Sabesp amplia uso de caminhão-pipa em casos de corte.
Contratos para distribuição emergencial de água potável
foram ampliados.
Foram ao menos três contratações, no valor de R$ 2,25
milhões, desde fevereiro, para atender imóveis na Grande São Paulo e interior.
Sabesp amplia uso de caminhão-pipa em casos de corte
Embora negue a existência de racionamento nas cidades onde
opera, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ampliou
durante a crise de abastecimento no Estado os contratos para distribuição
emergencial de água potável por caminhão-pipa. São ao menos três contratações,
no total de R$ 2,45 milhões, feitas desde fevereiro, para atender imóveis da
Grande São Paulo e do interior em casos de cortes no fornecimento pela rede da
concessionária.
O contrato mais recente foi assinado há dez dias, no valor
de R$ 1,84 milhão por um ano, para abastecimento emergencial de água na região
sul da capital paulista, que é predominantemente atendida pelo Sistema
Guarapiranga. Embora não esteja com nível crítico de armazenamento, a represa
tem socorrido bairros que eram abastecidos pelo Sistema Cantareira, como
Brooklin, Jabaquara (zona sul) e Pinheiros (zona oeste). Segundo a Sabesp, são
essas “manobras operacionais” na rede que provocam falta d’água em imóveis da
região, conforme o Estado relatou em abril.
Em fevereiro, logo após anunciar publicamente a crise
hídrica no Cantareira e lançar o programa de bônus para estimular a população a
economizar água, a Sabesp já havia contratado caminhão-pipa por R$ 475 mil
também na região sul da Grande São Paulo. Os dois serviços são executados pela
Aguamar Transportes, que fornece para indústrias, comércios e órgãos públicos.
Em abril, a companhia já havia firmado contrato de R$ 144 mil para distribuição
terceirizada na região de Jundiaí, que é abastecida pelo Cantareira e também
sofre com a estiagem histórica do principal manancial paulista.
Com o contrato em vigor desde o fim de outubro do ano
passado para atender imóveis da região oeste da Grande São Paulo, a Sabesp tem
hoje ao menos R$ 5 milhões em contratações para distribuição emergencial de
água nas áreas afetadas pela crise hídrica histórica. Segundo levantamento
feito pelo Estado, os contratos feitos recentemente chegam a ser duas vezes
mais caros do que os realizados nos anos anteriores.
Conforme a Sabesp, os contratos de caminhões-pipa “são
rotineiros para atender a situações de paradas programadas ou não e fazem parte
do planejamento da companhia”. Como exemplo, a empresa informa que os veículos
são acionados “quando há queda de energia em uma região, o que compromete o
bombeamento da água e, portanto, o abastecimento em escolas, hospitais e
creches”. E afirma que “não há região com falta d’água”.
Mananciais
Além dos caminhões-pipa, a Sabesp tem recorrido ao volume
morto do sistemas Cantareira, que enfrenta grave crise de seca, para manter o
abastecimento sem ter de decretar racionamento oficial. Ontem, contudo, o
governador Geraldo Alckmin (PSDB) desmentiu a companhia sobre a previsão de uso
do volume morto do Alto Tietê já a partir do próximo mês.
“Nós nem pretendemos usar. Nem em agosto nem em setembro nem
outubro. Mas é preciso deixar tudo preparado”, disse Alckmin. No início da
semana, a Sabesp havia informado que, “caso seja necessário”, poderia retirar
10 bilhões de litros da reserva profunda da Represa Biritiba-Mirim já em
agosto.
No mês passado, foi Alckmin quem negou a possibilidade de
usar mais uma cota do volume morto do Cantareira, que já opera apenas com a
reserva profunda. Logo depois, a Sabesp pediu aos órgãos reguladores
autorização para captar cerca de 100 bilhões de litros adicionais. (OESP)
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