Aumento
da vazão de água é um dos ganhos obtidos pelos produtores atendidos pelo
Programa Olhos D’Água do Instituto Terra.
Pequenos
proprietários rurais do município de Aimorés, no leste de Minas Gerais,
comemoram o aumento da oferta de água em suas propriedades a partir da proteção
de nascentes pelo Programa Olhos D’Água do Instituto Terra. Com o apoio da
Vale, desde 2012 está em curso na pequena cidade mineira ações para a proteção
de 475 nascentes do rio Capim, beneficiando diretamente 245 produtores rurais.
Um
dos produtores atendidos é Adão Alves da Silva, que após cercar as duas
nascentes presentes no Sítio Boa Vista, em Córrego Vala do Fagundes, observou
aumento na vazão de água a ponto de garantir o abastecimento de sua moradia,
bem como permitir a realização de um antigo sonho, que era a produção de leite
por meio da técnica de pastoreio rotacionado irrigado. Essa técnica garante a
manutenção das pastagens mesmo em períodos de seca, favorecendo a produtividade
leiteira.
“Nós
não tivemos as águas neste ano, mas aqui não faltou, pelo contrário. Tenho água
para a irrigação e está sobrando capim para as minhas vacas de leite”, afirma
Adão Alves. Com a oferta de água assegurada a partir da proteção da nascente, o
produtor buscou a assistência técnica da Emater-MG, implantou o projeto de
irrigação por gravidade (sem gasto com luz elétrica), plantou a espécie de
capim indicada (mombaça), adubou a área (adubo natural), fez a repartição dos
piquetes e após dois meses do plantio o gado já usufruir da nova área de pasto.
O aumento da produção de leite não demorou a se efetivar e hoje chega a 60
litros diários – antes, a produção não passava de 20 litros por dia.
“O
exemplo do Sr. Adão permite entender o ganho ambiental e social que o Programa
Olhos D’Água embute. Produtores rurais que não tinham água suficiente para produzir
alimentos, a partir da proteção de nascentes e a adequação ambiental de suas
propriedades, hoje contam com água suficiente para suas atividades produtivas,
sendo possível ver, em muitos casos, o excedente correndo córrego abaixo,
assegurando o fluxo hídrico”, observa Gilson Gomes de Oliveira Júnior,
coordenador do Programa Olhos D’Água, do Instituto Terra.
Além
disso, a propriedade de Adão Alves também foi beneficiada pelo Programa Olhos
D’água com a instalação de uma fossa séptica biodigestora, evitando assim que
esgoto doméstico continuasse a ser lançado no leito do córrego. Com a
aproximação da Emater, o proprietário rural também iniciou a produção de frutas
– aproveitando o efluente da fossa como adubo – e a criação de galinha caipira
para fornecer ao Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal.
Gilson
Gomes lembra que o Programa Olhos D’Água não se restringe a beneficiar apenas o
produtor atendido diretamente pelo programa. “Os benefícios maiores tendem a se
projetar ao longo de toda a bacia do Rio Doce, na medida em que haverá o
aumento e a melhoria da qualidade dos recursos hídricos, atingindo as
populações urbanas, o meio industrial e o desenvolvimento de toda economia da
região”, conclui.
O
Programa Olhos D’Água soma a recuperação de mais de 1,2 mil nascentes na bacia
hidrográfica do Rio Doce e finaliza parcerias para iniciar a proteção de outras
4,7 mil. Mas a meta é atingir todas as nascentes do Rio Doce dentro dos
próximos 30 anos. (ecodebate)
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