta participação de fontes renováveis, além de buscar soluções e tecnologias inovadoras, alinhadas às potencialidades do Brasil e ao custo-benefício das alternativas disponíveis. (agenciagov.ebc)

Brasil entre países com menor emissão de GEE na produção e uso de energia

EPE: Brasil entre países com menor emissão de GEE na produção e uso de energia.

Neste ciclo do PDE, as mudanças climáticas e a transição energética justa e inclusiva se destacam nas discussões socioambientais para a construção da trajetória energética.

Em 2022, a produção e o uso de energia corresponderam a apenas 24% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa (GEE), devido à matriz energética diversificada e com ampla participação de fontes renováveis.
Brasil estará entre países com menor emissão de gases de efeito estufa na produção de energia, diz estudo

Caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034 faz análise socioambiental da expansão energética e identifica os principais desafios e oportunidades para os próximos dez anos.

Brasil estará entre países com menor emissão de gases de efeito estufa na produção de energia, diz estudo.

De acordo com o estudo, mesmo com o aumento das emissões devido à melhoria dos padrões socioeconômicos do Brasil até 2034, as emissões per capita do país serão baixas em comparação com outras nações.

Caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 21/10/24, faz uma análise socioambiental da expansão energética no país e traça os principais desafios e oportunidades para os próximos 10 anos.

De acordo com o estudo, mesmo com o aumento das emissões devido à melhoria dos padrões socioeconômicos do Brasil até 2034, as emissões per capita do país serão baixas em comparação com outras nações. Em 2022, a produção e o uso de energia corresponderam a apenas 24% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa (GEE), devido à matriz energética diversificada e com ampla participação de fontes renováveis.

A projeção de 2,4 tCO2eq/habitante no país (unidade de medida que significa tonelada equivalente de dióxido de carbono por habitante) mostra que em comparação com a Europa (5,4 tCO2eq/habitante) e os Estados Unidos (13,8 tCO2eq/habitante), o Brasil estará alinhado com o processo de transição energética sustentável e inclusiva.

SETORES — As projeções para o horizonte decenal indicam que os setores de transportes e indústria continuarão sendo os principais emissores, representando 68% das emissões setoriais em 2034. No entanto, destaca-se uma baixa variação nas emissões do setor de transportes (apenas 12% de aumento entre 2024 e 2034), devido aos avanços de políticas públicas voltadas à substituição de combustíveis fósseis por renováveis, como etanol, biodiesel e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), além de ganhos em eficiência e motorização e o início da adoção de veículos elétricos.

Estudo identificou oportunidades socioambientais estratégicas, como o aproveitamento de resíduos para geração de energia, otimização de recursos e infraestruturas existentes, e aplicação de práticas sustentáveis e estratégias de descarbonização em projetos energéticos. A principal estratégia do setor energético para mitigar as emissões é manter a alta participação de fontes renováveis, além de buscar soluções e tecnologias inovadoras, alinhadas às potencialidades do Brasil e ao custo-benefício das alternativas disponíveis. (gov.br)

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Mais brasileiros veem risco em mudança do clima

Uma década se passou, o clima está cada vez pior, com temperaturas escaldantes em pleno inverno!!!

Efeitos das mudanças climáticas já prejudicam vida da maioria dentre todos os brasileiros!!!

O Planeta TERRA clama por socorro!!!

O Brasil grita em chamas ardentes e destruidoras!!!

Em 2025 o país sediará em Belém, o principal evento mundial sobre mudanças climáticas, a COP30, conferência da ONU.

O percentual de brasileiros que veem as mudanças climáticas como um risco imediato aumentou nos últimos meses, chegando a 60% após a crise das queimadas no país, aponta pesquisa Datafolha divulgada em 20/10/24. Em junho, o percentual de brasileiros que viam as mudanças no clima como risco imediato ao planeta era de 52%.

Fotografia colorida mostra estátua cercada por neblina e poluição no centro de São Paulo. Sobre a imagem tem o texto: "Mais brasileiros veem a mudança climática como risco imediato após crise de incêndio.

Estamos aí vendo sinais claros das mudanças climáticas e tem gente fazendo pouco caso.

Lembram do “passar a boiada”?

