Gerenciamento e Reciclagem dos Resíduos Sólidos na
Construção Civil
Resumo
Nos últimos anos, o crescimento populacional nas áreas urbanas e a
estabilização da economia, colocaram em evidência um enorme volume de resíduos
provenientes da construção e demolição. Com isso os impactos são grandes, pois
nem sempre há gestão desses resíduos, sendo o entulho descartado de forma
irregular, a céu aberto, em córregos, ruas, terrenos baldios. A legislação vem
como aliado ao meio ambiente garantindo que haja gestão dos resíduos até a sua
destinação final. A reciclagem participa no processo de gestão dos resíduos
sólidos, pois além de diminuir a quantidade de resíduos a serem descartados,
ainda há a reutilização do material na própria construção diminuindo significativamente
seus custos, sem contar o benefício para o meio ambiente que deixará de
fornecer matéria prima e ainda receberá menos rejeitos.
Introdução
O setor da
construção civil tem como características de trabalho a responsabilidade por
erguer produções de qualidade futuramente usufruídas pela sociedade. Tem a
capacidade de absorção de grande contingente de mão de obra com pouca ou sem
nenhuma formação podendo ajudar a diminuir significativamente as taxas de
desemprego em momentos de crises econômicas.
O principal desafio
é utilizar práticas sustentáveis que acompanham o crescimento global pensando
no avanço social e ao mesmo tempo minimizando os possíveis impactos ambientais.
Fundamentos
Teóricos
Impactos Gerados na
Construção Civil
O Conselho
Internacional da Construção – CIB aponta a indústria da construção como o setor
de atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de
forma intensiva, gerando consideráveis impactos ambientais. Além dos impactos
relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração
de resíduos sólidos, líquidos e gasosos.
Em estudo
encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente ao Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA 2010), descobriu-se que o país perde cerca de R$ 8 bilhões por
ano com a falta de reciclagem.
De acordo com o Green Building Concil Brasil, a
construção civil é responsável por 1/3 dos gases lançados na atmosfera em todo
o mundo. Em porcentagem, isto significa algo em torno de 25% a 30%, sendo
assim, um dos setores que mais poluem no planeta.
O entulho é
responsável por altos custos socioeconômicos e ambientais nas cidades em
função das deposições irregulares.
Há impactos, desde
a fabricação do cimento e o transporte de materiais até a formação de um lago
por uma barragem ou alteração de uma área por terraplanagem. Esses “reflexos”
são de cunho ambiental, social e até mesmo econômico. A obra, localizada em um
espaço urbano, já um tanto alterado, a primeira vista não parece causar danos
significativos. Mas com um olhar mais atento e crítico pode-se perceber, e
prever, danos como a impermeabilização de boa parte do terreno, o impacto
visual causado pela obra, poeira e barulho causados, geração de resíduos da
construção, entre muitos outros que poderiam ser citados.
Os impactos, também
influenciam o meio social, econômico e visual. Como pode valorizar uma área,
pode também desvalorizar, mediante poluição visual, sonora, sombreamento de
área que necessita de insolação, empecilho para a ventilação, entre outros.
Quando não há gestão,
é também um dos grandes vilões do ambiente urbano. O entulho acumulado é vetor
de doenças como a dengue, febre amarela e chamariz de insetos e roedores.
Descartado
indiscriminadamente em rios, córregos e represas, eleva o seu leito
(assoreamento) culminando com os alagamentos e riscos de desabamento de
residências próximas ao rio.
As políticas
públicas que disciplinam e ordenam os fluxos de destinação dos resíduos da
construção civil nas cidades, quando não são efetivas ou mesmo inexistem, junto
com a falta de compromisso dos geradores no manejo e principalmente na correta
destinação dos resíduos, provocam os seguintes impactos:
Degradação das
áreas de manancial e de proteção permanente;
Proliferação de
agentes transmissores de doenças;
Assoreamento de rios
e córregos;
Obstrução dos
sistemas de drenagem, tais como, piscinões e galerias;
Ocupação de vias e
logradouros públicos por resíduos, com prejuízo à circulação de pessoas e
veículos, além da própria degradação da paisagem urbana;
Existência e
acúmulo de resíduos que podem gerar risco por sua periculosidade.
A disposição desses
resíduos na cidade encontra-se em situação caótica, o poder público municipal
atua, com medidas paliativas, realizando serviços de coleta e arcando com os
custos do transporte e da disposição final.
Geração de Resíduos
na Construção Civil
Blocos de concreto,
blocos cerâmicos, argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e
assemelhados; madeira; plásticos (sacaria de embalagens, aparas de tubulações
etc.); papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos; utilizados durante a
obra) e papéis (escritório); metal (ferro, aço, fiação revestida, arame etc.);
serragem; gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos; telas de
fachada e de proteção; EPS-poliestireno expandido (isopor); restos de tintas,
vernizes; resíduos perigosos presentes em embalagens plásticas e de metal,
instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais
auxiliares como panos, trapos, estopas são alguns exemplos de resíduos gerados
na construção civil.
Entulho é o
conjunto de fragmentos ou restos de tijolo, concreto, argamassa, aço e madeira,
provenientes do desperdício na construção, reforma e/ou demolição de
estruturas, como prédios, residências e pontes.
Os resíduos
encontrados predominantemente no entulho, que são recicláveis para a produção
de agregados, pertencem a três grupos:
Grupo I – Materiais
compostos de cimento, cal, areia e brita: concretos, argamassa, blocos de
concreto.
Grupo II- Materiais cerâmicos: telhas,
manilhas, tijolos, azulejos.
Grupo III-
Materiais não-recicláveis: solo, metal, madeira, papel, plástico, matéria
orgânica, vidro e isopor.
Desses materiais,
alguns são passíveis de serem selecionados e encaminhados para outros usos.
Assim, embalagens de papel e papelão, madeira e mesmo vidro e metal podem ser
recolhidos para reutilização ou reciclagem.
Aspectos Legais
O licenciamento
ambiental é um instrumento de gestão previsto nas legislações municipal,
estadual e federal e que está vinculado à instalação de qualquer empreendimento
ou atividade potencialmente poluidora ou de degradação do meio ambiente. O
objetivo do licenciamento é avaliar os impactos que serão causados por um
determinado empreendimento, como o potencial ou a capacidade de gerar líquidos
poluentes (despejos e efluentes), resíduos sólidos, impactos na fauna e flora,
além de vizinhança; emissões atmosféricas, ruídos e potencial de risco de
explosões ou até mesmo incêndios (BAZZO, 2011).
O princípio da
reparabilidade do dano ambiental está estampado em vários dispositivos legais,
iniciando-se na Constituição Federal, artigo 225, § 3o, onde diz que “as
condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas as sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.
O artigo 4º, VII,
da Lei 6938/85, também obriga ao poluidor e ao predador a obrigação de
recuperar e ou indenizar os danos causados (SANTOS, 2003).
O principal
instrumento legal no âmbito federal introduzido é a Resolução 307 do Conselho
Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), de 5 de Julho de 2002 esta resolução
estabelece prazos para o enquadramento de municípios e de geradores de RCD
(resíduos de construção e demolição). Estabelece que esses resíduos não poderão
ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de “bota fora”, em
encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas pela lei.
Os RCD, deverão ser
reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados às áreas de
aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a
sua utilização ou reciclagem futura; ou então armazenados, transportados e
destinados em conformidade com as normas técnicas específicas (SCHNEIDER &
PHILIPPI, 2004).
Também no âmbito
nacional, a necessidade de gerenciar adequadamente os RCD é também uma das
preocupações do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat
(PBQP-H 2000).O PBQP-H tem entre seus objetivos promover a modernização do
setor da construção civil e melhorar a qualidade do habitat. Envolve um amplo
leque de ações, tais como a qualificação de construtoras e de projetistas, a
melhoria da qualidade de materiais, a formação e requalificação a mão de obra,
a normalização técnica, a capacitação de laboratórios, e a aprovação técnica de
tecnologias inovadoras, entre outras. As empresas envolvidas no processo de
qualificação evolutiva devem comprovar gestão correta dos RCD inclusive sua
destinação adequada (PBQP-H, 2000). (SCHNEIDER & PHILIPPI, 2004).
Com relação às
normas, a gestão de RCD pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil segue:
Resíduos da
construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem –
Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15112:2004.
Resíduos sólidos da
construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto,
implantação e operação – NBR 15113:2004.
Resíduos sólidos da
construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e
operação – NBR 15114:2004.
Agregados
reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de
pavimentação – Procedimentos – NBR 15115:2004.
Agregados
reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação
e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos – NBR 15116:2004.
