20 e
21/8: Audiência pública busca ouvir a população de São Paulo sobre a crise hídrica
A
finalidade é instruir os mais de cinquenta inquéritos e ações civis que tratam
do tema, nos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
Para
ouvir os relatos da população sobre os problemas enfrentados por conta da crise
hídrica no estado de São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF), o
Ministério Público Estadual (MP/SP), o Ministério Público de Contas do Estado
de São Paulo, o Ministério Público do Trabalho em São Paulo e a Defensoria
Pública do Estado de São Paulo promovem audiência pública, nos dias 20 e 21 de
agosto de 2015, das 9 às 19 horas, na sede do MP/SP.
A
finalidade é a instrução de inquéritos civis e a produção de provas sobre o
alcance da crise. Hoje, nos MP/SP e MPF, há mais de 50 inquéritos civis e ações
civis públicas tratam da crise hídrica em diversos temas: rodízio, desperdício,
racionamento, qualidade da água, nível dos reservatórios, transparência de
informações, improbidade e impacto ambiental.
A
procuradora regional da República da 3ª Região Sandra Akemi Shimada Kishi,
coordenadora do Projeto Qualidade da Água, do MPF, lembra que a instituição vem
cobrando transparência das informações relacionadas à crise hídrica. “Numa
situação de crise hídrica, a falta de acesso a informações e falta
transparência aumenta a insegurança e impede qualquer espécie de controle
social, numa ofensa a direitos humanos fundamentais. Esse quadro precisa mudar.
Por isso MPF está desenvolvendo um projeto, junto com Ministério Público
Estadual, a sociedade e a Academia, para estudarmos e definirmos metas para a
gestão integrada da água com a gestão ambiental e para a melhoria da qualidade
da água, sob o aspecto da saúde pública”, ressalta.
Os
órgãos querem saber como toda a sociedade – população, empresas, escolas,
hospitais – vem enfrentando os seguintes problemas: a falta de água, esgoto e
saneamento básico; a adoção das sobretaxas; a ausência de transparência e
informações sobre a crise; a existência de rodízio às ocultas, racionamento
implícito e redução da pressão nas regiões mais carentes do estado; dificuldade
de acesso ao monitoramento da qualidade de água; os riscos à saúde e seu
impacto no Sistema Único de Saúde; as informações sobre planos de contingência
e as obras emergenciais anunciadas pela SABESP; a previsibilidade da crise e a
falta de medidas preventivas, estruturais e de longo prazo a serem adotadas
pelos órgãos de gestão e fiscalização; as repercussões na crise de energia; os
contratos firmados com as grandes empresas; os impactos negativos às
comunidades tradicionais; a garantia de não interrupção dos serviços públicos
essenciais, como as redes públicas de ensino de São Paulo, o acolhimento à
população em situação de rua e as demais entidades de atenção e acolhimento de
populações vulneráveis.
A
audiência pública contará com pronunciamentos técnicos de Richard Palmer
(professor da Universidade de Massachusetts, especialista em crises hídricas ao
redor do mundo), Antônio Carlos Zuffo (geógrafo da Unicamp, um dos visionários
da crise hídrica), José Galizia Tundisi (um dos maiores especialista em
qualidade de recursos hídricos do Brasil), Ivanildo Hespanhol (uma das maiores
autoridades em reuso da água no Brasil), Telma Nery (médica do Centro de
Vigilância Epidemiológica de São Paulo), José Roberto Kachel dos Santos
(engenheiro civil e sanitarista) e Carlos Bocuhy (Presidente do Instituto
Brasileiro de Proteção Ambiental – PROAM e conselheiro no CONAMA).
A
participação é aberta a todos. Para quem quiser falar, a inscrição poderá ser
efetuada previamente até às 18 horas do dia 18 de agosto pelo e-mail
crisehidrica-npp@mpsp.mp.br, informando nome completo, RG e, no caso de
integrantes dos movimentos sociais, a entidade ou órgão representativo. Mas
todas as pessoas que comparecerem à audiência pública poderão se manifestar
mediante preenchimento da ficha de inscrição no ato. Não é necessário realizar
inscrição para comparecer à audiência.
O
evento tem o apoio da Aliança pela Água, da Rede Nossa SP, do Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo, do Artigo 19 e do Sindicato dos Trabalhadores da
SABESP.
PROGRAMAÇÃO
Dia 20
Dia 20
9h:
Abertura – MPSP, MPF, MP de Contas, MP do Trabalho e Defensoria Pública do
Estado fazem uma análise da crise e explicam o objetivo da audiência pública.
Richard
Palmer – contextualização da crise hídrica no mundo
Antônio
Carlos Zuffo – situação do Sistema Cantareira
José
Galizia Tundisi – qualidade da água
Marussia
Whately (Aliança pela Água) – cenário da crise hídrica
11h30
às 19h: Depoimentos
Dia
21
9h:
Ivanildo Hespanhol – água e saneamento básico
Carlos
Bocuhy – relação entre mudanças climáticas e a crise hídrica
José
Roberto Kachel dos Santos – situação do Sistema Alto Tietê
Telma
Nery – impactos da crise hídrica na saúde pública.
11h15
às 19h: Depoimentos
DATA:
20 e 21 de agosto, das 9h às 19h.
LOCAL:
Auditório Queiroz Filho – Rua Riachuelo, 115, Centro. São Paulo – SP
(ecodebate)
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