Mascote da Copa do mundo de 2014
A conceituação do
desenvolvimento sustentável tem como marco o ano de 1987, quando a então presidente
da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Gros Harlem
Brundtland, apresentou para a Assembleia Geral da ONU, o documento “Nosso
Futuro Comum”, que ficou conhecido como Relatório Brundtland (VEIGA,
Desenvolvimento sustentável, o desafio do século XXI, 2005, p. 191).
Nesse Relatório o
desenvolvimento sustentável foi conceituado como sendo “aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem a suas próprias necessidades” (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO, 1991, p. 46).
O processo de
desenvolvimento sustentável é contínuo e muito complexo, e dessa forma várias
são as abordagens para se explicar o conceito de sustentabilidade. O termo
desenvolvimento sustentável é claramente carregado de valores, nos quais existe
uma forte relação entre os princípios, a ética, as crenças e os valores que
fundamentam uma sociedade ou comunidade e sua concepção de sustentabilidade.
A diferença nas
definições é decorrente das diferentes abordagens que se tem sobre o conceito.
Portanto, o grau de sustentabilidade é relativo, dependendo do ponto de vista
considerado, em função do campo ideológico ambiental ou dimensão em que cada
ator se coloca (LAFER, 1996).
O relatório de Brundtland(
1987) World
Commission on Enviorenment and Development (WCED), trás a definição
mais conhecida: o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem a
suas próprias necessidades.
Barbieri (2007)
define que desenvolvimento sustentável são os modelos de desenvolvimento
centrados nas pessoas, com a preocupação primordial de incorporar novas
tecnologias seguras sob o ponto de vista ambiental, de planejar inversões e
procurar formas de refletir o valor da escassez dos recursos ambientais nos
futuros processos de adoção de decisões.
O IBAMA concebe o
desenvolvimento sustentável como o processo de transformação no qual a
exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam, reforçando
o potencial presente e futuro do meio ambiente, dando suporte para as
atividades econômicas destas populações, a fim de melhor atender as suas
necessidades e aspirações, respeitando a livre determinação sobre a evolução de
seus perfis culturais.
Para Naime (2005) o
conceito de desenvolvimento sustentável deve ser interpretado como uma
alternativa ao conceito de crescimento econômico absoluto que está associado a
crescimento material simples ou quantitativo da economia. Mas isso não quer
dizer que como resultado do desenvolvimento sustentável, o crescimento
econômico deva estar totalmente abandonado.
Leff (2006) coloca
que o desenvolvimento sustentável é um projeto social e político que aponta
para o ordenamento ecológico e a descentralização territorial da produção,
assim como para a diversificação dos tipos de desenvolvimento e dos modos de
vida das populações que habitam o planeta. O princípio da sustentabilidade
surge no contexto da globalização com a marca de um limite e um sinal que
reorienta o processo civilizatório da humanidade.
Stern (2010) descreve
que o desenvolvimento sustentável significa atender as necessidades da geração
atual sem comprometer o direito das futuras gerações atenderem as suas próprias
necessidades, enfocando o modelo de crescimento numa evolução com parâmetros de
menor geração de gases de efeito estufa que considera um dos maiores perigos
para a humanidade, juntamente com a pobreza.
A crise ambiental
veio questionar a racionalidade e as teorias que impulsionaram e legitimaram o
crescimento econômico, negando a natureza. A sustentabilidade ecológica aparece
como um critério normativo para a reconstrução da ordem econômica, como uma condição
para a sobrevivência humana e um suporte para chegar a um desenvolvimento
duradouro, questionando as próprias bases de produção.
Para Kinlaw (1997), o
desenvolvimento sustentável é a macrodescrição de como todas as nações devem
proceder em plena compatibilização com os recursos naturais e ecossistemas da
Terra para manter e melhorar as condições econômicas gerais. O que se conclui é
que o modelo econômico deve caminhar em sintonia e consonância com as condições
naturais para atingir um estágio de sustentabilidade.
Almeida (2002)
descreve que a sustentabilidade exige uma postura preventiva, que identifique
tudo que um empreendimento pode determinar, para que os impactos positivos
sejam maximizados e os negativos minimizados. Os avanços tecnológicos que o
homem é capaz de obter tornaram cada vez mais curto o tempo para que um impacto
sobre o meio ambiente e sobre a sociedade sejam plenamente absorvidos.
Vieira (2001) lembra
que a destruição da natureza ou da base material da produção caracteriza a crise
ecológica como uma crise da civilização. As teorias de desenvolvimento
econômico do século XX, assim como as políticas econômicas decorrentes, sempre
ignoraram a condicionalidade ambiental, considerando apenas esta variável
fundamental como uma externalidade. (EcoDebate)
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