Pois é! Mas agora, só porque essa gente não está mais no governo, todos se tornaram ambientalistas, ambientalistas de conveniência, como bem disse a ministra Marina Silva.

Incêndios florestais atingiram diferentes regiões de MS, mas a região pantaneira foi uma das mais castigadas.

Após queimadas, mais brasileiros veem mudanças climáticas como risco imediato

Em junho, o percentual de brasileiros que viam as mudanças no clima como risco imediato ao planeta era de 52%. Agora, subiu para 60%. (folha.uol)

Eletricidade de baixa emissão deve ser maioria antes de 2030

Eletricidade de baixa emissão deve ser maioria antes de 2030, calcula AIE.
Expansão solar da China está agora ocorrendo a uma taxa que, no início da década de 2030 a geração de energia solar da China pode exceder a demanda de eletricidade dos Estados Unidos de 2024.

As fontes de baixas emissões de carbono devem gerar mais da metade da eletricidade mundial antes de 2030. A demanda por todos os três combustíveis fósseis — carvão, petróleo e gás — ainda deve atingir o pico até o final da década.

AIE: mais da metade da eletricidade terá baixa emissão de carbono até 2030

Metade da energia elétrica do planeta será produzida por fontes de baixa emissão de carbono até o final da década, mundo continua "longe de uma trajetória alinhada" com a neutralidade de carbono, afirmou em 16/10/24 a Agência Internacional de Energia (AIE).

"Na história da energia, testemunhamos a era do carvão e a era do petróleo. Agora estamos entrando rapidamente na era da eletricidade, que definirá o sistema global de energia no futuro e será cada vez mais baseado em fontes limpas de eletricidade", afirmou o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, citado no relatório anual da organização.

AIE mantém a previsão de pico da demanda para todas as energias fósseis (petróleo, gás e carvão) "até o fim da década".

As previsões são contrárias aos prognósticos da indústria do petróleo e gás da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que projetam um uso maior destas fontes de energia.

"Com a energia nuclear, objeto de interesse renovado em muitos países, espera-se que as fontes (energéticas) de baixas emissões, como a eólica e a solar, produzam mais de metade da eletricidade mundial até 2030", segundo a AIE.

Agência de energia da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) descreve demanda de energia elétrica impulsionada pela indústria, mobilidade elétrica, inteligência artificial, por 11.000 centros de dados mundiais e pelo uso do ar condicionado.

Também destaca que, apesar do estímulo por uma transição para a energia limpa, "o mundo segue distante de uma trajetória alinhada com os objetivos da neutralidade de carbono" até 2050. A AIE faz um apelo por uma aceleração da tendência.
Redução das emissões de gases de efeito estufa com ações para colocar em prática no setor empresarial.

"Um nível recorde de energia limpa foi atingido em 2023, mas ⅔ do aumento da demanda por energia ainda foram atendidos por combustíveis fósseis", observa a AIE. (gauchazh.clicrbs)

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Queda energia em Sampa alerta sobre 'qualidade da distribuição X eventos extremos'

Queda de fornecimento em SP levanta discussão sobre qualidade da distribuição e eventos extremos.

Mais de 2,6 milhões de consumidores ficaram sem energia no estado após a ocorrência de ventos com velocidade acima de 100 km/h, sendo 2,1 milhões na área de concessão da Enel. A distribuidora tem o sétimo pior índice de continuidade total de fornecimento de energia do país. A CEEE, do Rio Grande do Sul, que foi fortemente afetada por enchentes no início do ano, lidera o ranking. Cenário tem motivado a adoção de mais sistemas de armazenamento.
Ao todo, 2,6 milhões de consumidores ficaram sem energia nos últimos dias em São Paulo, após os ventos na região metropolitana do estado chegarem a mais de 100 km por hora, afetando a rede das distribuidoras de energia locais. Foram 2,1 milhões de consumidores afetados só na área de concessão da Enel SP. Até as 5h40 hs de 14/10/24, segundo informou a empresa, mais de 1,5 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado e outros cerca de 530 mil clientes seguiam sem energia, sendo 354 mil na capital de São Paulo.

