O relatório sobre a
riqueza global, em 2012, do banco Credit Suisse (The Credit Suisse Global
Wealth Report 2012) traz um quadro bastante amplo e esclarecedor da
distribuição geográfica da riqueza (patrimônio) das pessoas adultas do mundo. A
riqueza global foi estimada em USD$ 223 trilhões em 2012 (meados do ano). Como
havia 4,59 bilhões de pessoas adultas no mundo, a riqueza per capita por adulto
foi de USD$ 49.000,00 (quarenta e nove mil dólares).
As regiões com
riqueza superior a USD$ 100 mil são América do Norte (Estados Unidos com
patrimônio médio de USD$ 262 mil e Canadá com USD$ 228 mil), Europa Ocidental
(menos Portugal e Grécia), sendo França com patrimônio médio de USD$ 265 mil e
Reino Unido com USD$ 250 mil, Oceania (Austrália e Nova Zelândia), Japão (com
patrimônio médio de USD$ 270 mil) e Singapura (com USD$ 258 mil, além de
diversos países do Oriente Médio. Os três países no topo da riqueza, em 2012,
são Suíça (com patrimônio médio de USD$ 470 mil), Austrália (com USD$ 350 mil)
e Noruega (com USD$ 33O mil).
Entre os países com
patrimônio médio entre USD$ 25 mil a USD$ 100 mil se destacam México, Chile,
Uruguai, Portugal, Turquia, Arábia Saudita, Malásia, Coreia do Sul, etc. Nenhum
país africano atinge esta faixa de riqueza.
Entre os países com
patrimônio médio entre USD$ 5 mil a USD$ 25 mil se destacam Brasil (com USD$
24.600), China (com USD$ 20.452), Rússia (com USD$ 12.161), além de Argentina,
Peru, África do Sul, Egito, Argélia, Indonésia, etc.
Já os países com
patrimônio médio abaixo de USD$ 5 mil estão predominantemente no hemisfério sul
ou do chamado “sul global”. Dentre eles estão Índia (com USD$ 4.250),
Paquistão, Bangladesh, além de Bolívia e a maioria dos países africanos ao sul
do Saara. As desigualdades na distribuição geográfica da riqueza ficam claro no
mapa mundi contemporâneo.
Contudo, a maioria
dos países muito ricos (exceto Áustria, Nova Zelândia, Canadá, Suécia, Noruega)
possuem alto déficit ambiental, pois possuem pegada ecológica per capita bem
superior à biocapacidade per capita. A continuidade da riqueza destes países
depende do superávit ambiental de alguns países como Brasil, Rússia, Argentina,
República Democrática do Congo, etc.
A situação mais grave
é a dos países pobres e com déficit ecológico, tais como Paquistão, Filipinas,
Sri Lanka, Haiti, Yemen, Uganda, Ruanda, Quênia, Senegal, Nigéria, etc. Para
complicar, estes países de baixa renda e com problemas ambientais ainda possuem
altas taxas de crescimento demográfico e uma estrutura etária jovem. Isto significa
maiores problemas sociais e ambientais.
Na pirâmide da
riqueza humana 8,1% da população mais rica concentrava 82,4% da riqueza
mundial, em 2008, enquanto 69,3% da população da base da pirâmide era
proprietária de apenas 3,3% do patrimônio mundial. Em termos de riqueza, o mapa
mundi está divido em países ricos (minoria da população) e países pobres
(maioria da população). Em termos ambientais, também existem países ricos e
pobres, mas a degradação ambiental está avançando em ambos, inclusive nos
países ricos de patrimônio material.
Redistribuir a
riqueza humana pode ser uma solução social. Mas recuperar a capacidade
regenerativa da Terra e a riqueza natural da biodiversidade é um imperativo
moral e econômico. Não é sustentável e viável construir uma civilização humana
rica sobre uma Terra transformada em um grande aterro sanitário e sobre um
território transformado em terra arrasada. (EcoDebate)
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