Gerenciamento de
Resíduos Sólidos
A Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – classifica os resíduos sólidos quanto
aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública para que possam
ser gerenciados adequadamente.
Assim, a NBR 10.004
(ABNT, 2004a) define resíduos sólidos como “resíduos nos estados sólido e semissólido,
que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição…”
Os resíduos
oriundos das atividades da indústria da construção civil não estejam
explicitamente citados, estes estão inclusos nas atividades industriais ou
mesmo nas atividades de serviços (CABRAL & MOREIRA, 2011).
O gerenciamento de
resíduos está associado ao problema do desperdício de materiais e mão-de-obra
na execução dos empreendimentos. A preocupação expressa na Resolução CONAMA nº
307, com a não-geração dos resíduos deve estar presente na implantação e
consolidação do programa de gestão de resíduos.
Em relação a não
geração dos resíduos, há importantes contribuições propiciadas por projetos e
sistemas construtivos racionalizados e também por práticas de gestão da
qualidade já consolidadas.
I – o canteiro fica
mais organizado e mais limpo;
II – haverá a
triagem de resíduos, impedindo sua mistura com insumos;
III – haverá
possibilidade de reaproveitamento de resíduos antes de descartá-los;
IV – serão
quantificados e qualificados os resíduos descartados, possibilitando a
identificação de possíveis focos de desperdício de materiais.
A redução do volume
de Resíduos da Construção Civil (RCC) e também a sua reciclagem são formas de
aproximar o setor da sustentabilidade através da redução dos impactos negativos
dos seus resíduos nas cidades e da geração de matéria-prima que pode ser
substituída pela natural.
Reciclagem de
Resíduos na Construção Civil
O mercado de RCD
ainda é pouco conhecido e utilizado no Brasil. Reciclagem de entulho significa
a transformação e reaproveitamento de materiais descartados e que são
utilizados na construção civil em um novo produto.
Aproximadamente
90% dos entulhos descartados podem ser reaproveitados. Todos os entulhos
inertes da construção civil, já reciclados podem ser utilizados em blocos,
tijolos, concretos não estruturais, argamassas e outros materiais.
O presidente da
Abrecon, Gilberto Meirelles, em entrevista a revista PINI Web (2012), constata
que, nos últimos anos, houve uma evolução real das soluções de destinação e
reciclagem dos materiais, tanto de demolição como dos canteiros. Há um
novo mercado de fornecimento de insumos resultantes da reciclagem, que chegam a
ter preços 35% menores do que um produto original, outra boa prática é deslocar
um britador móvel para o canteiro que, depois de separar o concreto do entulho,
tritura o material. Esse concreto pode ser reutilizado na própria obra como
pedra ou areia, dependendo do tipo de equipamento utilizado. Quando a obra não
consome todo o material reciclado que gerou, o restante é comercializado.
Já os itens que as
empresas de construção retiram intactos de uma edificação são comercializados
por lojas especializadas em produtos de demolição.
Benefícios de
Reciclagem
A reciclagem do
entulho visa a sustentabilidade, poupando florestas, reduzindo a extração de
pedras de pedreiras sob arbustos e grandes áreas verdes, poupa nossas águas,
evitando que o entulho seja descartado em rios, riachos, represas e mares e
ainda gera trabalho e renda.
Pelo significativo
consumo de água, energia, madeira e matéria-prima de origem mineral, o setor da
construção civil é alvo da procura por selos verdes, agregando tecnologias para
evitar o desperdício de recursos naturais e o descarte de resíduos. Obras que
seguem princípios ambientais atestados pelo selo custam 5% mais caro. Mas, além
da redução de custos após a construção, a valorização do empreendimento para
revenda é de até 20%, de acordo com dados do sistema de certificação Leed.
Processo de
Reciclagem
O processo de
reciclagem de uma máquina recicladora de entulho é simples. Primeiro todo o
entulho é despejado no Britador primário de mandíbula e transportado para o
separador de magnético que separa materiais que não serão reciclados, como por
exemplo, o ferro.
Em seguida o
material primário britado é transportado para o pulmão de abastecimento e logo
depois esse material é britado pelo britador de impacto. Através das esteiras
os materiais são transportados pela peneira vibratória até o seu ponto de
descarte. Para finalizar o ciclo da reciclagem todo material já reciclado é
separado em cinco tipos de medidas e levado por diferentes esteiras ao seu
destino.
