As previsões indicam que as mudanças climáticas vão intensificar-se significativamente até 2030, com efeitos mais evidentes em diversas regiões do mundo. A principal preocupação é que a temperatura média global possa ultrapassar 1,5°C acima do nível pré-industrial, o que trará consequências graves para a humanidade e o meio ambiente.
Em Detalhe:
Aumento da temperatura:
Estudos indicam que a
temperatura média global poderá exceder 1,5°C em relação ao período de
1850-1900 na década de 2030.
Eventos extremos:
As mudanças climáticas podem
levar a eventos climáticos mais intensos e frequentes, como secas, inundações,
ondas de calor, incêndios florestais e tempestades.
Impactos nas comunidades:
O aumento da temperatura e a
ocorrência de eventos climáticos extremos podem afetar a segurança alimentar, a
disponibilidade de água, a saúde humana e o desenvolvimento socioeconômico das
comunidades, especialmente as mais vulneráveis.
Desafios para a Agenda 2030:
É crucial que os países tomem
medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e
adaptar-se aos impactos inevitáveis das mudanças climáticas.
Redução das emissões:
As emissões de gases de
efeito estufa (GEE) precisam ser reduzidas em 42% até 2030, segundo a ONU.
Adaptação aos impactos:
É necessário desenvolver
planos de adaptação para lidar com as consequências das mudanças climáticas,
como a construção de infraestruturas resilientes, a gestão da água e o
desenvolvimento de sistemas de alerta precoce.
Financiamento e tecnologia:
O financiamento para a
transição para uma economia de baixo carbono e o desenvolvimento de tecnologias
inovadoras são essenciais para enfrentar as mudanças climáticas.
Colaboração internacional:
A colaboração entre países é
fundamental para o sucesso da luta contra as mudanças climáticas.
A elevação intensa poderá já
ser identificada na década de 2030, cerca de dez anos antes das estimativas
feitas no início do século. No informe, a temperatura pode exceder nos anos
2030 a marca de 1,5°C em relação ao período de 1850-1900, com uma probabilidade
entre 40% e 60%.
Clima mundial piora a partir
de 2030, e Amazônia poderá virar floresta seca
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que fome, pobreza, doenças e um grande êxodo podem marcar século 21 se não houver mudança na sociedade.
Queimada na Amazônia no dia 15/08/2020.
Milhões de famintos, êxodo,
conflitos, queda de atividade econômica e crise social. Esses são alguns dos
cenários traçados por cientistas diante da constatação de que as mudanças
climáticas vão se acelerar nos próximos anos e que, se não houver uma
transformação radical de políticas públicas e estrutura da economia, a presença
humana no planeta viverá uma nova era, muito mais hostil.
No horizonte, a projeção é de
que o aquecimento do planeta provoque em diferentes partes uma “ruptura
social”. Mas em todos os cenários para o século 21, as conclusões apontam para
a mesma direção: serão os mais pobres e vulneráveis quem pagarão um preço mais
elevado - e por vezes insuportáveis- pela transformação climática.
IPCC (Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) publicou uma série de informes, num calendário que durou até fevereiro/2022.
Uma das principais
constatações dos cientistas é de que o mundo viverá uma transformação de seu
clima anos antes do que se previa originalmente. A elevação intensa poderá já
ser identificada na década de 2030, cerca de 10 anos antes das estimativas
feitas no início do século.
No informe, a temperatura
pode exceder nos anos 2030 a marca de 1,5°C em relação ao período de 1850-1900,
com uma probabilidade entre 40% e 60%.
Os glaciais continuarão a
perder massa por pelo menos várias décadas, mesmo que a temperatura global
esteja estabilizada. Há uma alta possibilidade de que tanto a Groenlândia
quanto as placas de gelo da Antártida continuarão a perder massa ao longo deste
século.
O IPCC também desfaz qualquer
ilusão sobre a questão das cidades costeiras. “É praticamente certo que o nível
médio global do mar continuará a subir ao longo do século 21, com uma provável
elevação de 0,28-0,55 m (no cenário menos pessimista) e 0,63-1,02 m (no cenário
mais pessimista) em relação à média de 1995-2014”, diz.
