Depois de mais de seis anos
de negociações e de uma antecipada, mas pouco produtiva Cimeira do Clima de
Paris, agência das Nações Unidas para a Aviação apresenta limites a serem
implementados até 2028.
Mais
de seis anos depois do início das negociações com o setor da aviação comercial
em todo o mundo, a agência da ONU para a Aviação apresentou esta semana uma
proposta para limitar as emissões de dióxido de carbono dos aviões — mais um
numa série de esforços globais para combater as alterações climáticas e reduzir,
em larga medida, a emissão de gases com efeito de estufa.
Anunciadas
em Montreal, no Canadá, pela agência das Nações Unidas na segunda-feira, as
medidas deverão ser totalmente implementadas até 2028 em todos os novos
aparelhos de aviação produzidos a partir de 2020.
As
companhias aéreas são, neste momento, responsáveis por 2% das emissões globais
de carbono, o equivalente à produção de CO2 pela Alemanha. Mas de
acordo com especialistas e reguladores, esse número poderá triplicar até meados
deste século devido ao crescimento das viagens aéreas previsto para as próximas
décadas, aponta o “New York Times”.
O avião, um Boeing 777-200LR/F, foi desviado para uma zona segura do Aeroporto Adolfo Suárez, em Barajas (Madrid).
O avião, um Boeing 777-200LR/F, foi desviado para uma zona segura do Aeroporto Adolfo Suárez, em Barajas (Madrid).
Medidas
e críticas
Uma
das medidas propostas é a redução em 4% do combustível consumido por cada avião
em velocidade cruzeiro em comparação com os níveis de 2015. Os aviões
fabricados e/ou postos em circulação a partir de 2020 que não cumprirem este
requisito até 2028 serão retirados de circulação, avisa a agência. Os limites
apresentados pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) não
precisam de aprovação formal do conselho de aviação da organização, composto
por 36 nações, para entrarem em vigor. Esta é a primeira vez que o setor da
aviação é sujeito a limites de emissões como já acontece nos setores dos
transportes terrestres e na indústria automóvel.
Ainda
assim, os ambientalistas não estão satisfeitos com o acordo alcançado ao final
de seis anos, criticando o facto de as medidas não se aplicarem aos aviões
atualmente em uso. De acordo com o “New York Times”, organizações de defesa do
ambiente criticam o facto de o acordo ter sido desenhado pela própria indústria
de aviação civil, classificando-o como fraco e pouco abrangente.
A
confirmar-se a implementação das medidas propostas pela ICAO, espera-se que as
emissões de dióxido de carbono pelos aviões sejam reduzidas em mais de 650
milhões de toneladas entre 2020 e 2040, o equivalente a retirar 140 milhões de
carros de circulação por ano. Os números são da Casa Branca, que em comunicado
aplaudiu o novo acordo de redução de emissões de carbono.
O
anúncio pela ICAO surge dois meses depois da Cimeira do Clima de Paris, que
ensombrada pelos atentados de novembro na capital francesa e pela visível falta
de vontade de alguns líderes, resultou num acordo apressado para substituir o
Protocolo de Quioto. (floreste)
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