Materiais Gerados
após o Processo de Reciclagem e suas Aplicações
O concreto
reciclado já vem demonstrando uma boa atuação numa série de usos em obras
urbanas, com a obtenção de custos bastante benéficos, é possível programar sua
utilização em concretos para: bases de pavimentos, estruturas residenciais, e
produção de artefatos pré-moldados em concreto (tubos, lajes, blocos), entre
outros, desde que observada suas particularidades como: resistência,
permeabilidade, fatores que podem ser limitantes em alguns casos. Segue alguns
exemplos do material reciclado e sua possível utilização na construção civil.
Areia
reciclada - Material
com dimensão máxima característica inferior a 4,8 mm, isento de impurezas,
proveniente da reciclagem de concreto e blocos de concreto, utilizada em
argamassas de assentamento de alvenaria de vedação, solo-cimento, blocos e
tijolos de vedação.
Pedrisco reciclado
- Material com dimensão máxima característica de 6,3 mm, isento de impurezas,
proveniente da reciclagem de concreto e blocos de concreto, utilizado na
fabricação de artefatos de concreto, como blocos de vedação, manilhas de
esgoto, entre outros.
Brita reciclada -
Material com dimensão máxima característica inferior a 39 mm, isento de
impurezas, proveniente da reciclagem de concreto e blocos de concreto,
utilizado na fabricação de concretos não estruturais e obras de drenagens.
Bica corrida -
Material proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil, livre de
impurezas, com dimensão máxima característica de 63 mm (ou a critério do
cliente), utilizada em obras de base e sub-base de pavimentos, reforço e
subleito de pavimentos, além de regularização de vias não pavimentadas, aterros
e acerto topográfico de terrenos.
Rachão - Material
com dimensão máxima característica inferior a 150 mm, isento de impurezas,
proveniente da reciclagem de concreto e blocos de concreto, utilizado em obras
de pavimentação, drenagens e terraplenagem.
Mercado de RCD
O mercado da
reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil ainda é pequeno. A
reciclagem deste resíduo é um mercado desenvolvido em muitos países da Europa,
em grande parte pela escassez de recursos naturais que aqueles países têm.
A preocupação com
as questões ambientais e a abordagem preservacionista que a atividade agrega é
uma característica importante para a reciclagem de RCD no país. Ser sustentável
garante ao setor um crescimento acima do esperado e ainda facilita as
negociações com órgãos públicos, iniciativa privada e com potenciais parceiros.
Ser sustentável
significa que, no processo como um todo, não se utiliza, em nenhuma hipótese,
recursos naturais, como pedreiras, cascalhos, terra ou materiais do mesmo
gênero.
Além dos benefícios
ambientais, há também o retorno social. A atividade tem o potencial de expandir
a geração trabalho e renda.
Com planejamento e
organização, a implantação de uma usina de reciclagem de RCD pode gerar
benefícios sociais para a cidade e ainda dar um retorno financeiro
relativamente alto para o empresário, dado as condições ofertadas, tais como
matéria prima e venda dos produtos.
Comparando os
produtos, feito com brita nova e o com reciclado, teremos os reciclados mais
baratos, porém uma comparação técnica não faz do reciclado menor ou menos
eficiente que o convencional. A comparação, feita em meados de 2008 com
técnicos e alunos da USP, mostrou que o produto reciclado tem uma consistência
igual ao produto convencional, ou seja, mesmas características de medida, peso
e durabilidade.
Conclusão
A construção civil
é de extrema importância para o crescimento econômico e social do país,
ocasionando impactos ambientais na geração de resíduos e na extração excessiva
de matéria prima.
As exigências da
sociedade, são cada vez maiores para a melhoria e manutenção das condições
ambientais, o que exige do Estado e da iniciativa privada medidas que
possibilitem compatibilizar o desenvolvimento às limitações da exploração dos
recursos naturais.
Uma das soluções
para os problemas relacionados aos resíduos sólidos da construção civil e à
limpeza urbana é a reciclagem do entulho, que além de diminuir a extração de
materiais da natureza fazendo com que a obra dê mais lucros, ainda gera menos
resíduos, o que também diminui os gastos com a disposição final dos resíduos
que não puderem ser reciclados. (ecodebate)
Um comentário:
gostaria de perguntar se você sabe de quando a Green Building council Brasil retirou essa informação sobre a emissão de gases na construção civil.
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