A pesquisa, conduzida por uma
equipe internacional de cientistas, argumenta que a redução das desigualdades
na emissão global deve ser uma prioridade nas políticas climáticas, propondo um
modelo que equilibre responsabilidades históricas e capacidades econômicas.
Desigualdade nas emissões: um
problema global
O estudo destaca que, embora
os países desenvolvidos sejam os maiores responsáveis pelas emissões históricas
de gases de efeito estufa, muitas nações em desenvolvimento enfrentam os piores
impactos das mudanças climáticas, como secas, inundações e perda de
biodiversidade.
Enquanto os países ricos têm
recursos para se adaptar, as nações mais pobres sofrem desproporcionalmente,
apesar de contribuírem menos para o problema.
A pesquisa introduz o conceito de “mitigation justice” (justiça de mitigação), que visa redistribuir os esforços de redução de emissões de forma mais equitativa, considerando tanto a responsabilidade histórica quanto a capacidade financeira de cada país.
Mudanças climáticas podem agravar pobreza no mundo, diz relatório.
Pesquisadores indicam queda
de quase 20% na renda global, impactando algumas áreas mais do que outras.
Como funciona a “mitigation
justice”?
O modelo proposto no artigo
sugere que:
1. Países ricos devem reduzir
mais e mais rápido – Nações com altas emissões per capita, como EUA e membros
da União Europeia, precisam cortar poluentes em um ritmo acelerado, indo além
das metas atuais do Acordo de Paris.
2. Apoio financeiro e
tecnológico aos países em desenvolvimento – Os autores defendem que os países
ricos financiem tecnologias limpas em regiões menos desenvolvidas, permitindo
que elas cresçam sem repetir os padrões de poluição do passado.
3. Mecanismos de compensação
por danos climáticos – O estudo também aborda a necessidade de reparações por
perdas e danos, um tema polêmico em negociações internacionais.
Implicações para as políticas
climáticas
A abordagem da “mitigation
justice” desafia o atual sistema de metas voluntárias, sugerindo que a justiça
climática deve ser quantificada e integrada aos acordos globais.
Se adotada, essa estratégia poderia pressionar governos e corporações a assumirem responsabilidades mais claras, reduzindo o fosso entre poluidores e vítimas da crise climática.
Mudanças climáticas estão deixando os países ricos muito mais ricos, e os pobres muito mais pobres
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