O Plano de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa
(GEE) da cidade de Belo Horizonte, que visa diminuir em 20% as emissões do
município até 2030, entrou na fase de refinamento de suas propostas. Nos
últimos meses, workshops e eventos foram realizados para colher a opinião da
população e da academia. “Tivemos o cuidado para que o projeto representasse os
anseios de todos”, afirma João Marcelo, sócio consultor da Waycarbon e um dos
responsáveis pelo estudo. A iniciativa está sendo desenvolvida no âmbito do
Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE), ligada à
Secretaria Municipal de Meio Ambiente da capital mineira.
O destaque do plano, que começou a ser elaborado na segunda
metade do ano passado, é o setor de transporte. Do total de 44 propostas, 22
são referentes ao segmento. “A gasolina, utilizada pelos automóveis, é a
principal responsável pela emissão de GEE em Belo Horizonte”, explica Marcelo.
O consultor afirma que 71% das emissões da cidade têm como origem o setor de
transportes – 19% vêm das edificações e 10% de tratamento de resíduos e
esgotos. O cenário é causado pelo aumento do preço do álcool e pela preferência
pela utilização do transporte individual motorizado. Por isso, o plano
privilegia o incentivo ao transporte coletivo. “Há estudos para desonerar o
transporte público e para obras de infraestrutura, por exemplo.”
Além do setor de transporte, o Plano de Redução de Emissões
conta com propostas divididas em outros três eixos principais: energia,
saneamento e adaptação. “O objetivo é desenvolver ações em cada uma dessas
vertentes”, afirma o consultor.
No setor de edificações, o destaque fica para medidas que
visam melhorar a iluminação, maior eficiência no uso de energia e a troca de
combustíveis. Em relação ao saneamento, espera-se aumentar a reciclagem,
diversificar as opções de tratamento de resíduos e o aproveitamento energético
das emissões provenientes de aterros. Quanto às medidas de adaptação, uma
sugestão é a utilização de pavimentos permeáveis e de coloração clara. “O plano
procura se articular com outras ações já em andamento, como o plano de
mobilidade urbana e o de mapeamento de vulnerabilidades”, diz Marcelo.
A elaboração do Plano começou após a finalização da
atualização do inventário de emissões de Belo Horizonte. “O inventário antigo
observava os anos de 2000 a 2007, a versão atualizada foi estendida até 2010”,
diz Marcelo. Vale ressaltar que Belo Horizonte é uma das poucas cidades do País
a ter um Plano de Redução de GEE. As propostas que estão sendo refinadas agora
serão apresentadas ao Comitê de Mudanças Climáticas e, se aprovadas,
apresentadas ao Governo, que decidirá quais ações serão priorizadas para
implantação. (ambienteenergia)
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