Queda de fornecimento em SP levanta discussão sobre qualidade da distribuição e eventos extremos.
O Ministério de Minas e
Energia avaliou que a Agência Nacional de Energia Elétrica “claramente se
mostra falha na fiscalização da distribuidora de energia, uma vez que o
histórico de problemas da Enel ocorre reiteradamente em São Paulo e também em
outras áreas de concessão da empresa”, em nota à imprensa publicada em
12/10/24. “Mostrando novamente falta de compromisso com a população, a agência
reguladora não deu qualquer andamento ao processo que poderia levar à
caducidade da distribuidora, requerido há meses pelo Ministério, o que deve
ensejar a apuração da atuação da Aneel junto aos órgãos de controle”, diz o
comunicado.
No mesmo dia, Aneel informou
que solicitou que a área de fiscalização intimidasse Enel/SP para apresentar
justificativas e uma proposta de adequação imediata do serviço. Proposta será
avaliada pela diretoria da Aneel e, caso a empresa não apresente solução
satisfatória e imediata da prestação do serviço, a agência instaurará processo
de recomendação da caducidade da concessão junto ao MME.
Histórico de interrupções em
São Paulo e Brasil
Duração das interrupções
Frequências das interrupções
Média das interrupções no Brasil em 2023 foi de 10,43 hs (DEC), o que representa uma redução de 6,9% em relação a 2022, com 11,20 hs em média. A frequência (FEC) das interrupções no país caiu de 5,47 interrupções em 2022 para 5,24 interrupções em média por consumidor em 2023, o que significa uma melhora de 4,2% no período. As compensações financeiras para consumidores chegaram a mais de R$ 1 bilhão em 2023.
Sistemas de armazenamento de energia vão seguir crescendo
Incentivo para o
armazenamento
A busca por segurança no
fornecimento de energia tem sido um importante motor para a busca de
consumidores por armazenamento em baterias. Além das interrupções no
fornecimento, o cenário de forte escassez hídrica — outro fenômeno climático
extremo — também reforça a preocupação com o fornecimento e o preço da energia.
Neste contexto, empresas como a Matrix Energia têm ofertado os sistemas de
armazenamento de energia em baterias (BESS) por contrato de serviço para
consumidores comerciais que querem se proteger dos prejuízos causados pelos
cortes de energia.
A head de novos negócios da Holu, Sophia Costa, menciona que as projeções de analistas de mercado indicam que o setor de baterias de lítio no Brasil deve crescer a uma taxa composta anual (CAGR) entre 20% e 30% até 2030.
Consulta pública sobre critérios de prorrogação de contratos de distribuição
Existem 19 concessionárias de
distribuição com contratos a vencer entre 2025 e 2031. As primeiras concessões
a vencer são as da EDP Espírito Santo, Light e Enel Rio, com termos finais em
17/07/25, 04/06/26 e 09/12/26, respectivamente.
Termo Aditivo ao Contrato de
Concessão para prestação do serviço público de distribuição de energia
elétrica, entrará em consulta pública em 16/10/24 recebendo contribuições até
02/12/24. A previsão é de aprovação da minuta do termo no 1° trimestre de 2025.
“Para o próximo ciclo de
renovação, discutiremos a modernização dos serviços, a digitalização e o novo
papel do consumidor de energia elétrica. Esses serão os pontos centrais
abordados pela Aneel na instrução do processo”, disse o diretor-geral da Aneel,
Sandoval Feitosa.
O Decreto nº 12.068 do governo federal, que regulamentou a licitação e a prorrogação dos contratos e estabeleceu as diretrizes para a modernização das concessões de distribuição de energia elétrica. O termo aditivo a ser publicado pela Aneel deve incluir critérios de eficiência dos serviços prestados e de gestão econômico-financeira dos contratos.
No termo aditivo serão abordados tópicos como operação, expansão e ampliação do sistema; compartilhamento de infraestrutura; qualidade das informações das distribuidoras; efetividade do SAC e resolutividade das reclamações. Também será discutida a aplicação de recursos em pesquisa, desenvolvimento e inovação e em programas de eficiência energética. E serão abordados os aprimoramentos das condições econômicas; a modicidade tarifária; a gestão eficiente; sustentabilidade econômico-financeira; governança, concorrência; alocação de riscos; entre outros assuntos. (pv-magazine-brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário