Um
estudo, “Record-low Antarctic sea ice in 2023 increased ocean heat loss and
storms”, publicado na revista Nature revela que o recorde de derretimento do
gelo marinho antártico em 2023 causou um aumento na perda de calor oceânico
para a atmosfera e um consequente aumento na frequência de tempestades em áreas
antes cobertas de gelo.
A
pesquisa, usando dados de satélite e medições oceanográficas e atmosféricas,
mostra que algumas regiões tiveram o dobro da perda de calor em comparação com
períodos anteriores a 2015, com aumento de até sete dias de tempestades por
mês.
Essa
perda de calor pode alterar a circulação oceânica e o clima global, afetando a
absorção de calor e dióxido de carbono pelos oceanos. Os autores apontam a
necessidade de pesquisas adicionais para avaliar completamente os impactos
climáticos dessa redução do gelo marinho.
Principais descobertas:
Recuo recorde do gelo marinho:
O
ano de 2023 testemunhou um recuo sem precedentes do gelo marinho na Antártida,
superando reduções observadas desde 2016.
A
quantidade de gelo que não se reformou durante o inverno foi recorde, com
impacto significativo em diversas áreas.
Aumento
da perda de calor do oceano:
O
estudo revelou que as áreas recém expostas do Oceano Antártico devido ao recuo
do gelo marinho experimentaram um aumento drástico na perda de calor para a
atmosfera.
Algumas
regiões apresentaram o dobro da perda de calor em comparação com um período
mais estável anterior a 2015.
Aumento
na frequência de tempestades:
O
aumento da perda de calor oceânico para a atmosfera foi acompanhado por um
aumento na frequência de tempestades nas áreas anteriormente cobertas de gelo.
Em
algumas regiões, a frequência de tempestades de junho a julho aumentou em até 7
dias por mês em comparação com o período de 1990 a 2015.
Implicações
para o sistema climático e o oceano:
O
recuo do gelo marinho e o aumento da perda de calor oceânico podem ter
implicações importantes para a circulação oceânica e o sistema climático
global.
A
camada de água do fundo antártico, que normalmente absorve e armazena calor,
pode ser afetada pelo recuo do gelo marinho, causando potenciais mudanças na
forma como o oceano regula o clima.
Além
disso, a capacidade do Oceano Antártico de absorver dióxido de carbono pode ser
reduzida.
Necessidade
de mais pesquisa:
Os
autores enfatizaram a necessidade de mais pesquisas para entender completamente
as implicações climáticas e ambientais do recuo do gelo marinho.
É crucial avaliar se o recuo do gelo marinho pode ter consequências ainda mais abrangentes para o sistema climático global.
As anomalias do fluxo de calor líquido do gelo marinho e da superfície revelam o aumento da perda de calor do oceano para a atmosfera nas regiões de declínio do gelo. (ecodebate)
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