O desmatamento na Amazônia
tem um impacto significativo no regime de chuvas da região. Estudos mostram que
a remoção da vegetação leva a um aumento nas chuvas durante a estação úmida,
mas uma diminuição acentuada durante a estação seca, quando a floresta mais
necessita de precipitação.
A floresta amazônica
desempenha um papel crucial na regulação do clima, tanto local quanto global. A
evapotranspiração, processo pelo qual a água é liberada para a atmosfera pelas
plantas e pelo solo, é fundamental para a formação de chuvas. Quando a floresta
é desmatada, a quantidade de água liberada para a atmosfera diminui, afetando o
ciclo hidrológico e reduzindo a precipitação.
Além da redução das chuvas, o
desmatamento também pode causar outros efeitos negativos, como aumento da
erosão do solo e menor capacidade de armazenamento de água. A falta de chuva
pode comprometer a agricultura, a disponibilidade de água potável e a
biodiversidade da região.
Em resumo, o desmatamento na
Amazônia não apenas contribui para as mudanças climáticas globais, mas também
altera o regime de chuvas local, com consequências negativas para a região e
para o planeta.
O desmatamento na Amazônia provoca mais chuvas na estação chuvosa e menos chuvas na estação seca, de acordo com uma nova pesquisa publicada hoje que destaca o papel "essencial" da floresta tropical na regulação do clima local e global.
O desmatamento na Amazônia não está apenas alterando paisagens locais, mas também reduzindo significativamente as chuvas na região, segundo uma nova pesquisa publicada na revista Earth’s Future.
O estudo revela que áreas
extensivamente desmatadas experimentaram uma queda de até 30% na precipitação
anual nas últimas duas décadas, com impactos potencialmente graves para
ecossistemas e comunidades que dependem desses recursos hídricos.
Conexão entre floresta e
chuva
A Amazônia desempenha um
papel crucial na regulação do clima, liberando umidade na atmosfera por meio da
evapotranspiração — processo em que as árvores liberam vapor d’água. Essa
umidade é transportada por correntes de ar, formando “rios voadores” que
alimentam chuvas em outras partes do Brasil e da América do Sul. Com a perda de
vegetação, esse ciclo está sendo interrompido.
Usando dados de satélite e modelos climáticos, os pesquisadores compararam áreas preservadas com regiões desmatadas e constataram que, quanto maior a destruição da floresta, maior a redução nas chuvas. Em algumas áreas convertidas para agricultura ou pastagem, a diminuição chegou a 0,6 mm por dia durante a estação seca.
Desmatamento na Amazônia reduz chuvas e seca os rios.
Impactos em cadeia
A redução das chuvas pode
acelerar ainda mais o declínio da floresta, criando um ciclo vicioso. Menos
umidade significa maior risco de incêndios florestais e estresse para a
vegetação remanescente, tornando-a mais vulnerável a secas prolongadas.
Além disso, a agricultura e o
abastecimento de água para cidades podem ser afetados, com reflexos econômicos
e sociais.
“Se o desmatamento continuar
nesse ritmo, partes da Amazônia podem atingir um ponto de não retorno,
transformando-se em savana”, alerta um dos autores do estudo.
Chamado para ação
Os pesquisadores enfatizam a urgência de políticas de conservação e reflorestamento para reverter a tendência. A proteção da Amazônia, destacam, não é apenas uma questão ambiental, mas também de segurança hídrica e climática para todo o continente.
Impactos da perda florestal no ciclo hidrológico regional da estação seca. (ecodebate)