Brasil reduziu emissões de
gás carbônico em mais de 50% de 2005 a 2010, apontam governo e PNUD.
Uso da terra e das florestas,
incluindo desmatamento, deixou de ser o principal setor poluente do Brasil.
Atualmente, agropecuária e energia concentram maiores volumes de emissões.
De 2005 a 2010, o Brasil
reduziu o volume de gás carbônico liberado na atmosfera de 2,73 bilhões para
1,27 bilhão de toneladas. A queda representa um decréscimo de 53,5% e estaria
associada principalmente ao combate ao desmatamento. A baixa é considerada uma
conquista positiva para o compromisso do país em diminuir suas emissões de
gases do efeito estufa em até 38,9%, até 2020.
Em
2005, o uso da terra e das florestas — incluindo devastações — era responsável
por 69,6% das emissões de gases prejudiciais ao meio ambiente do país. Cinco
anos depois, a taxa caiu para 27,5% e o setor perdeu seu posto de mais poluente
para a agropecuária — que liberou 32% dos gases. O setor de energia foi
avaliado como o segundo maior emissor (29,2%).
Os
dados foram divulgados em 06/05/16 no evento que marcou o lançamento da
Terceira Comunicação Nacional (TCN) do Brasil sobre Mudança do Clima –
documento elaborado pelo governo federal em parceria com o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O
relatório avalia os avanços brasileiros para adotar a Convenção Quadro da ONU
sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A elaboração das Comunicações Nacionais é
coordenada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Com
relação à redução de emissões, o setor que mais se destaca é o de uso da terra.
Nesse setor, a gente avalia basicamente o desmatamento dos biomas e também a
calagem — processo de adubação da terra fazendo uso de cal e outras substâncias
químicas”, explicou o coordenador-geral de Mudanças Globais de Clima da pasta,
Márcio Rojas.
“O que se registra é, de fato, um resultado muito positivo das ações do governo federal no sentido de controlar o desmatamento fundamentalmente da Amazônia e do Cerrado.”
“O que se registra é, de fato, um resultado muito positivo das ações do governo federal no sentido de controlar o desmatamento fundamentalmente da Amazônia e do Cerrado.”
A
versão final da TCN será apresentada ainda este mês na Alemanha pelo
especialista do ministério. A análise aborda pesquisas que identificam as
vulnerabilidades do Brasil às transformações climáticas, além de detalhar os
esforços para a criação de planos nacionais capazes de reduzir as emissões de
gases do efeito estufa.
Iniciativas
de combate ao desmatamento, programas de aprimoramento da eficiência energética
e o impacto da agropecuária sobre o clima também são destaques do documento.
Historicamente,
o PNUD apoia o governo brasileiro na elaboração do documento sobre mudanças
climáticas, fornecendo subsídios técnicos para que o Brasil possa cumprir seus
compromissos internacionais nessa área e enfrentar os efeitos adversos do
aquecimento global.
Avião sobrevoa o bairro de Moema, em São Paulo: poluição no Brasil caiu pela metade entre 2005 e 2010. A foto mostra a capital paulista em 2008.
Avião sobrevoa o bairro de Moema, em São Paulo: poluição no Brasil caiu pela metade entre 2005 e 2010. A foto mostra a capital paulista em 2008.
Durante
o lançamento da publicação, o coordenador-residente do PNUD no Brasil, Niky
Fabiancic, ressaltou que o novo documento “atualizou os dados de emissões
setoriais de 1990 a 2010, propôs um novo modelo global integrado para os
estudos de mudança do clima e descreveu as circunstâncias nacionais do Brasil e
as medidas a serem tomadas ou previstas para a implementação da UNFCCC”.
Para
o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink, as metas
do país estão em pé de igualdade com as de nações desenvolvidas. “O Brasil já
se adiantou, na realidade. Foi o único país a entregar lá em Paris os
resultados de monitoria, relatoria e verificação com relação ao desmatamento da
Amazônia até 2010”, ressaltou.
Brasil
lança sistema nacional para registrar emissões
Durante
o evento de divulgação da TCN, o governo brasileiro também apresentou seu mais
novo Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE).
O projeto conta com uma plataforma para disponibilizar os resultados do Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal. Informações de outros programas de contabilização das emissões também estão sendo incluídas.
O projeto conta com uma plataforma para disponibilizar os resultados do Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal. Informações de outros programas de contabilização das emissões também estão sendo incluídas.
A
ferramenta online vai garantir a segurança e a transparência no processo de
compilação de dados sobre emissões de gases, a fim de dar suporte à tomada de
decisões no âmbito de políticas e planejamentos na área de mudanças climáticas.
Com a iniciativa, o governo espera aprimorar a geração de conhecimento
científico e a adoção de medidas de mitigação. (ecodebate)
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