Cidade em SP tem nível de
poluição próximo ao de metrópoles da China
Santa
Gertrudes (SP) tem níveis de poluição bem acima dos limites definidos pela
Organização Pan-Americana da Saúde. Concentração elevada de poluentes pode
aumentar em até 15% riscos de mortalidade associados às partículas na atmosfera.
OPAS
alerta que 80% dos moradores de áreas urbanas de todo o mundo estão expostos a
quantidades pouco seguras de poluição.
Na
imagem, poluição atmosférica na cidade de São Paulo.
Mais
de 80% dos moradores de áreas urbanas onde a qualidade do ar é monitorada estão
expostos a níveis de poluição que excedem os limites seguros estabelecidos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). A agência da ONU calcula que 98% das
cidades em países de baixa e média renda com mais de 100 mil habitantes não
atendem aos seus parâmetros.
Na atualização
do banco de dados sobre poluição da agência da ONU publicada em 12/05/16,
cidades brasileiras do estado de São Paulo aparecem entre os centros urbanos
que registraram concentrações perigosas de poluentes – próximas a de metrópoles
da China.
A
OPAS alerta que a poluição atmosférica é o maior
risco ambiental para a saúde – causando, por ano, mais de 3 milhões de
mortes prematuras em todo o mundo.
Cubatão,
na região metropolitana da baixada santista, e Santa Gertrudes registraram uma
taxa anual de pequenas partículas em suspensão (PM10 em micrograma por metro
cúbico) calculada em 69 e 95, respectivamente, de acordo com dados de 2014.
Os
valores estão próximos ou bem acima do teto de 70 µg/m3 definido
pela OMS. Este parâmetro de alerta da agência da ONU está associado a uma
elevação de 15% do risco de mortalidade em longo prazo por conta da
poluição do ar.
Rio
Claro registrou quase o dobro de poluentes do recomendado pela OMS.
A
poluição em Santa Gertrudes se aproxima dos padrões verificados em cidades
chinesas, como Shanghai (84 µg/m3) e Beijing (108 µg/m3).
A localidade paulista abriga cerca de 25 mil habitantes, enquanto as duas
metrópoles chinesas possuem populações que somam dezenas de milhões.
Indústrias de cerâmica são consideradas as principais fontes de poluentes.
Indústrias de cerâmica são consideradas as principais fontes de poluentes.
As
concentrações de partículas finas (PM25 nas mesmas unidades) nas duas cidades
de São Paulo também registraram índices preocupantes: 44 para Santa Gertrudes e
31 para Cubatão. O valor-limite da OMS é 35 µg/m3.
As
PM10 e PM25 incluem poluentes como sulfato, nitratos e carbono negro, que
penetram profundamente nos pulmões e no sistema cardiovascular, causando
enormes riscos para a saúde humana. Os índices anuais ideais dessas partículas
são de 10 µg/m3 para as PM25 e 20 µg/m3 para as PM10.
Nos
dois últimos anos, o banco de dados – que agora abrange 3 mil cidades em 103
países – quase dobrou, com mais cidades medindo os níveis de poluição do ar e
reconhecendo os impactos associados à saúde. De 2008 a 2013, a OMS avaliou que
o nível de poluição urbana atmosférica global aumentou 8%, apesar das melhorias
em algumas regiões.
Tempo seco aumenta a quantidade de poluição na Grande São Paulo
Tempo seco aumenta a quantidade de poluição na Grande São Paulo
A
maioria dos dados vem de cidades com população de 50 mil habitantes ou mais. No
entanto, aproximadamente 25% dos dados vêm de áreas urbanas menores, de até 20
mil habitantes.
Segundo
a agência da ONU, há uma distribuição desigual da concentração de poluentes no
mundo. Os níveis mais altos foram detectados em países de baixa e média renda
no Mediterrâneo Oriental e no Sudeste Asiático, com níveis médios anuais,
muitas vezes, superiores a de cinco a dez vezes os limites da OMS. Cidades do
Oeste do Pacífico também apresentaram taxas elevadas de poluição do ar.
Em
países de alta renda 56% das cidades com mais de 100 mil habitantes não seguem
as diretrizes da OMS. O índice sobre para 98% quando considerados centros
urbanos em nações de renda inferior. (ecodebate)
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