O Ministério de Minas e Energia avaliou que a Agência Nacional de Energia Elétrica “claramente se mostra falha na fiscalização da distribuidora de energia, uma vez que o histórico de problemas da Enel ocorre reiteradamente em São Paulo e também em outras áreas de concessão da empresa”, em nota à imprensa publicada em 12/10/24. “Mostrando novamente falta de compromisso com a população, a agência reguladora não deu qualquer andamento ao processo que poderia levar à caducidade da distribuidora, requerido há meses pelo Ministério, o que deve ensejar a apuração da atuação da Aneel junto aos órgãos de controle”, diz o comunicado.

No mesmo dia, Aneel informou que solicitou que a área de fiscalização intimidasse Enel/SP para apresentar justificativas e uma proposta de adequação imediata do serviço. Proposta será avaliada pela diretoria da Aneel e, caso a empresa não apresente solução satisfatória e imediata da prestação do serviço, a agência instaurará processo de recomendação da caducidade da concessão junto ao MME.

Histórico de interrupções em São Paulo e Brasil

Entre todas as concessionárias de distribuição no país, a Enel São Paulo tem o sétimo pior Índice de Continuidade Total (ICT), de acordo com o Painel de Indicadores de Continuidade da Aneel, referente a agosto/2024. Esse índice é uma média aritmética entre o índice de duração (DEC) e o índice de frequência das interrupções de fornecimento (FEC). A Enel Rio de Janeiro e a Enel Ceará, controlada pelo mesmo grupo, estavam em 2° e 5° lugar no ranking dos piores ICTs até agosto/2024. A CEEE, distribuidora que atua no Rio Grande do Sul e que também foi fortemente afetada por outro evento climático extremo em maio, tem o pior ICT.
Em média, cada unidade consumidora na Enel SP ficou sem energia elétrica durante 6,79 hs em agosto, de acordo com os dados da Aneel. A duração das interrupções na empresa se manteve abaixo do limite regulatório de 7,10 hs em média em cada unidade consumidora, nos últimos 12 meses. A frequência das interrupções na rede da distribuidora foi de 3,39 vezes, em média, por unidade consumidora, em agosto. O limite regulatório é de 4,8 vezes.

Duração das interrupções

Frequências das interrupções

Média das interrupções no Brasil em 2023 foi de 10,43 hs (DEC), o que representa uma redução de 6,9% em relação a 2022, com 11,20 hs em média. A frequência (FEC) das interrupções no país caiu de 5,47 interrupções em 2022 para 5,24 interrupções em média por consumidor em 2023, o que significa uma melhora de 4,2% no período. As compensações financeiras para consumidores chegaram a mais de R$ 1 bilhão em 2023.

Sistemas de armazenamento de energia vão seguir crescendo

Incentivo para o armazenamento

A busca por segurança no fornecimento de energia tem sido um importante motor para a busca de consumidores por armazenamento em baterias. Além das interrupções no fornecimento, o cenário de forte escassez hídrica — outro fenômeno climático extremo — também reforça a preocupação com o fornecimento e o preço da energia. Neste contexto, empresas como a Matrix Energia têm ofertado os sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS) por contrato de serviço para consumidores comerciais que querem se proteger dos prejuízos causados pelos cortes de energia.

A head de novos negócios da Holu, Sophia Costa, menciona que as projeções de analistas de mercado indicam que o setor de baterias de lítio no Brasil deve crescer a uma taxa composta anual (CAGR) entre 20% e 30% até 2030.

Consulta pública sobre critérios de prorrogação de contratos de distribuição

Existem 19 concessionárias de distribuição com contratos a vencer entre 2025 e 2031. As primeiras concessões a vencer são as da EDP Espírito Santo, Light e Enel Rio, com termos finais em 17/07/25, 04/06/26 e 09/12/26, respectivamente.

Termo Aditivo ao Contrato de Concessão para prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica, entrará em consulta pública em 16/10/24 recebendo contribuições até 02/12/24. A previsão é de aprovação da minuta do termo no 1° trimestre de 2025.

“Para o próximo ciclo de renovação, discutiremos a modernização dos serviços, a digitalização e o novo papel do consumidor de energia elétrica. Esses serão os pontos centrais abordados pela Aneel na instrução do processo”, disse o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa.

