Mascote
da Copa do mundo de 2014
É importante ressaltar que as teorias vigentes, com
preocupação principalmente econômica, não alcançaram seus intentos de prover o
progresso social, melhorar a qualidade de vida e reduzir as desigualdades.
Mesmo tendo este marco para sua conceituação, a noção de
desenvolvimento sustentável exibe uma evolução de conceitos a partir do
“ecodesenvolvimento”, que vinha sendo defendido desde 1972, ano de realização
da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, em Estocolmo (SACHS,
2004).
Segundo Veiga (2005), três são os entendimentos acerca do
desenvolvimento com sustentabilidade. A primeira corrente seria a dos
fundamentalistas. Nesse entendimento, o desenvolvimento teria o mesmo significado
de crescimento econômico.
Essa noção ainda apresenta grande força na atualidade, tendo
como principal exemplo de sua aplicação a comum medição do desenvolvimento com
base no Produto Interno Bruto per capita de um país. Esse entendimento foi enfraquecido
com o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD) através do
“Relatório do Desenvolvimento Humano” e do lançamento do “Índice de
Desenvolvimento Humano” (IDH).
A criação desse programa e do índice teve como causa a
percepção de que o crescimento econômico apresentado por alguns países na
década de 1950 não trouxe consigo os mesmos resultados sociais ocorridos em
outros países considerados desenvolvidos (VEIGA, 2005).
A segunda corrente de pensamento nega a existência do
desenvolvimento, tratando-o como um mito. São denominados de pós-modernistas.
Para o grupo, a noção de desenvolvimento sustentável em nada altera a visão de
desenvolvimento econômico, sendo ambas pertencentes ao mesmo mito. (SACHS,
1986).
Giovanni Arrighi é um dos autores dessa vertente. Divide os
países em pertencentes do “núcleo orgânico”, “semiperiféricos” e “emergentes”,
não acreditando ser possível, somente em condições excepcionais, que um país
altere a sua posição.
Ainda como pós-modernistas encontra-se Oswaldo de Rivero,
Majid Rahnema e Gilbert Rist. Nessa interpretação o que os países em
desenvolvimento precisariam buscar não seria o desenvolvimento e sim a
sobrevivência, com todas as consequências ambientais que esta postura
determina. Não se pode culpar alguém por executar uma ação que agride o meio
ambiente, quando a sobrevivência das pessoas depende disto.
O terceiro e mais complexo entendimento ganha força com o
primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano em 1990, e obtendo maior
consistência nas palavras Amartya Sen em 1996 e 1997 com a noção de
desenvolvimento como liberdade de modo que só poderia ocorrer se fossem
garantidos a todas as pessoas os seus direitos individuais que efetivariam a
sua liberdade.
Assim a liberdade em nenhum momento poderia se restringir e
ser entendida como renda per capita, devendo abranger questões culturais,
sociais, entre outras (VEIGA, 2005). Essa é a noção que mais se aproxima das
discussões atuais sobre o desenvolvimento sustentável, tendo grande importância
nesse processo de transformação.
Isto explica e justifica a necessidade cada vez maior de
participação das comunidades nas discussões ambientais, seja na avaliação de
projetos em audiências públicas, seja na elaboração e implantação de políticas
públicas de meio ambiente.
Goldsmith, 1972, já definia o desenvolvimento sustentável
como sendo quando uma sociedade tem seus propósitos e intenções de forma que
possam ser atendidos indefinidamente com satisfação ótima para seus membros.
Pronk and Haq (1992) asseveram que desenvolvimento
sustentável ocorre quando o crescimento econômico traz justiça e oportunidades
para todos os seres humanos do planeta, sem privilégios de algumas espécies,
sem destruir os recursos naturais finitos e sem ultrapassar a capacidade de
carga do sistema.
Para Costanza (1991) deve ser inserida uma nova variável na
relação dinâmica entre o sistema econômico humano e um sistema maior com taxa
de mudança, caracterizado por mudanças mais lentas, de caráter e denominação
mais ecológica.
No Primeiro parágrafo do Capítulo 28 da Agenda 21 Global
encontra-se as bases da parceria necessária, nos planos nacionais e locais,
para atingir os objetivos preconizados durante a Conferencia das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Como muitos dos problemas e soluções
tratados na Agenda 21 têm suas raízes nas atividades locais, a participação e
cooperação das autoridades locais será um fator determinante na realização de
seus objetivos. (EcoDebate)
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