No caso da Amazônia, o
rascunho do informe inclui a floresta entre os pontos do planeta que poderão
caminhar para um “ponto de ruptura”.
“A floresta amazônica como um
repositório de biodiversidade está ameaçada pela relação entre as mudanças no
uso da terra e as mudanças climáticas, que poderia levar a uma transformação
ecológica em larga escala e a mudanças biológicas a partir de uma floresta
úmida em floresta seca e pastagens, reduzindo a produtividade e o armazenamento
de carbono”, alerta o informe, em sua versão original.
“Eventos extremos mais frequentes e intensos, adicionais às tendências climáticas progressivas, estão empurrando mais ecossistemas para pontos de ruptura além dos quais mudanças abruptas ou transições para um estado degradado ou totalmente diferente podem ocorrer”, alertam.
Num primeiro momento, o documento que está sendo concluído nesta semana afirmará de forma clara que é “muito provável” que as atividades humanas na emissão de CO2 sejam os “principais motores” do aquecimento desde 1979 e “extremamente provável” que a ação humana seja a causa da destruição da camada de ozônio.
Há mais de uma década, o IPCC
constatou que as mudanças climáticas já eram uma realidade e seu trabalho foi
recompensado com um prêmio Nobel da Paz. Agora, os cientistas apontam que tal
cenário está intimamente relacionado com a atividade humana e que não se trata
de um ciclo do planeta, um golpe contra negacionistas.
O documento, o primeiro de
tal dimensão em sete anos, está sendo negociado por cientistas e representantes
de governos. Mas versões iniciais do rascunho do texto, obtidos pelo EL PAÍS,
constatam a influência humana para o aumento da umidade atmosférica, para a
precipitação e proliferação de eventos extremos.
A influência humana também é
considerada “muito provavelmente” como o “principal motor do recuo global das
geleiras” e “muito provavelmente” contribuiu para a diminuição observada na
cobertura de neve na primavera do Hemisfério Norte desde 1950″.
O levantamento constata ainda
que as concentrações atmosféricas de CO2, metano e N2O
são mais altas do que em qualquer momento em pelo menos 800 mil anos, e as
atuais concentrações de CO2 não foram experimentadas por pelo menos
2 milhões de anos.
Não existem mais espaços para
dúvidas: o aquecimento é uma realidade e os eventos climáticos extremos vão se
multiplicar pelo século 21, mesmo que a comunidade internacional consiga
neutralizar as emissões de CO2.
Os documentos definitivos do
IPCC ainda poderão ser modificados, principalmente por pressão de governos.
Mas, em suas versões originais e estabelecidas por cientistas, o alerta é claro
de que, sem uma ação imediata, o século 21 será um desafio sem precedentes.
Fome
Um dos destaques se refere à
capacidade de alimentar sociedades. Num dos documentos que será publicado nos
próximos meses pelo IPCC, a mudança climática é projetada como um fator que irá
impactar negativamente a segurança alimentar e a nutrição, causando um aumento
do número de pessoas em risco de fome em 2050 em até 80 milhões de pessoas.
Segundo o rascunho do
informe, “algumas terras secas se expandirão até 2100” e haverá um aumento da
concorrência por terra, energia e água através da intensificação da produção de
alimentos.
“Os principais impactos projetados da mudança climática no setor agrícola e alimentar incluem um declínio em pesca, aquicultura e produção agrícola, os rendimentos agrícolas serão impactados, especialmente na África Subsaariana, África, América Central e do Sul, Sul e Sudeste Asiático”, alerta o IPCC, indicando para implicações para a segurança alimentar.
ONU revelo aumento alarmante nos efeitos da mudança climática
Agravamento das mudanças
climáticas trouxe muito mais secas, inundações e ondas de calor para várias
partes do mundo, ameaçando vidas e meios de subsistência.
Um aumento de temperatura no século 21 de 2,3ºC causaria um declínio de 188-415.000 km2 no uso de terras na Mesoamérica e entre 52-405.000 km2 na América do Sul. A produção de milho seria impactada na Europa, assim como o cultivo de cereais e soja em baixas latitudes são projetadas para diminuir em aproximadamente 5% a cada 1°C de aquecimento. A produção australiana de trigo ainda pode diminuir entre 7 % e 9% até os anos 2050. (brasil.elpais)
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