O Decreto nº 12.068 do governo federal, que regulamentou a licitação e a prorrogação dos contratos e estabeleceu as diretrizes para a modernização das concessões de distribuição de energia elétrica. O termo aditivo a ser publicado pela Aneel deve incluir critérios de eficiência dos serviços prestados e de gestão econômico-financeira dos contratos.

No termo aditivo serão abordados tópicos como operação, expansão e ampliação do sistema; compartilhamento de infraestrutura; qualidade das informações das distribuidoras; efetividade do SAC e resolutividade das reclamações. Também será discutida a aplicação de recursos em pesquisa, desenvolvimento e inovação e em programas de eficiência energética. E serão abordados os aprimoramentos das condições econômicas; a modicidade tarifária; a gestão eficiente; sustentabilidade econômico-financeira; governança, concorrência; alocação de riscos; entre outros assuntos. (pv-magazine-brasil)

Baterias podem aliviar quedas de eletricidade por eventos climáticos extremos

Com preços menores, baterias podem aliviar quedas de eletricidade por eventos climáticos extremos no Brasil, diz Absolar

Sistemas de armazenamento de energia elétrica reduziram preços em até 90% e podem ser combinados com energia solar, para trazer mais autonomia, independência e segurança elétrica aos consumidores.
As frequentes quedas de energia elétrica nas cidades brasileiras, causadas por eventos climáticos extremos, a exemplo da ocorrência no estado de São Paulo que deixou mais de 2 milhões de consumidores no escuro e trouxe elevados prejuízos a setores produtivos, têm aumentado o interesse da população pelos sistemas de armazenamento de energia (baterias) e reforçam o papel estratégico desta tecnologia para trazer mais autonomia, independência e segurança elétrica aos consumidores brasileiros.

A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Como as baterias registraram uma redução de cerca de 90% nos seus preços nos últimos 15 anos, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), os sistemas de armazenamento tornam-se uma oportunidade cada vez mais relevante para acelerar a transição energética junto aos consumidores, como quando são instaladas em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

“O aumento da frequência e da intensidade de eventos climáticos extremos no Brasil e no mundo, a exemplo do furação Milton que assolou os Estados Unidos, traz à tona a urgência de acelerar a transição energética. Também demonstra a necessidade de incorporar, tanto ao setor elétrico quanto junto aos consumidores, novas tecnologias para armazenar a energia elétrica limpa e competitiva gerada em abundância no Brasil pelas fontes renováveis, como a solar”, avalia Samir Moura, coordenador do Grupo de Trabalho de Armazenamento de Energia Elétrica da Absolar.

“Combinando sistemas fotovoltaicos com baterias, consumidores residenciais, de pequenos negócios e do meio rural, quanto de serviços públicos essenciais, como saúde e segurança pública, passam a ter mais autonomia, independência e segurança elétrica”, acrescenta.

De acordo com Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar, outra função essencial das baterias combinadas com sistemas solares é a sustentabilidade ambiental. Segundo ele, a combinação dessas tecnologias pode ser utilizada para substituir, de forma limpa, silenciosa e competitiva, os geradores fósseis a diesel, muito comuns em condomínios e estabelecimentos de serviços em geral, que são mais poluentes, barulhentos e emissores de gases de efeito estufa.

“Além de possuírem relevantes benefícios ambientais, as fontes renováveis combinadas com armazenamento de energia elétrica podem aliviar a pressão sobre as tarifas de energia elétrica. Com isso, podem diminuir os efeitos de aumentos na inflação, que prejudicam o poder de compra das famílias e a competitividade dos setores produtivos. Assim, neste cenário desafiador, a energia solar com bateria se apresenta como interessante solução para os consumidores se protegerem dos desastres climáticos e das bandeiras tarifárias”, conclui Sauaia.

Baterias se tornam mais baratas e podem aliviar quedas de energia

Sistemas de armazenamento podem substituir geradores a diesel, ser utilizados como backup e em conjunto com a energia solar. (pv-magazine-brasil)

Cientistas estimam o fim da biosfera na Terra

Estudo revela como o aquecimento do Sol e a redução do dióxido de carbono afetarão a biosfera terrestre, projetando o futuro das plantas, an...