Estado
do Clima 2024: À beira de um desastre climático irreversível.
O
relatório destaca o aumento recorde das temperaturas globais e oceânicas, a
diminuição da extensão do gelo marinho e o aumento de desastres climáticos
extremos, atribuindo-os principalmente às emissões de combustíveis fósseis.
Os
autores enfatizam a gravidade da situação climática e o papel da humanidade na
aceleração da crise.
Principais
temas discutidos no artigo:
Crise
climática urgente e irreversível:
•
O artigo inicia com uma forte declaração sobre a iminência de um “desastre
climático irreversível” e a existência de uma “emergência global”. Os
cientistas expressam preocupação com o ritmo acelerado das mudanças climáticas
e seus impactos crescentes.
•
“Estamos à beira de um desastre climático irreversível. Esta é uma emergência
global, sem dúvida. Grande parte do tecido da vida na Terra está em perigo”.
• Apesar de décadas de alertas científicos, incluindo previsões feitas por empresas de combustíveis fósseis, as emissões globais continuam a aumentar, levando a um cenário de aquecimento bem acima das metas estabelecidas.
Sinais vitais do planeta em níveis recordes:
•
Em 2023, muitos recordes de temperatura e extensão de gelo foram quebrados. As
temperaturas da superfície do mar, tanto globais quanto no Atlântico Norte,
ficaram bem acima das médias históricas.
•
“Em 2023, vários recordes históricos de temperatura e extensão de gelo foram
quebrados por margens enormes”.
•
Dos 35 sinais vitais planetários monitorados, 25 estão em níveis recordes,
sinalizando a gravidade das alterações.
•
O relatório destaca o fracasso global em implementar uma rápida redução nos
combustíveis fósseis, resultando em impactos climáticos crescentes.
Atividades
humanas e o aumento das emissões:
•
O artigo mostra como o tamanho e os padrões de consumo da humanidade continuam
a acelerar, com recordes de população humana, rebanho de ruminantes, produção
de carne per capita e produto interno bruto (PIB).
•
O consumo de combustíveis fósseis aumentou em 2023, embora o uso de energia
renovável também tenha crescido. No entanto, o consumo de combustíveis fósseis
continua cerca de 14 vezes maior que o de energia solar e eólica.
•
As emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) atingiram um nível recorde,
com as emissões relacionadas à energia aumentando 2,1% em 2023.
•
“As emissões de dióxido de carbono causadas pela ação humana e outros gases de
efeito estufa são os principais impulsionadores da mudança climática”.
Perda
de florestas e o sumidouro de carbono:
•
A perda global de cobertura arbórea aumentou em 2023, atingindo o terceiro
nível mais alto, em parte devido a incêndios florestais. Essa perda afeta o
sumidouro de carbono e alimenta ciclos de feedback que intensificam o
aquecimento.
•
“Altas taxas de perda de cobertura arbórea podem impulsionar um conjunto de
ciclos de feedback relacionados, nos quais a perda de sequestro de carbono
florestal leva a um aquecimento adicional, o que pode impulsionar novas perdas
no sequestro de carbono e assim por diante”.
• O declínio na taxa de desmatamento na Amazônia brasileira é um ponto positivo, mas a região ainda corre o risco de atingir um ponto de inflexão.
Eventos
climáticos extremos:
•
O artigo lista uma série de desastres climáticos recentes, incluindo
tempestades, incêndios florestais, ondas de calor e inundações, muitos dos
quais tiveram sua intensidade ou frequência aumentada pelas mudanças
climáticas.
•
“A mudança climática provavelmente exacerbou esta precipitação”. (Referindo-se
às inundações no Golfo Pérsico)
•
O aumento das temperaturas médias globais levou a um aumento na incidência de
extremos de calor, com um aumento de 117% nas mortes relacionadas ao calor nos
EUA entre 1999 e 2023.
Tópicos
de destaque:
• Branqueamento
de corais: O aumento da temperatura do oceano está causando o quarto evento
global de branqueamento de corais já registrado.
•
Rios tóxicos: O derretimento do permafrost no Ártico está liberando ferro e
metais tóxicos, tornando as correntes de água laranjas e afetando a vida
aquática.
•
Pesquisa sobre Modificação da Radiação Solar (SRM): Há um aumento na pesquisa
sobre técnicas para refletir a luz solar, mas ainda existem preocupações éticas
e ambientais sobre esses métodos.
• Opinião dos cientistas sobre o aquecimento global: Uma pesquisa mostra que a maioria dos cientistas climáticos espera que as temperaturas globais aumentem pelo menos 2,5°C até o final do século, com muitos prevendo um aumento ainda maior, o que implicaria em consequências catastróficas.
Justiça social e as mudanças climáticas:
•
O artigo enfatiza que a mudança climática é uma questão de justiça social, pois
os países mais ricos, que emitem mais gases de efeito estufa, são geralmente
menos vulneráveis aos impactos climáticos, enquanto as regiões do Sul Global
são desproporcionalmente afetadas.
•
“A vulnerabilidade à mudança climática é moldada por uma complexa interação de
fatores sociais, econômicos e políticos, deixando comunidades historicamente
diversas, mal atendidas e marginalizadas desproporcionalmente afetadas”.
Ciclos
de feedback climático e pontos de inflexão:
•
O artigo destaca os ciclos de feedback que amplificam o aquecimento, como o
derretimento do permafrost e a perda de gelo, e enfatiza que muitos desses
ciclos ainda não estão totalmente integrados nos modelos climáticos.
•
Vários elementos climáticos de inflexão, como as camadas de gelo da Groenlândia
e da Antártida Ocidental, podem ser atingidos em 1,5°C de aquecimento, o que
poderia desencadear uma cascata de efeitos.
Risco
de colapso social:
•
O aquecimento global é apenas um sintoma de uma crise mais profunda, que inclui
degradação ambiental, aumento da desigualdade e perda de biodiversidade.
• O artigo alerta que a mudança climática pode contribuir para o colapso da sociedade, aumentando o risco de conflitos e deslocamentos populacionais.
Refugiados climáticos: desastres levam 4,2 milhões a deixarem moradias
O
artigo termina com um apelo à ação urgente, enfatizando que as mudanças
necessárias para limitar o aquecimento global exigem transformações profundas
em todos os níveis da sociedade.
Os
autores destacam a necessidade de eliminar rapidamente o uso de combustíveis
fósseis, reduzir o consumo excessivo, estabilizar a população humana e adotar
uma economia ecológica e pós-crescimento. Eles insistem que o futuro da
humanidade depende da nossa capacidade de agir com coragem e perseverança.
(ecodebate)
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