Alertas do DETER/INPE estimam 618 km2 de
corte raso na Amazônia entre fevereiro e abril
Durante
o trimestre de fevereiro, março e abril de 2016, os alertas de alteração na
cobertura florestal por corte raso e/ou degradação na Amazônia somaram 1.092
km². Deste total, estima-se que 618 km² são de áreas de desmatamento por corte
raso e 441 km² correspondem à degradação florestal, além de 33 km² de
desmatamentos não confirmados, conforme registro do DETER, o Sistema de
Detecção do Desmatamento em Tempo Real do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE).
As
distribuições das áreas de Alertas nos Estados em cada mês, bem como a
respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na tabela a seguir:
* Fev (km2)
|
Fev (%)
|
* Mar (km2)
|
Mar (%)
|
* Abr (km2)
|
Abr (%)
|
|
Acre
|
0
|
97
|
1
|
78
|
4,4
|
27
|
Amazonas
|
63,5
|
58
|
4,5
|
94
|
67,7
|
76
|
Amapá
|
0
|
99
|
0
|
98
|
0
|
99
|
Maranhão
|
8,8
|
51
|
0
|
70
|
0
|
54
|
Mato
Grosso
|
320,6
|
4
|
75,2
|
12
|
120,1
|
0
|
Pará
|
56,7
|
75
|
4,1
|
87
|
57,9
|
68
|
Rondônia
|
68,9
|
16
|
30,0
|
62
|
184,1
|
0
|
Roraima
|
0
|
48
|
8,3
|
32
|
0
|
76
|
Tocantins
|
14,9
|
4
|
0
|
30
|
1,1
|
5
|
TOTAL
|
533,5
|
49
|
123,4
|
68
|
435,5
|
51
|
(%)
- Nuvens mês a mês
Baseado
em dados de satélites de resolução moderada (250 m) – Terra/MODIS, o DETER é
uma ferramenta de suporte à fiscalização de desmatamento e demais alterações na
cobertura florestal ilegais, prioritariamente orientado para as necessidades do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA). As imagens são analisadas e em prazo de até cinco dias após a passagem
do satélite mapas de Alertas de alteração na cobertura florestal são enviados
ao IBAMA. Os alertas podem se referir indistintamente ao desmatamento
propriamente dito, quando há a remoção drástica da floresta por corte raso, e
também a eventos de degradação florestal, que podem ser exploração madeireira
por corte seletivo, preparação da área para o corte raso, localmente denominada
brocagem, ou cicatrizes de incêndio florestal.
Os
resultados do DETER devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a
cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa dos
mapas a seguir correspondem aos locais que estiveram encobertos no período. Nos
mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a localização dos Alertas emitidos
pelo DETER.
Mapa de alertas de fevereiro, mês em que a cobertura de nuvens impediu
a observação de 49% da Amazônia.
Mapa de alertas de março, mês em que a cobertura de nuvens impediu a
observação de 68% da Amazônia.
Mapa de alertas de abril, mês em que a cobertura de nuvens impediu a
observação de 51% da Amazônia.
Em
função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da
resolução dos satélites, o INPE não recomenda a comparação entre dados de
diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.
Estimativa
de corte raso e degradação florestal
Uma
validação dos dados do DETER é realizada regularmente pelo INPE desde 2008 e,
como resultado, obtém-se uma estimativa amostral da proporção de áreas de corte
raso, de degradação florestal e de falsos positivos. A validação dos dados do
DETER tem como objetivo caracterizar mensalmente os Alertas de Alteração na
Cobertura Florestal na Amazônia. Para a qualificação, faz-se uso de imagens
provenientes do satélite Landsat (ou similar), adquiridas em período
equivalente as imagens MODIS utilizadas pelo DETER.
A
tabela a seguir detalha as estimativas das áreas de Corte raso, Degradação e
Falsos positivos calculados a partir dos resultados da validação do trimestre
para toda Amazônia Legal.
Classe
|
Fev (Km2)
|
Mar (Km2)
|
Abr (Km2)
|
Total (Km2)
|
Corte Raso
|
221
|
84
|
313
|
618
|
Degradação
|
299
|
36
|
106
|
441
|
Falso positivo
|
13
|
3
|
17
|
33
|
Soma
|
533
|
123
|
436
|
1092
|
A
fatoração da área de alerta em corte raso e em degradação florestal atende a
uma solicitação do IBAMA, ratificada por um Acordo de Cooperação Técnica (ACT)
firmado em novembro de 2014 entre as duas instituições. A fatoração poderá ser
aplicada toda vez que houver dados de satélites de alta resolução (20-30 m) disponíveis
no mês em questão e com baixa cobertura de nuvens em quantidade suficiente para
cobrir ao menos 30% dos eventos de alertas e 30% de sua área total.
Conforme
o ACT firmado, a divulgação do DETER é referente a um trimestre, realizada no
fim do mês seguinte ao término do trimestre e, além dos relatórios de dados (1)
e de validação (2), o INPE divulga mapas da distribuição espacial das
ocorrências de alertas de cada mês deste trimestre agregados em células de 50
km X 50km (3) e o mapa com os polígonos de alertas do trimestre anterior (4). O
INPE também fornece uma interface gráfica para a visualização dos dados do
DETER e outras informações pertinentes sobre as alterações da cobertura
florestal na Amazônia (5).
Sistema
DETER
Realizado
pela Coordenação de Observação da Terra (OBT) do INPE, o DETER é um serviço de
alerta de desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em
dados de satélite de alta frequência de revisita.
O
DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial
de 250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área
maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à
ocorrência de cobertura de nuvens.
Os
alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e são produzidos para orientar a
fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os mapas de alertas do DETER
são enviados diariamente ao IBAMA com a localização precisa de eventos de desmatamento
e degradação florestal e um indicativo de área que tem qualidade limitada pela
resolução do satélite, que permite representação acurada de área apenas para
eventos de tamanho superior a 100 ha.
Por
isso, o INPE não recomenda que os dados de área de alertas do DETER sejam
utilizados como indicativo do andamento da intensidade de desmatamento. Para
medir esta intensidade o INPE produz desde 1988 o mapa de desmatamento feito
com imagens de resolução de 20 a 30 m (Landsat, CCD/CBERS, LISS3/ResourceSAT, DMC
e SPOT). Deste mapa o INPE calcula a taxa de desmatamento anual em km2
medida pelo PRODES.
A
menor resolução dos sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de
observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente
aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Este
sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a
completa retirada da floresta nativa, quanto a áreas com evidência de
degradação decorrente de extração de madeira, preparação para desmatamento
(brocagem) ou incêndios florestais, que podem ser parte do processo de
desmatamento na região.
A
cada divulgação sobre o sistema de alerta DETER, o INPE apresenta ainda um
relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como demais
dados relativos ao DETER, podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter.
(ecodebate)
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